“Um Homem, Uma Mulher” (Um Homme et une Femme), clássico do cinema francês, produzido em 1966 pelo cineasta Claude Lelouch, foi a atração do Cineclube TJ, na quinta-feira (29/9). O evento, realizado no auditório da Corregedoria-Geral de Justiça, foi prestigiado pelo presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho. Ele assistiu ao filme ao lado do coordenador do Cineclube TJ, desembargador Matheus Jardim, e do desembargador Raimundo Messias, responsável pelos comentários sobre a produção.
Idealizado em 2003 pelo saudoso desembargador Sérgio Braga, o Cineclube TJ ocorre sempre às ultimas quintas-feiras de cada mês, priorizando clássicos do cinema mundial. As apresentações são realizadas à Rua Goiás, 253, Centro de Belo Horizonte, com entrada franca.
TJ Cultural
O presidente José Arthur Filho disse que o projeto Cineclube TJ é uma forma de reunir magistrados e servidores para prestigiar grandes obras do cinema, consagradas pelo público em geral. Ao chegar ao local de exibição, ele anunciou que o Cineclube TJ irá fazer parte de outro projeto, de sua autoria, denominado TJ Cultural. Com isso, o Cineclube TJ será transferido para o Edifício- Sede em 2023, quando completa 20 anos de criação. "Fiz questão de estar aqui para prestigiar este evento tão importante e dizer que queremos potencializar a arte e a cultura no Tribunal de Justiça de Minas Gerais", disse.
O coordenador do projeto, desembargador Matheus Chaves Jardim, afirmou que os filmes exibidos no Cineclube TJ são previamente selecionados e sempre comentados por convidados para o evento. O filme desta noite foi analisado e debatido com o público presente pelo desembargador Raimundo Messias, cinéfilo assumido.
Segundo o desembargador Matheus Chaves Jardim, com a transferência das exibições para o Edifício-Sede do TJMG, os filmes passarão a ser exibidos no auditório do Tribunal Pleno, com capacidade para aproximadamente 200 pessoas. “Acredito que essa mudança será muito benéfica para o público que se interessa por cinema”, disse.
O filme
O roteiro de “Um Homem, Uma Mulher” foi idealizado pelo cineasta Claude Lelouch na década de 1960, quando ele caminhava por uma praia e viu uma jovem mulher com o filho. Segundo o desembargador Raimundo Messias, Lelouch escreveu o roteiro com a ajuda dos dois atores principais do filme, os franceses Anouk Aimée e Jean-Louis Trintignant.
Na trama, Anouk Aimée interpreta a personagem Anne Gauthier, e Trintignant, o personagem Jean-Louis Duroc. Ambos são viúvos e se conhecem quando vão visitar os filhos em um colégio interno em uma pequena cidade próxima a Paris.
“A partir daí, eles se envolvem em um caso de amor, que entra em conflito pelo fato da personagem Anne Gauthier não conseguir superar a morte do marido, mesmo com a insistência de Duroc. O filme mostra a dificuldade de muitas pessoas em superar a perda de um ente querido e iniciar uma vida nova, ao lado de um novo amor”, afirma o desembargador.
Um dos destaques no filme é a trilha musical, que exibe canções dos brasileiros Vinícius de Moraes e Baden Powell. Outro ponto que chama a atenção são as imagens filmadas em preto e branco, que indicam o presente dos personagens, e as imagens filmadas em cores, que remetem os personagens ao passado. “Um Homem, Uma Mulher” ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original e Filme Estrangeiro, em 1967, além da Palma de Ouro, em Cannes, no mesmo ano. Também obteve indicações da Academia de Cinema norte-americana para os prêmios de melhor atriz (Anouk Aimée) e diretor (Claude Lelouch).
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