Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Comarcas se organizam para Semana Justiça Pela Paz em Casa

Campanha ocorrerá nos meses de março, agosto e novembro


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Em 2018, um ato no Mineirão, antes de um jogo do Atlético, alertou para a causa; a ativista Maria da Penha esteve presente

Todo ano, desde 2015, a campanha Justiça Pela Paz em Casa promove um esforço concentrado para agilizar o andamento dos processos relacionados a casos de violência doméstica e familiar e conscientizar a população sobre esse grave problema.

São três edições ao longo do ano. Em 2020 as semanas da campanha serão realizadas de 9 a 13 de março, de 17 a 21 de agosto e de 23 a 27 de novembro.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) sempre marcou presença. Em 2020, as preparações já começaram em várias comarcas, e magistrados e suas equipes trabalham na elaboração de pautas e ações sociais. 

Além de fomentar audiências e júris concentrados e a prolação de sentenças, a campanha oferece ações educativas e artísticas, como palestras, exibição comentada de filmes, peças de teatro e rodas de conversa. O programa também promove ações que objetivam dar visibilidade ao tema e sensibilizar a sociedade para a situação crítica da mulher brasileira. 

No Judiciário estadual mineiro, a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) assessora a Presidência quanto às políticas para combater a discriminação e a violência, além de apoiar e acompanhar medidas para transformar a realidade de agressões e violações de direitos.

Conscientização

Mulher depõe, de costas, em Delegacia da Mulher
Prevenção, combate e conscientização estão entre as frentes de atuação da Comsiv

"A campanha nacional Justiça Pela Paz em Casa é uma oportunidade de o Judiciário reafirmar e fortalecer seu compromisso e objetivo de desenvolver políticas, treinamentos e ações relacionados com o combate e a prevenção à violência doméstica e familiar contra as mulheres", afirma a superintendente da Comsiv, desembargadora Alice Birchal.

A superintendente explica que os eventos se concentram em datas significativas: em março, em razão do Dia Internacional da Mulher; em agosto, por ocasião do aniversário de sanção da Lei Maria da Penha; e em novembro, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o dia 25 como o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher. Essas escolhas, conforme a magistrada, fomentam a prevalência do princípio da dignidade da pessoa humana.

 

Desembargadora alice Birchal
A superintendente da Comsiv, desembargadora Alice Birchal, defende políticas coordenadas para o problema

"A mobilização, além de rememorar a luta das mulheres pela igualdade, conclama a sociedade para cada vez mais voltar o olhar para a proteção da mulher em estado de vulnerabilidade. O TJMG, através da Comsiv, participa de todas as edições da campanha, reafirmando o papel de assessoramento da Coordenadoria no que diz respeito ao desenvolvimento de políticas, treinamentos e ações relacionados com o combate e a prevenção à violência doméstica e familiar contra as mulheres", afirma.

Conforme a desembargadora Alice Birchal, todas as comarcas mineiras apoiam e participam da campanha, tanto no âmbito judicial quanto nas ações que enfoquem a educação como a melhor forma de capacitar para prevenir, punir e erradicar a violência doméstica contra a mulher. "É, sem dúvida, o momento de promover, através da prevenção, a concretização dos princípios fundamentais da dignidade da pessoa humana e da cidadania das mulheres", diz.

Iniciativas

No último ano, o Judiciário mineiro deu muitos exemplos de engajamento nessa luta.

Candeias promoveu um evento para a reflexão sobre a violência doméstica e familiar, a defesa e a valorização da mulher. A praça da cidade, onde ocorreu o encontro, ficou lotada. Em Divinópolis, a prisão imediata dos agressores e a suspensão do processo no caso de reconciliação entre as partes causaram queda expressiva nos pedidos de medida protetiva. 

Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, realizou a palestra “Enfrentamento à Violência Contra a Mulher”, abordando o processo de atendimento à mulher que sofre agressão e discriminação. A comarca ganhou, no ano passado, uma vara especializada nos casos de violência doméstica e familiar.

Autoridades descerram placa em solenidade de inauguração
Em junho de 2019, Contagem ganhou uma Vara Especializada de  Violência Doméstica

Na capital mineira, uma oficina realizada em um shopping alertou as pessoas sobre o aumento da violência doméstica e familiar nas datas comemorativas de final de ano. Com o mote “Natal sem violência na família”, a iniciativa pretendeu conscientizar os frequentadores do estabelecimento sobre o tema. 

Ibirité desenvolveu ações de combate à violência através de eventos e palestras, com abordagens variadas sobre as questões femininas. Foi realizado também um concurso de fotos e redação sobre o tema. Itabira organizou grupos reflexivos com os agressores, apostando que, por meio da educação e de medidas preventivas, é possível romper o ciclo de agressões. O intuito é diminuir o número de reincidências na comarca. 

Mulher lê folheto de rede de enfrentamento
Debates, rodas de conversa e mostras culturais são estratégias para mudar o cenário

Januária

A Comarca de Januária vem se tornando referência, na região Norte de Minas, na luta contra a violência doméstica e na promoção da igualdade entre homens e mulheres, graças a programas que trazem grandes resultados. Bastante engajada, a juíza Barbara Lívio, da 2ª Vara Cível Criminal e da Infância e da Juventude, conta que a ideia é que esses esforços sejam permanentes.

Ela enumera os benefícios que os programas vêm trazendo desde sua implementação: “A sociedade passou a acreditar mais na atuação do Estado em relação à proteção da família. A credibilidade das instituições cresceu ao mesmo tempo em que as relações interinstitucionais foram fortalecidas, e a comunicação dentro de órgãos e secretarias também foi aprimorada”.

Narjara Guedes, que na época era gerente executiva da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), apoiou a organização e o levantamento de fundos para uma das ações na comarca e conta que o evento ajudou mulheres de todas as formas possíveis. “Acabei recebendo depoimentos de algumas que estavam passando por momentos difíceis. Elas testemunharam que a participação delas foi fundamental para a sua melhora.”

O “Diálogos em Foco” tem o objetivo de conscientizar e reduzir o número de agressores por meio de reuniões ministradas para a construção de formas não violentas de comunicação e na superação da ideia de supremacia de gênero. Após o início das atividades, segundo a juíza, observou-se uma queda de 400% na taxa de reincidência. 

 

Pessoas sorridentes de pé seguram bicicleta
Em Januária, concurso de redação premiou as melhores reflexões sobre violência doméstica

Outro projeto de sucesso é o Viver Mulher, que articula toda a rede de atendimento das mulheres em situação de violência doméstica e de crianças e adolescentes que vivem em um meio de conflito. O programa capacita os agentes comunitários de saúde para o reconhecimento, identificação de sinais e correto encaminhamento das famílias. Eles fazem visitas domiciliares, viabilizando a identificação precoce da violência e atuando na prevenção.

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