Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

O poder transformador do voluntariado nas Apacs mineiras

Campanha de arrecadação de produtos de higiene promovida pelo TJMG vai até dia 18/9


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A ação voluntária é uma bênção para mulheres aprisionadas, que sofrem muitas vezes de abandono por amigos e parentes

 

As pessoas que cumprem pena em uma unidade da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) contam com uma peça fundamental para sua recuperação e futura reinserção na sociedade: o voluntário.

Todos os dias, dezenas de pessoas doam tempo em prol de outras, que muitas vezes foram abandonadas pelos próprios familiares durante o cumprimento da pena.

O presidente da Apac de Belo Horizonte, Marcelo Costa, diz que geralmente as mulheres privadas de liberdade passam anos sem receber ao menos uma visita.

“O aprisionamento feminino é um fenômeno que precisa ser estudado, pois é o que mais registra abandono. Um pequeno gesto, uma conversa, uma troca de ideias significam uma chance de oportunidade no futuro”, enfatizou.

 

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Marcelo Costa, presidente da Apac de Belo Horizonte: "O que transforma o ser humano é o contato com outras pessoas"

 

Para o presidente da Apac, não são apenas os espaços e as instituições que mudam as pessoas. “Na verdade, o que transforma o ser humano é o contato com outras pessoas, é isso que garante a ele uma receptividade depois da execução da pena.”

Ainda de acordo com Marcelo Costa, o voluntário é essencial por ser uma pessoa generosa, que abre o coração para receber, talvez, quem mais necessite de ajuda.

Doações

 

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Campanha de voluntariado, que vai até 18/09, entregou 150 kits com produtos de higiene pessoal às recuperandas da Apac de Belo Horizonte

 

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio do Núcleo de Voluntariado, arrecada até o dia 18 de setembro produtos de higiene pessoal para serem doados para as mulheres que cumprem pena nas Apacs de todo o estado.

Xampus, hidratantes, condicionadores, absorventes, desodorantes, sabonetes, cremes dentais e escovas de dente podem ser doados em uma das diversas unidades da Justiça, em Belo Horizonte.

No Dia Nacional do Voluntariado, comemorado na última sexta-feira (28/8), o TJMG entregou 150 kits com produtos de higiene pessoal para as mulheres que cumprem pena na Apac da capital, localizada no Bairro Gameleira.

A ação solidária foi organizada pelo Núcleo de Voluntariado do TJMG, pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) e pelo Núcleo de Assistência Servidor Solidário (Naas).

Participaram da entrega das doações a presidente do Núcleo de Voluntariado do TJMG, desembargadora Maria Luiza de Marilac; o coordenador-geral do programa Novos Rumos, desembargador Antônio Armando dos Anjos; o coordenador executivo do programa, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos; e o presidente da Apac de BH, Marcelo Costa.

Dignidade

 

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A aprendizagem de um ofício, como o da costura, leva esperança de novas oportunidades ao sair da reclusão;na foto, recuperanda faz máscaras de proteção

 

As 69 mulheres que cumprem pena na Apac da capital mineira aprendem diversos ofícios, como costura, crochê, bordado e confecção de diversos produtos com materiais recicláveis. Também estão produzindo máscaras de proteção facial. 

A supervisora da laborterapia da unidade, Kelly Cristina Mendes, destacou a importância do voluntariado para pôr em prática a metodologia na qual se baseia o trabalho da associação.

“O voluntário é uma das peças principais nas Apacs de todo o estado. As mulheres que saem do sistema prisional comum chegam às Apacs acanhadas e de repente mostram o sorrisão, por serem tratadas com dignidade”, disse. 

Segundo Kelly Cristina Mendes, essa pessoa deixa de ser um número para ter nome, tira as algemas, a roupa vermelha e inicia uma nova jornada, muitas vezes com a ajuda do voluntário.

Ouça o podcast com os áudios do presidente da Apac de BH e da supervisora de laborterapia:

 

Autoestima

 

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Recuperanda faz peça de crochê e se beneficia da ajuda de voluntários na diversificação dos produtos

 

A supervisora da Apac afirmou também que “há uma mudança tanto na recuperanda como no próprio voluntário; é uma transformação em conjunto, como uma roda que gira, e um vai completando o outro”.

A funcionária da unidade disse ainda que o voluntário traz novas ideias e oportunidades e, assim, a recuperanda passa a ter uma nova visão de trabalho.

“O crochê que é produzido no sistema prisional comum é mecanizado, muitas vezes até as cores são as mesmas. O voluntário chega aqui e fala para elas experimentarem outros tons e formatos. Isso contribui para o psicológico delas, proporciona a amplitude da visão. Elas saem daquele mundinho, da bolha fechada, para vislumbrar novas possibilidades.”

Apacs

 

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Das 38 Apacs de Minas Gerais, sete recebem mulheres

 

O Estado de Minas Gerais tem ao todo 38 Apacs, totalizando 4,2 mil vagas. Das 38, oito são destinadas a recuperandas e estão localizadas em Belo Horizonte, Governador Valadares, Frutal, Itaúna, Conselheiro Lafaiete, São João del Rei, Pouso Alegre e Rio Piracicaba. A de Belo Horizonte foi a última a ser inaugurada. Nessas unidades, 311 recuperandas cumprem pena 

 

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