Há uma frase marcante de Madre Teresa de Calcutá, religiosa que dedicou a vida a cuidar dos mais vulneráveis, que diz: “Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz”. Penso que essa frase tem grande ressonância no que os voluntários fazem, todos os dias: aproximar-se do outro para apoiá-lo, trazendo alento, permitindo recomeços e renovando esperanças.
Com suas ações, os voluntários têm sido capazes de transformar realidades. São homens e mulheres que, diante de cenários desafiadores, não se contentam com uma postura de passividade ou de individualismo e resolvem agir, convictos de que há urgências que não podem esperar. O sujeito que dorme na rua tem frio hoje, o idoso que demanda cuidados pode não acordar amanhã, a família sem renda amanhece todos os dias com fome, o paciente solitário em um hospital precisa de companhia, nesse instante.
Desde que criou o seu Núcleo de Voluntariado, em 2016, hoje sob a presidência da dedicada e competente desembargadora Maria Luíza de Marilac, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais tem buscado disseminar a cultura do voluntariado no Judiciário mineiro, estimulando desembargadores, juízes, servidores, colaboradores e estagiários a se unirem em correntes de solidariedade.
Esse incentivo parte do pensamento de que o voluntariado desencadeia um círculo virtuoso de ações, que impacta não apenas os beneficiados diretos por elas, mas também quem se voluntaria, mudando visões de mundo e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. Os impactos positivos irradiam pelo ambiente de trabalho, nos lares, nas comunidades.
Por isso, em mais um gesto de estímulo a essa prática, assinamos a Portaria 5.151/2021, em abril último, regulamentando procedimento para a certificação de magistrado ou servidor como prestador de serviço voluntário. E temos realizado, por meio do Núcleo de Voluntariado, inúmeras campanhas de doação de itens diversos, para atender às camadas mais vulneráveis da sociedade.
Neste 28 de agosto, Dia Nacional do Voluntariado, gostaria, em nome do Poder Judiciário, de externar minha profunda admiração e gratidão a todos aqueles que se doam em prol do outro. Só poderemos nos desenvolver com plenitude se não deixarmos ninguém para trás. Afinal, como disse o escritor e ator italiano Luciano de Crescenzo, citado pelo filósofo Mário Sérgio Cortella, em palestra recentemente proferida para o TJMG, “Somos todos anjos com uma asa só, e só podemos voar quando abraçados uns aos outros”.
Parabéns a todos os voluntários!
Desembargador Gilson Soares Lemes
Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais
*