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Inúmeras ações foram desenvolvidas pela Ejef, em sua missão de atuar na formação inicial e continuada de magistrados e servidores. As iniciativas tiveram o condão de desenvolver competências específicas e habilidades cognitivas complexas e comportamentais. Buscou-se ainda alinhar as diretrizes de atuação da Ejef com as da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e as estabelecidas pelo Plano de Carreiras dos Servidores, que direcionam a seleção de programas e conteúdos previstos no Plano de Desenvolvimento Institucional da Escola Judicial. De 22 de julho de 2020 a 15 de março de 2022, foram realizadas 185 lives e 200 podcasts, com mais de 200 mil participantes. O público matriculado foi de cerca de 170 mil pessoas, que desfrutaram de mais de 360 horas de transmissões. Nas redes sociais, a Ejef conta com mais de 9,3 mil seguidores.

Os números alcançados demonstraram o incremento nas ofertas de ações educacionais, ainda que em tempos de pandemia. Foram 436 ações educacionais ofertadas no período, sendo 416 a distância, 19 presenciais e uma presencial. Houve a disponibilização de cerca de 417 mil vagas, para aproximadamente 6,3 mil horas de carga horária, resultando em 105.722 aprovados.

"Estou muito feliz, não apenas com os números, que são gigantes, mas com o próprio resultado da atividade em si. Nós produzimos e divulgamos muito conhecimento nesse período! Voltamos nossas ações para a área humanística, trazendo temas que dizem diretamente respeito ao desenvolvimento do homem enquanto ser e, também, evidentemente, visando à formação específica, profissional, do nosso público. Produzimos livros, desenvolvemos grupos de estudos sobre diversos temas, e as discussões empreendidas foram publicadas em livros. Realizamos ainda muitos debates, colocados em podcasts, um recurso a mais de que lançamos mão. Além disso, trouxemos para discussões temas jurídicos específicos, e o conteúdo dessas conversas foi depois editado, para posterior consulta. Deixamos, na área da Língua Portuguesa, um trabalho maravilhoso, reproduzível em vídeo: o Redação em Gotas, conduzido pela juíza militar Daniela Marques, e que deixa posta a relação entre a Língua Portuguesa instrumental, que nós usamos, e a Literatura, como forma de induzir a leitura e trazer o encanto e o gosto desse hábito para o nosso público. Estabelecemos também a importante parceria com a Academia Mineira de Letras, que resultou no Vozes Poéticas de Minas, por meio do qual, através de podcasts, divulgamos a poesia de grandes poetas mineiros, como forma de educar, de distribuir conhecimento e de reviver esses autores - alguns deles encontravam-se no limbo. A gama de atividades foi enorme, com resultados muito expressivos. Um dos principais destaques do biênio foi o credenciamento da Ejef como Escola de Governo, junto ao sistema de educação estadual, após amplo e cuidadoso processo de avaliação. Uma importante conquista, da qual muito nos orgulhamos."

Desembargador Tiago Pinto
Segundo-vice-presidente


A gama de ações foi múltipla. O “Ciclo Mulheres que inspiram pessoas e que superam os desafios da atualidade” explorou assuntos diversos e relevantes. Entre as edições, figuraram: “Vida que inspira: uma história de luta, superação e conquistas”; “Homens e mulheres: uma história da construção dos relacionamentos; “Os estereótipos femininos ao longo da história: continuidades, rupturas e novos desafios”; “Como realizei meu sonho de ser escritora”; “As meninas na literatura para crianças e jovens”; “A carreira da mulher bombeiro militar em Minas Gerais: conquistas e desafios vivenciados ao longo dos anos”; “Alimentação saudável sem modismos”; e “Mulheres na Semana de Arte Moderna de 1922: arte, vidas e histórias”.

A Ejef promoveu também o Ciclo de Debates Penais e Processuais Penais e o Ciclo de Formação em Direito e Economia, nos quais foram abordados os temas delitos de associação; as organizações e grupos criminais; acordo de não persecução penal; o reconhecimento fotográfico e as buscas residenciais sem mandado: ponderações baseadas na não culpabilidade; novas orientações jurisprudenciais do STJ sobre provas no processo penal; vitimologia; Direito e Economia: regulação e novas tecnologias; e Direito e Economia: indivíduos e sociedade. Além disso, foi realizado grupo de estudos com o tema “Tópicos em Processo Judicial Tributário”.

Em parceria com o Centro de Estudos Juiz Ronaldo Cunha Campos, foi ofertado o Programa Reflexões e Debates, com a abordagem de vários temas, como: Ronaldo Cunha Campos e o processo civil brasileiro; a nova Lei de Falência e o CPC; ação de impugnação de mandato eletivo: atualidades; tutela inibitória e de remoção do ilícito; urna eletrônica e voto impresso: democracia, tecnologia e legitimidade do resultado eleitoral; medidas coercitivas atípicas; e litigiosidade repetitiva.


Nesta gestão, destaca-se ainda o credenciamento dos seguintes cursos para magistrados na Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados:

• Abuso do direito de ação e seu enfrentamento no contexto do TJMG;
• Violência doméstica e familiar contra a mulher: reflexões e perspectivas de atuação no âmbito do Poder Judiciário;
• Judicialização da saúde;
• Tutelas provisórias de urgência;
• Media training: relacionamento de magistrados com a imprensa;
• Introdução ao Direito e Economia;
• Desdobramento do planejamento estratégico aplicado;
• Direito Tributário: temas relevantes e os impactos das controvérsias dirimidas pelos tribunais superiores nos processos judiciais;
• Tópicos em Lógica e Filosofia da mente: a decisão judicial;
• Visão geral dos registros públicos e do direito notarial e sua fiscalização.

Recuperandas da Apac Feminina de Belo Horizonte recebem diploma do Curso de contação de histórias (maio de 2021) (Crédito: Cecília Pederzoli/TJMG)

Ao longo do período, foram também realizadas ações educacionais com características diferenciadas. Nesse sentido, ressaltam-se os encontros dos presidentes das Apacs; de Capacitação da Corregedoria- Geral de Justiça de Minas Gerais (Encor); do Colégio Nacional de Ouvidores: transparência e integridade; do II Fórum Nacional dos Juizados do Torcedor e de Grandes eventos (II Fonajut); de Magistrados dos Núcleos Regionais da Ejef – Edição Sul de Minas/Pouso Alegre; o 1º Congresso Internacional de Políticas Autocompositivas do TJMG; e o encontro Anual de Magistrados de Execução Penal que aplicam o método Apac em Minas Gerais.

As ações educacionais ofertadas de forma presencial ou via internet pela Ejef se sobressaem pela variedade e abrangência, ao abordar, entre outros, os seguintes temas:

• Tópicos em Lógica e Filosofia da mente: a decisão judicial;
• Direito Tributário: temas relevantes e os impactos das controvérsias dirimidas pelos tribunais superiores;
• Parâmetros para o uso das redes sociais pelos membros do Poder Judiciário;
• Projeto Decidir: Covid-19 – Direito Civil e Penal;
• O que a Neurociência tem a nos ensinar – trauma no contexto da violência doméstica e familiar;
• Aspectos práticos da Regularização Fundiária Urbana - Reurb;
• Projeto Decidir - Planos de saúde - Fornecimento de medicamentos;
• Questões controvertidas no Direito Penal, Direito Processual Penal e Lei Maria da Penha;
• 100 anos da Semana de Arte Moderna de 1922 - influências modernistas na linguagem poética;
• Gestão de unidades judiciárias de competências cumulativas, boas práticas nas jurisdições cível, criminal e execução penal;
• AGIR – Módulo Habilidades Sociais no Trabalho e Gerenciamento de Conflitos;
• Desdobramento do Planejamento Estratégico aplicado;
• Técnicas de comunicação não-violenta;
• Audiências concentradas e Central de Vagas no Sistema Socioeducativo Mineiro;
• Gestão em Foco na 2ª Instância – “Gestão de gabinete de 2ª instância: uma reflexão sobre como atuar em equipe, acelerar os julgamentos e reduzir os custos”.

Por sua importância, destacam-se as aulas magnas e os webinários, estes últimos em torno de questões como: “Depoimento especial: novos desafios no processo de responsabilização de crimes envolvendo crianças e adolescentes” (realizado em parceria com o MP); “A nova Lei de Improbidade”; “A efetiva prestação jurisdicional e o DPE”; elaboração de ementas jurisprudenciais; “A eficiência dos precedentes judiciais no STJ”; capacitação para os supervisores de oficinas das Apacs (Pouso Alegre); formação de contadores de história (recuperandas da Apac Feminina de BH e recuperandos da Apac de Santa Luzia); e sistema de Justiça e o direito da antidiscriminação.

Nessa nova fase, com olhar pedagógico mais acurado, a Diretoria Executiva de Desenvolvimento de Pessoas (Dirdep) atuou intensamente, seja por meio de reuniões ou com outras metodologias, para a concepção, organização e realização do curso de pós-graduação em Direito Empresarial com Ênfase em Falência e Recuperação de Empresas, em sua totalidade. Isso incluiu aspectos como o desenvolvimento do planejamento da pós-graduação, a elaboração do plano de curso, a realização da análise pedagógica da aula inaugural, a confecção do Manual do Aluno, entre outros pontos.

No biênio, foi fonecido acompanhamento psicossocial aos 95 juízes que se encontravam no período que precede o vitaliciamento. Também foi feito acompanhamento técnico com orientação psicossocial e gerencial para magistrados em várias fases da carreira e para gestores, assessores e equipes de câmara. Foi feito ainda o acompanhamento de servidores de unidades judiciárias encaminhados pela Corregedoria-Geral de Justiça ou por iniciativa do magistrado ou gestores, com vistas à melhoria do ambiente de trabalho e ao desenvolvimento da equipe.

Ainda no âmbito das equipes pedagógicas, foi realizado o planejamento e executada a oficina “Revisitando as Estratégias para o Trabalho de Suporte à Implantação do DPE”, junto à equipe do Núcleo de Suporte ao Planejamento e à Gestão da Primeira Instância (Nuplan), na modalidade semipresencial.

Projeto Caminhos e Contos

 

Um dos destaques foi o projeto “Caminhos e Contos: a ressocialização pela palavra”, que tem como escopo contribuir para a ressocialização das recuperandas e recuperandos da Apac, a partir de seu contato com as histórias tradicionais e da literatura oral e escrita, propondo-lhes a oportunidade de participar do Curso de Formação de Contadores de Histórias, realizado por meio de oficinas. A unidade a receber o projeto-piloto foi a Apac Feminina de Belo Horizonte. Ali foi realizado, de 19 de novembro de 2020 a 20 de maio de 2021, o primeiro curso, em parte presencial e em parte a distância, que culminou com a formatura de 33 alunas.

A partir de junho de 2021, a Ejef iniciou o planejamento da expansão do projeto. A iniciativa chegou à Apac Masculina de Santa Luzia em agosto de 2021. Realizado de 9 de setembro de 2021 a 7 de fevereiro de 2022, a capacitação resultou na formatura de 39 alunos. Os participantes vivenciaram, durante as oficinas, além da aprendizagem sobre o ofício de contar histórias, a expectativa de um caminho novo para seguirem a vida.

Para facilitar o trâmite e oferecer subsídios aos interessados em desenvolver projeto semelhante em unidades da Apac no interior de Minas, a Ejef elaborou, em 2021, o método Caminhos e Contos. Ele contempla o passo a passo para o encaminhamento de pedidos e delineia as linhas gerais de seu processamento pelas áreas técnicas da Dirdep. Isso viabiliza a análise dos pedidos e produção de subsídios para a decisão da 2ª Vice-Presidência quanto à implantação ou não do projeto nas comarcas interessadas, bem como para o desenvolvimento e o acompanhamento das implantações autorizadas.

Recuperandas se prepararam, ao longo de meses, com encontros presenciais e virtuais, para aprender a contar histórias, dentro do projeto “Caminhos e Contos: a ressocialização pela palavra” (maio de 2021) (Crédito: Mirna de Moura/TJMG)