Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Intervenção teatral leva reflexão sobre violência doméstica

Atividade integra programação da Comsiv para 16ª Semana Justiça pela Paz em Casa


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Atores de mãos dadas em plataforma de metrô
A intervenção teatral, em área de grande circulação, visou conscientizar para o tema da violência contra a mulher, estimulando as denúncias

Quem circulava na manhã desta terça-feira (10/3) pelas plataformas da Estação Central da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), na capital mineira, deparou com uma cena inusitada: um grupo de jovens fazia rápidas performances teatrais, num gestual que representava cenas de agressão contra a mulher.

As intervenções integraram a programação da Semana Justiça pela Paz em Casa no Judiciário mineiro, que começou no domingo (8/3) e se estende até a próxima sexta-feira (13/3). Segurando placas com frases relacionadas ao tema, as atrizes, do grupo Toda Cultura, incentivavam a denúncia da violência familiar contra a mulher.

Organizada pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a programação traz atividades que visam a levar reflexão e conscientização sobre o tema para a sociedade.

A Semana Justiça Pela Paz em Casa é uma campanha de caráter nacional, promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Durante as três edições anuais da campanha, os tribunais estaduais de todo o Brasil concentram esforços para priorizar o julgamento de casos de violência familiar contra a mulher.

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Durante as performances teatrais, o grupo de atrizes fazia gestuais que representavam cenas de agressão contra a mulher

Ciclo da violência

“A ideia dessas intervenções foi mostrar o ciclo da violência doméstica, que começa com a tensão, segue com a agressão e depois vem a lua de mel, quando o casal se reconcilia, para então o ciclo se reiniciar. Propomos a ruptura disso, por meio da denúncia”, explica a produtora do grupo Toda Cultura, Luciana Vieira.

Foram dezenas de intervenções ao longo de duas horas, com poucos segundos de duração, tempo suficiente para chamar a atenção de muitos que desciam apressados dos vagões. Como foi o caso de Huberleia Magalhães Borges, que parou para fazer algumas fotos antes de seguir seu destino. 

“Acho que falar sobre a violência doméstica é muito importante. Infelizmente, conheço muitas mulheres, algumas bem próximas de mim, que já passaram por isso. Não dá mais para pensar que não podemos ‘meter a colher’, como dizia o ditado. Precisamos, sim, tomar uma atitude”, declarou.

A técnica de enfermagem Íris Ferreira Neri também destacou a relevância de iniciativas como essa, que levam as pessoas a refletir sobre o assunto. “As mulheres sofrem muita violência! Conheço muitos casos, não é só um”, afirma. 

Íris Neri conta que uma de suas melhores amigas conseguiu deixar um relacionamento abusivo; mas, agora, sofre novamente violência doméstica de outro companheiro. “A gente conversa com ela, mas ela tem pena dele. Por isso é importante conscientizar as pessoas sobre o tema, incentivar que denunciem”, reconhece.

Participaram da intervenção desta terça-feira as atrizes Ângela Maria, Luísa Lagoeiro, Isabela Assis, Lorena Jamarino, Carolina Freitas e Kênia Oliveira. A produção ficou a cargo de Luciana Vieira. 

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Enquanto o grupo Todo Cultura fazia suas intervenções teatrais, eram distribuídos materiais informativos sobre violência doméstica contra a mulher às pessoas que circulavam pela Estação Central

lMaterial informativo

Enquanto o grupo Todo Cultura fazia suas intervenções teatrais, a pedagoga e psicóloga Carolina Lúcia Viana, da Associação Profissionalizante do Menor (Assprom), na companhia de dois adolescentes trabalhadores, Lara Luíza Malaquias e Luciano Aparecido da Silva, distribuía material informativo sobre violência doméstica.

A psicóloga aproveitou a oportunidade para conversar com quem estava ali. Um dos passageiros que ela abordou foi  Sebastião Simão de Souza, proprietário de um bar em Santa Luzia. Ele ganhou um adesivo para colar no estabelecimento comercial, estimulando a denúncia da violência doméstica. Acabou pedindo mais seis peças, para deixar em outros bares da região. 

Em suas abordagens dos passageiros, Carolina Viana observava o perfil da pessoa e, após trocar as primeiras palavras, buscava adaptar o diálogo sobre o tema da violência doméstica à realidade de cada um.

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A pedagoga e psicóloga Carolina Viana (C), da Associação Profissionalizante do Menor (Assprom), e os adolescentes Lara Luíza Malaquias e Luciano Aparecido da Silva

Outras intervenções 

Na manhã de domingo (8/3), Dia Internacional da Mulher, foi realizada a primeira intervenção, na Feira de Artesanato da Avenida Afonso Pena, com aproximadamente 40 apresentações, no estilo flash mob.

Flash mobs são intervenções pontuais e curtas que acontecem em ambientes públicos, reunindo repentinamente pessoas para a realização de uma apresentação não esperada pelos presentes. 

Outras intervenções estão marcadas para acontecer esta semana. Na quarta-feira (11/3), o grupo estará na Praça 7, no coração da capital mineira, das 18h às 20h. Na quinta-feira (12/3), das 9h às 11h, na Praça da Liberdade, e novamente na Estação Central da CBTU, das 14h às 16h.

Programação da semana 

A programação da Comsiv para esta semana inclui ainda palestras para trabalhadores da construção civil. Na segunda-feira (9/3), a antropóloga Angelina Parreira falou para um grupo no Bairro União, e a psicóloga Mariana Viegas esteve em um canteiro de obras no Bairro Sion.

A programação se encerra na sexta-feira (13/3), com palestra da juíza Maria Aparecida Consentino em uma construção no Bairro Savassi, das 12h30 às 13h30. A magistrada é titular do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da Comarca de Belo Horizonte. 

Exposição "Mulheres Artistas"

A Galeria de Arte do Fórum Lafayette (Avenida Augusto de Lima, 1.549, Barro Preto), na capital, recebe a exposição "Mulheres Artistas: Feminino Plural". A mostra pode ser visitada das 8h às 18h, em dias úteis. Saiba mais aqui.

 

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