Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Jovens que integram programa de música do TJMG conquistam vaga na UFMG

A caminho da profissionalização, jovens contam sonhos e realizações


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Miguel Pratti, Ester Santos, Gabriella Hadassa, Natanael Neves e Thiago Henrique Ferreira atuaram na Orquestra Jovem do TJMG e estão ansiosos para iniciar a trajetória universitária ( Crédito: Gláucia Rodrigues / TJMG )

Cinco calouros do Curso de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) têm em comum, além da paixão pela arte e a garra, a escola onde iniciaram: o Programa de Formação Continuada Orquestra Jovem e Coral Infantojuvenil do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Ester, Gabriella, Miguel, Natanael e Thiago, com o entusiasmo de quem dá passos decisivos na realização de sonhos e na construção da carreira, dividem um pouco de sua história.

Para a diretora artística e regente da Orquestra, Luciene Villani, a vitória é do grupo. "Para mim é motivo de orgulho. Temos o propósito de formar cidadãs e cidadãos por meio da música, desenvolver habilidades e competências que os acompanham em sua trajetória de vida e abrem portas para novos caminhos, até então inimagináveis. Desenvolvemos um trabalho musical sério, que possibilita a entrada no meio profissional. Portanto, vivenciar essas conquistas e celebrar com eles dá a certeza de que estamos no caminho certo", avalia.

Embora o contato com a musicalização seja precioso e transformador de forma geral, a maestrina considera que a carreira musical requer um perfil específico. "São do perfil determinado, que se caracteriza pelo foco e pela sensibilidade. Eles sabem que entrarão em um mundo de estudo contínuo, que exigirá horas e horas de estudo e a busca constante pelo resultado perfeito. Diferentemente do que pode pensar o leigo, a vida na música é de dedicação e estudo", defende.

Para impulsionar os jovens artistas, à medida que avançavam na técnica e no conhecimento musical, muitos foram incorporados como adolescentes instrutoras e instrutores, monitoras e monitores, chefes de naipe ou do posto de spalla, comandando os primeiros violinos, que pode assumir a condução de uma orquestra na ausência da maestrina ou do maestro.

De acordo com Luciene Villani, essa proximidade alimenta o desejo de progredir dos mais novos. "O clima do programa é de união, amizade, companheirismo. Todas as conquistas são celebradas. Fazemos uma preparação para o vestibular que inclui performances regulares para colegas, assim todos acompanham a evolução, valorizam o esforço dos demais e veem, quando sai o resultado, que é algo possível para todas e todos, e não restrito a uma elite", diz.

Segundo a diretora artística, esse contato com o universo do trabalho abre portas também para que iniciantes disponham de recursos financeiros para comprar e manter um instrumento de qualidade, cordas, arcos, partituras e acessórios. "Tudo isso é muito caro, e com essas oportunidades eles conseguem ir adquirindo aos poucos o que precisam", pontua.

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Segundo a maestrina Luciene Villani (centro, de blusa branca), o perfil de alunas e alunos que se encaminham para a vida profissional é de dedicação e disciplina ( Crédito: Gláucia Rodrigues / TJMG )

Ester

Ester Ferreira Santos, de 18 anos, principiou pelo Coral do TJMG e experimentou vários instrumentos. Aprovada no Bacharelado em violoncelo, ela conta com uma boa bagagem e tem muitos planos. Quer aprender mais, aprofundar-se na área e conhecer pessoas do mesmo ramo, porque a natureza das atividades é coletiva e envolve a relação com as pessoas. "Quase tudo na nossa vida envolve música. Amo fazer música em conjunto, e adoro tocar", afirma.

Aluna do programa do Tribunal de Justiça há uma década, ela lembra que não foi fácil: "Para mim, o caminho foi de insegurança, precisei de motivações e coragem para continuar a buscar os meus objetivos." Por outro lado, tampouco faltou incentivo. "Meus amigos e familiares ficaram muito felizes. Recebi bastante apoio das pessoas ao meu redor e no TJ, todos estavam torcendo para eu conseguir", diz. Para o futuro, ela pensa em ser musicista de orquestra ou solista, percursos exigentes que ela se sente pronta para encarar.

Thiago

Aos 21 anos, Thiago Henrique da Silva Ferreira foi aprovado no Bacharelado em viola. Para ele, a UFMG representa uma grande conquista, e espera "aproveitar ao máximo essa fase de aprendizado e crescimento musical". Segundo Thiago, o mais fascinante na música é a capacidade de transmitir emoções e conectar pessoas. A família e os amigos, que sempre apostaram nele, tiveram um papel vital em sua vocação.

"Minha jornada na música tem um significado especial por causa do meu avô, uma grande inspiração. Ele me motivou a seguir esse caminho, e desejo honrar esse legado. Para chegar até aqui, precisei de disciplina e persistência, mas o esforço valeu a pena. A família e os amigos sempre me apoiaram nessa caminhada. Desde o início, reconheceram minha dedicação e talento, suporte que tem sido fundamental para eu seguir em frente. Saber que tenho pessoas torcendo por mim faz toda a diferença", revela.

O jovem sonha construir uma carreira sólida na música: "Eu me interesso pela vida orquestral e pelo ensino musical, mas também gosto da ideia de atuar em diferentes formatos, com música de câmara e eventos. A experiência na Orquestra Jovem do TJMG foi crucial para meu crescimento artístico e para entender melhor a realidade da profissão."

Natanael

Natanael dos Santos Neves, também violista, será colega de Thiago no Bacharelado em Música da UFMG. Morador de Ibirité, ele reconhece ser um pioneiro, mas ressalta a importância do apoio, ajuda e estímulo recebidos. A reação da família, de amigas e amigos, professoras e professores diante do resultado, segundo o jovem de 18 anos, foi "maior ou igual" à dele próprio: houve lágrimas de alegria, vibração e abraços carinhosos.

"As expectativas são as melhores possíveis. Quero evoluir profissionalmente e desenvolver habilidades no meu instrumento. Eu não imaginava alcançar tudo isso. Fui o primeiro da família a fazer um curso superior, e sou o primeiro a cursar uma universidade pública federal que já formou grandes músicos mineiros. Até o processo da matrícula na instituição, todos estão se mobilizando, pois entendem que é uma conquista coletiva", afirma.

Encantado pela beleza da linguagem musical e pela perfeição que se pode atingir pelo estudo do instrumento, ele sonha ser músico de orquestra, dar aulas e tocar em eventos e casamentos. "Eu me impressiono com o modo como aquela harmonia foi criada e pensada para dar sentido à música, com o cuidado na elaboração de cada compasso escrito pelo compositor", revela.

A experiência no TJMG, de acordo com Natanael, significou muito: "Amadureci e evoluí como músico e como pessoa. O ambiente e a estrutura do programa me proporcionaram a entrada na universidade."

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Calouras e calouros da UFMG sonham com carreira em orquestras, grupos de câmara e como solistas ( Crédito: Gláucia Rodrigues / TJMG )

Gabriella

Gabriella Hadassa Coelho de Carvalho, de 18 anos, vai cursar violino. Animada, ela vê nisso a realização de um sonho e o resultado de muito esforço. "É uma oportunidade enorme para me aprofundar ainda mais na música. Espero crescer tecnicamente e artisticamente, conhecer pessoas que compartilham a mesma paixão e explorar o universo musical. Como violinista profissional, desejo entrar numa orquestra, em grupos de câmara ou em projetos musicais diversos. Também me interesso pela área pedagógica e, no futuro, quero contribuir para a formação de novos músicos. Não será meu foco principal, mas com certeza é uma possibilidade", diz, com a empolgação de quem já pensou muito no assunto.

Para a jovem, a música veicula emoções e permite contar histórias: "É incrível o que a gente alcança por meio dela e a paz que ela nos permite experimentar. Quando estou tocando, posso me focar completamente no que estou fazendo e nos sentimentos que a peça transmite ou simplesmente me divertir com a música. É maravilhoso saber que posso tocar as pessoas e criar momentos marcantes fazendo o que amo."

Como as colegas e os colegas, ela venceu obstáculos na jornada. "Precisei de muita dedicação, persistência, disciplina e paciência. Superar a insegurança, lidar com frustrações e cobranças, além de equilibrar a escola, os estudos do vestibular e a prática musical, definitivamente, não foi fácil. Mas tudo isso me ajudou a crescer e evoluir", admite.

Segundo a violinista, o empenho envolveu toda a família: "Lembro da minha mãe, quando comecei a tocar, me levando até o Centro, de ônibus, com meu irmão ainda bebê no colo. Ela fez questão de me apoiar. Meu pai, igualmente, como músico, sempre me ajudou em tudo, com dúvidas, direcionamento e ensinamentos valiosos, sua presença foi indispensável. Cada pessoa ao meu redor contribuiu para que eu chegasse onde estou hoje. Compartilhar a notícia da aprovação foi emocionante, e sentir a felicidade verdadeira deles reforçou minha convicção. Saber que tenho esse suporte me dá mais forças para seguir em frente."

O TJMG marcou a trajetória da jovem artista. "Tive oportunidades de amadurecimento musical e profissional. Pude continuar as aulas de violino com a excepcional e inspiradora Luciene Villani, que me acompanha desde o início. Também aprendi teoria musical e ganhei experiência na orquestra. Essa vivência foi essencial para meu crescimento e me ajudou a chegar até aqui", conclui.

Miguel

Artista desde o nome, Miguel Ângelo do Carmo Pratti, de 19 anos, já foi aprovado no Bacharelado em violino da UFMG e vai prestar vestibular para o mesmo curso na Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). A expectativa com a nova fase é, por meio do estudo e do direcionamento provido pelo curso, tornar-se "um músico mais completo e adquirir as habilidades necessárias para progredir profissionalmente".

Para Miguel, a música é inigualável na "capacidade de transmitir o que é intransmissível de outra forma". O jovem vê, na arte dos sons, uma força de comunicação: "É traduzir sentimentos em uma linguagem que cada indivíduo pode compreender, e acho isso muito bonito." Ele pretende tocar com grupos de formações variadas, na música erudita, popular e no jazz, "e criar, reimaginar, manter a arte viva, desenvolver meu lado de músico compositor".

Apesar das incertezas, o violinista mostrou coragem no enfrentamento das adversidades: "Decidi não seguir o ensino técnico. Sou o único músico da minha família. Vivi dificuldades financeiras, só consegui estar onde estou porque projetos sociais me deram a oportunidade de estudar violino. Agora, vejo caminhos em que posso trabalhar exclusivamente como músico, o que para mim é uma grande conquista."

Ele considera que a chance ofertada definiu sua vida, permitindo que ele usasse um instrumento emprestado e tivesse aulas com excelentes professoras e professores. "Fui contratado como monitor instrumentista, o que me deu ainda mais oportunidades. Certamente não estaria aqui se não fosse pelo Programa de Formação Continuada da Orquestra Jovem do TJMG", diz.

Outro sentimento forte é a gratidão: "Tive sorte de ter parentes e amigos que me dão tanto apoio. Durante toda a minha jornada mostraram interesse e me motivaram a continuar. Principalmente minha mãe, que está presente desde as minhas primeiras apresentações e continua sem faltar a nenhuma. Devo tudo a ela."

Saiba mais sobre o programa do TJMG. E veja outras imagens no Flickr oficial do Tribunal.

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