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O filósofo e escritor Mario Sergio Cortella, no livro Qual é a tua obra: inquietações propositivas sobre gestão, liderança e ética, conta que, na Antiguidade, os romanos tinham o hábito de dar nome aos ventos. Um dos ventos que eles mais apreciavam era o chamado ob portus, que levava o navio em direção ao porto. Vem do nome desse vento oportuno o vocábulo “oportunidade”.

A partir da etimologia da palavra, podemos dizer que oportunidade é seguir o vento favorável, aquele que nos conduzirá ao ponto que queremos atingir durante uma travessia. Em meio a mares revoltos ou a incertezas, essa é a postura estratégica a ser adotada pelos bons timoneiros: o esforço é manter as equipes, os sentidos e os instrumentos alertas, para reconhecer os “ventos oportunos”. Caso contrário, eles soprarão sobre nós, sem que as chances que representam sejam agarradas.


Ao longo dos últimos dois anos, buscamos rumar permanentemente na direção dos bons ventos, a fim de conduzir e manter o Judiciário mineiro no caminho do aperfeiçoamento contínuo. Mas agora é chegado o fechamento de um ciclo: é hora de olharmos para nossa trajetória e apresentarmos à sociedade o resultado do nosso esforço. E é a isso que se propõe este sucinto relatório, que reúne algumas das mais importantes iniciativas da gestão para o biênio 2020/2022.

Aqui estão listados os principais avanços empreendidos pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais nos últimos 24 meses, nos mais diversos campos. Conquistas nas áreas de tecnologia, infância e juventude, governança judiciária, combate à violência contra a mulher, conciliação, justiça criminal, gestão de recursos e de pessoas, Justiça de primeiro e segundo graus, sustentabilidade e cultura da paz e da integridade, para citar apenas algumas.

Os desafios foram inúmeros, ao longo dos últimos dois anos, em especial, pelo fato de que a gestão foi atravessada pelas dificuldades impostas pela pandemia de covid-19. Mas o contexto da crise sanitária também acelerou evoluções, como a adoção definitiva de ainda mais recursos tecnológicos em nosso dia a dia, o que modernizou de maneira expressiva o Judiciário mineiro.

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Do que aprendemos com todo o contexto de crise, sobressaem também aspectos que ultrapassam em muito o fazer cotidiano na Justiça em Minas. Aprendemos sobre a importância da união dos povos para o enfrentamento de dilemas comuns, pois estamos todos conectados. Destaca-se também, mais que nunca, a importância de valorizarmos nossos afetos. A vida é sopro, e o cuidado e a expressão do nosso amor pelo outro precisam atingi-lo agora, pois amanhã pode ser tarde demais.

O momento é sobretudo de gratidão: a Deus; aos colegas desembargadores e juízes; aos operadores do Direito; aos servidores, colaboradores e estagiários do TJMG; às instituições parceiras, públicas ou privadas; a autoridades diversas; e aos Poderes Executivo e Legislativo, com quem tivemos a satisfação de manter relações sempre republicanas, harmônicas e diretas.

Como integrantes do Judiciário mineiro, plenos de esperança, continuaremos agora nossa jornada fortalecidos, imbuídos ainda mais da consciência do papel que cada um de nós tem a desempenhar, para tornar nossa Justiça cada dia melhor.

Desembargador Gilson Soares Lemes
Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais