

A tecnologia foi definida como um dos eixos estratégicos da gestão. O resultado de todos os investimentos nesse campo é o fato de o TJMG despontar na liderança nacional quanto ao uso da tecnologia para aperfeiçoar a prestação jurisdicional. Muitas das mais inovadoras e bem-sucedidas ações do Judiciário estadual mineiro passam pela modernização e pelo uso de ferramentas construídas ou customizadas pela Diretoria Executiva de Informática (Dirfor).
A gestão investiu em contratações para ampliar a capacidade de armazenamento de dados dos servidores, assegurou a atualização tecnológica do ambiente dos servidores e do parque computacional do TJMG - computadores pessoais e notebooks - e adquiriu equipamentos para otimizar a atuação de magistrados e suas equipes.

TJMG alcançou nível de excelência em maturidade em tecnologia, tornando-se o 1º do ranking dos TJs de grande porte na classificação IGOVTIC-JUD (novembro de 2021) (Crédito: Mirna de Moura/TJMG)
Uma das ações concluídas, que integra o Programa Justiça Eficiente (Projef), foi a implantação do Processo Judicial eletrônico Criminal (PJe Criminal) em todas as comarcas. A iniciativa confere celeridade e economia processual aos trabalhos, permitindo a movimentação simultânea dos feitos e a cooperação de forma remota. Os fluxos especializados para o Tribunal do Júri de Belo Horizonte e para atos infracionais cometidos por menores, ainda em andamento, devem ser implantados ainda no primeiro semestre de 2022.

Tecnologia confere celeridade e economia processual aos trabalhos (Crédito: Cecilia Pederzoli/TJMG)
Desembargador Marco Aurelio Ferenzini
Superintendente de Tecnologia e Informação
A Dirfor montou a infraestrutura tecnológica necessária para garantir a virtualização do acervo de processos físicos, cíveis e criminais, outra meta do Projef. Essa infraestrutura envolveu o desenvolvimento de soluções para importação e indexação das peças no Repositório Unificado de Procedimentos Eletrônicos (Rupe), a construção das estruturas de dados para a criação de painéis gerenciais de acompanhamento, o apoio na implantação dos birôs de virtualização em Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima e a aquisição de escâneres de mesa e departamentais visando garantir a disponibilidade desses equipamentos para necessidades futuras.
O robustecimento da infraestrutura de rede e de operação e dos serviços de tecnologia de informação e comunicação (TIC) viabilizou a implantação de todos os projetos e avanços tecnológicos do TJMG em 2021. Os investimentos para ampliar e aprimorar toda a infraestrutura de TIC ampliaram a capacidade de armazenamento de dados, garantindo a atualização tecnológica do ambiente e a segurança cibernética.
Outro passo fundamental para ganhos em eficiência foi a ampliação do trabalho remoto e a qualificação das condições para sua realização, já que a pandemia provocou o afastamento provisório de parte das equipes de seus ambientes profissionais. Graças a essa preocupação, o Tribunal mineiro foi aparelhado rapidamente, o que permitiu que magistrados, servidores e colaboradores retomassem as atividades de casa, por meio de acesso remoto aos computadores de seus postos de trabalho. Em alguns casos, isso envolveu a expansão de serviços e da infraestrutura já existentes, como a ampliação das licenças dos softwares responsáveis pelos serviços de virtualização de servidores de rede e pelo acesso remoto às estações de trabalho, a contratação de serviços de suporte técnico para essas aplicações e a ampliação de links de internet.
A compra da solução institucional de videoconferência possibilitou a realização de audiências de primeira e segunda instâncias e reuniões de trabalho, durante todo o ano de 2021, pela plataforma Cisco Webex. As licenças de uso do sistema utilizadas em 2020 haviam sido cedidas de forma temporária pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No período, a equipe de tecnologia ofereceu suporte na configuração e no uso da plataforma. Mais de 2.500 usuários da Corte mineira foram cadastrados na ferramenta. A aquisição se deu em função das incertezas quanto à duração da pandemia, visando garantir a plena continuidade dos trabalhos e a autonomia do TJMG. O processo de licitação foi realizado em janeiro de 2021. Em março de 2022, audiências, sessões de julgamento e reuniões de trabalho, bem como o atendimento do Balcão Virtual, empregavam o ambiente de videoconferência do TJMG.
Em abril de 2022, foi lançado um projeto ambicioso, de impacto para a população em geral e para o exercício dos direitos e da cidadania: a Consulta Processual Pública Unificada, disponibilizada no Portal do TJMG. Com esse mecanismo, a busca, que até então era pulverizada conforme a instância, a comarca e o sistema de origem onde o processo tramitava, causando transtorno para os jurisdicionados e demais operadores do Direito e representando perda de tempo, passou a ser feita numa única ferramenta.
Outra novidade para o público que acessa o Portal do TJMG foi a reformulação da consulta à jurisprudência da turma recursal, que passou a permitir a pesquisa por ementa e por inteiro teor, de forma similar à consulta dos acórdãos. A funcionalidade exigiu customização do PJe Recursal, que passou a apresentar três abas de preenchimento obrigatório no momento da criação dos votos: ementa, voto e relatório.
A Dirfor assumiu, com mais sete tribunais conveniados, a condução dos trabalhos para o desenvolvimento colaborativo do Sistema de Depósitos Judiciais (Sidejud). A ferramenta, que será integrada à Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ-br) do CNJ, poderá ser utilizada por instituições financeiras privadas, estatais ou de economia mista, conferindo maior controle dos depósitos judiciais pela Corte mineira. A especificação do sistema e a construção de diversos módulos estava em andamento, em março de 2022.
Foi contratado ainda o sistema de videowall para atender ao Centro Unificado de Inteligência e permitir a realização de análises e o cruzamento de informações disponibilizadas em painéis de monitoramento. A licitação ocorreu no início de 2021, com a instalação dos painéis no Edifício-Sede já na sequência.
Delvan Barcelos Júnior
Juiz auxiliar da Presidência
Com foco na desburocratização, na economia e na agilidade dos serviços, o Balcão Virtual, regulamentado pela Resolução 372/2021 do CNJ, permite o atendimento em unidades judiciárias por meio de videoconferência. O TJMG iniciou o projeto-piloto em abril de 2021, com cinco cartórios e a Central de Protocolo. No segundo semestre de 2022, o Tribunal contava com ferramenta que possibilita o contato direto com o setor de atendimento de cada unidade judiciária do TJMG, cumprindo os requisitos estabelecidos pelo Programa Justiça 4.0 do CNJ.
O TJMG viabilizou ainda as condições para prover e enviar as informações requeridas pelo Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), pela Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais (EFD-Reinf) e para a geração da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Previdenciários e de Outras Entidades e Fundos (DCTFWeb), em cumprimento aos requisitos e prazos legais estabelecidos pelo Governo Federal. Os eventos obrigatórios da fase 1 do Cronograma Nacional do eSocial foram remetidos em novembro de 2021, dentro do prazo legal estabelecido.
Com vistas à comodidade, à segurança e à confiabilidade das eleições, bem como à saúde de magistrados e servidores, foi instalado no TJMG, em janeiro de 2021, o sistema Hélios Voting, que faculta a realização de pleitos de forma remota, sem a necessidade de convocações presenciais.
Em cumprimento a uma determinação do Conselho Nacional de Justiça, foi concluída a integração do PJe à Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ-br). O ofício do ministro Luiz Fux, presidente do CNJ e do STF, estabelecia que todos os sistemas processuais eletrônicos deverão se integrar à PDPJ-Br até 30 de junho de 2022. No TJMG, em março de 2022, a previsão era de que isso ocorresse em 30 de maio, uma vez que o PJe seria atualizado para a versão nacional mais recente na data, e essa versão, conforme o CNJ, já contempla o requisito de interoperabilidade com a PDPJ-Br.
Em atendimento à Resolução 270/2018 do Conselho, a Dirfor se empenhou para que, até maio de 2022, o campo para “nome social” fosse incorporado a todos os sistemas do Tribunal. A medida tem como objetivo assegurar a possibilidade de uso da denominação escolhida pelas pessoas trans, travestis e transexuais usuárias dos serviços judiciários, e pelo público interno (magistrados, estagiários, servidores e trabalhadores terceirizados do Poder Judiciário), em seus registros funcionais, sistemas e documentos.
Além disso, com a especialização de câmaras, os sistemas da Segunda Instância foram alterados para garantir a instalação dessas novas unidades. A medida atende à Resolução 977/2021 do TJMG.
Em 2020, o Tribunal mineiro conquistou o melhor resultado do Índice de Governança de Tecnologia da Informação e Comunicação do Poder Judiciário (iGovTIC-JUD) entre os tribunais estaduais de maior porte do País. O dado consta de relatório divulgado pelo CNJ em 30 de setembro de 2020.
Investimentos foram feitos também em segurança com a aquisição de um novo firewall (barreira que protege o computador de ataques cibernéticos). Além disso, serviços diversos foram contratados com o objetivo de melhorar a prestação das atividades da área de TI. Um dos focos é o Processo Judicial eletrônico (PJe), com a contratação de serviços especializados de monitoramento de infraestrutura e do serviço de conteinerização do PJe.
Outros avanços foram a liberação do peticionamento através do Sistema Eletrônico de Informações (SEI Processos) para as medidas urgentes em feitos físicos e o lançamento de uma nova versão do aplicativo Serviço Eletrônico de Informações (SEI) para celulares. A ferramenta, desenvolvida para as plataformas IOS e Android, permite que o usuário tenha acesso a todos os recursos já existentes na versão do SEI para computadores. O TJMG também lançou, no segundo semestre de 2020, o manual de uso do novo aplicativo.
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