Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Judiciário e esporte se aliam contra violência doméstica

Maria da Penha e superintendente da Comsiv participaram; ação precedeu clássico Atlético x Cruzeiro


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Neste domingo, 4 de março, uma parceria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) com o Clube Atlético Mineiro (CAM) e o Instituto Maria da Penha (IMP), presidido pela ativista Maria da Penha Maia Fernandes, reforçou o compromisso das instituições envolvidas de combater a violência doméstica e familiar e homenageou as mulheres na semana em que se recorda o Dia Internacional da Mulher (8 de março).

 

No gesto inaugural que marca o início da semana em que o Supremo Tribunal Federal (STF) convoca todas as cortes estaduais do País a aderir à campanha Justiça pela Paz em Casa, a farmacêutica que motivou a edição da Lei 11.340/2006 entrou no gramado da Arena Independência com uma faixa incentivando a denúncia da violência doméstica e familiar. Trata-se da campanha “Não se Cale”, que uniu esforços em prol das mulheres.

 

Nesta semana, o TJMG promove uma série de medidas visando ao mesmo objetivo. Leia matéria sobre a programação. Leia ainda sobre cooperação entre o Judiciário e a Organização das Nações Unidas para incrementar ações conjuntas para reduzir o flagelo da violência e da discriminação de gênero.

 

A desembargadora Kárin Emmerich, superintendente da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) do TJMG, também esteve presente, acompanhando a ativista cearense de 73 anos e torcedoras do Galo que acompanharam a entrada da equipe em campo. Além disso, participou da ação a juíza Roberta Chaves, da 16ª Vara Criminal de Belo Horizonte.

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A desembargadora Kárin Emmerich, a militante de direitos da mulher Maria da Penha e a juíza Roberta Chaves, atuante em vara criminal de Belo Horizonte especializada em violência doméstica

Os jogadores do time dono da casa também vestiram camisas com o número 180, da Central de Atendimento à Mulher, como forma de ressaltar a importância de reportar casos de agressão, dar apoio às vítimas e procurar ajuda nos órgãos especializados.

 

A superintendente da Comsiv destacou que a proposta é que o sistema de justiça e a sociedade deem respostas mais rápidas e efetivas para evitar que a situação das vítimas se agrave. Entre as ações benéficas para reduzir a discriminação de gênero e a perpetuação da desigualdade, ela cita a agilização dos processos, a concessão de medidas protetivas, a conclusão dos inquéritos e a realização de audiências e sessões de júri, além de mobilizações educativas em escolas e o fortalecimento do debate público sobre o assunto.

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Farmacêutica foi agredida diversas vezes pelo então marido; descontente com o que considerava a indiferença do sistema penal brasileiro, ela levou o caso à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) 

A desembargadora lembrou que o problema ocorre em todo o mundo, razão pela qual tem sido pautado pela Organização das Nações Unidas. Para a superintendente da Comsiv, essa é uma batalha em que todos devem se engajar, na busca por direitos iguais e justiça para as mulheres e na reavaliação de condutas e hábitos abusivos.

 

Já a juíza Roberta Chaves ressaltou que o jogo de futebol deve se constituir como um momento de confraternização, no qual a paz também é essencial, dentro e fora de campo. Por essa razão, a articulação da prática lúdico-esportiva e do combate à violência por parte do Judiciário e da sociedade chama a atenção para a causa e estimula a udança de comportamento. "Foi gratificante presenciar esses acontecimentos e estar com a Maria da Penha, uma sobrevivente de violência doméstica que suscita a nossa reflexão sobre os extremos a que as agressões podem chegar se não forem enfrentadas e as possibilidades de resistir e buscar erradicar a violência doméstica", afirmou.

 

Saiba mais sobre as ações da Comsiv.

 

Oportunidade

 

Segundo Maria da Penha, que foi convidada pelo clube alvinegro por ser um símbolo da resistência à violência doméstica, a participação no início da partida, válida pelo Campeonato Mineiro, foi uma oportunidade para discutir o problema das agressões físicas, verbais e psicológicas às mulheres de forma ampla, dando visibilidade às iniciativas que procuram modificar essas práticas.

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Ativista diz esperar que outros times adotem a causa

“Estou muito feliz de poder falar para esse público, uma torcida tão numerosa. Essa ação vai ajudar a conscientizar as pessoas e divulgar a lei. A finalidade da lei não é punir os homens, mas responsabilizar os agressores e proteger e amparar as vítimas. Queremos fomentar a conscientização e a denúncia dos abusos e cobrar políticas públicas contra essas ocorrências violadoras dos direitos”, afirmou.

 

Com informações do Clube Atlético Mineiro

 

Assessoria de Comunicação Institucional - Ascom
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