Magistrados, psicólogos e assistentes sociais do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), entre outros profissionais, participam durante toda esta sexta-feira, 25 de agosto, do I Seminário da Central de Serviço Social e Psicologia – “Desafios a interdisciplinaridade no Judiciário: novas demandas, outros olhares”. O evento, realizado no auditório da Unidade Raja, foi aberto pelo juiz auxiliar da Corregedoria e diretor do Foro da Comarca de Belo Horizonte, Marcelo Rodrigues Fioravante.
Expressando sua alegria com a realização do seminário e com o auditório repleto, o juiz Marcelo Fioravante destacou a importância do trabalho desenvolvido pelos psicólogos e assistentes sociais para a entrega da atividade judiciária. Sensível à iniciativa desde o início, desejou que o encontro seja replicado e que os resultados obtidos com as discussões sejam incorporados nas atividades diárias. O magistrado falou ainda da importância dos laudos e impressões trazidos por esses profissionais a cada processo na busca de soluções para conflitos tão sensíveis.
O seminário discute temas relevantes do trabalho da Central de Serviço Social e Psicologia, apresentando e divulgando os serviços e a natureza das atividades da Central e estabelecendo uma interlocução entre operadores do direito, psicólogos e assistentes sociais a respeito desses temas. A iniciativa oportuniza ainda a formação continuada dos assistentes sociais e psicólogos judiciais.
Aprimoramento
Há cinco anos como coordenador administrativo da Central de Serviço Social e Psicologia da Comarca de Belo Horizonte, Eduardo Sardinha falou de sua admiração pelo trabalho desenvolvido pelos técnicos da central, subsidiando as decisões de magistrados numa sociedade carente de valores, complexa e com problemas sociais cada vez mais desafiadores. Destacou a qualidade da equipe da Central, sendo esse seminário o reflexo dessa busca constante de aprimoramento. Informou ainda que a Central recebe, anualmente, cerca de 2.800 processos e uma média de 10 mil atendimentos são realizados.
Ainda na abertura do seminário, a psicóloga judicial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Mônica Campos Silva, discorreu sobre a prática judicial dos psicólogos, por meio de intervenções nos processos das varas de família, envolvendo crianças e adolescentes. Lembrou que esse profissional atende, antes de tudo, à recomendação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prioriza o maior interesse da criança e do adolescente. A inserção do psicólogo no Tribunal de Justiça é, na maioria das vezes, através da criança, afirmou.
A psicóloga ressaltou que, no trabalho desempenhado por esse técnico, não há saber prévio. “Mesmo que tenhamos atendidos diversos casos semelhantes é essencial a escuta cuidadosa de cada um”, frisou, observando que, muitas vezes, a sentença não é suficiente para enfrentar os impasses da família contemporânea. Disse ainda que somente atendendo às partes, dando voz aos envolvidos, é possível avaliar a complexidade daquele caso e qual o tempo necessário para conduzi-lo.
Escuta
Também participou da abertura do encontro a assistente social Camila Pessôa. Ela abordou a contribuição do profissional de Serviço Social para as varas de família, recordando que, há 24 anos, ingressavam no TJMG os primeiros profissionais de psicologia e de serviço social. Camila Pessoa destacou que o Serviço Social possibilita uma releitura mais humanizada das normativas e legislações referentes ao direito de família, enfatizando a necessidade da escuta atenta e qualificada de caso a caso. Na ocasião, a assistente social leu o poema Verdade, de Carlos Drummond de Andrade, observando que o mesmo remete à necessidade de os profissionais da área relativizar, garantindo a cada um o direito de ser ouvido e de expressar sua verdade.
Na programação constam as seguintes mesas de discussão: Atuação Técnica do Psícólogo e do Assistente Social na Cesop; Curatela: Demandas Atuais nas Varas de Família; Convivência Familiar da Criança e do Adolescente em Contexto de Litígio Conjugal e Avaliação de Alienação Parental no Contexto Jurídico: Um Debate Ético sobre o Fazer do Psicólogo. Assistentes sociais e psicólogos, entre outros profissionais do direito, participam dos debates durante todo o dia. A primeira mesa de debate contou com a participação da juíza da 12ª Vara de Família de Belo Horizonte Paula Murça Machado.
O seminário é uma realização conjunta da Central de Serviço Social e Psicologia e da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) do TJMG.
Assessoria de Comunicação Institucional - Ascom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais - TJMG
(31) 3306-3920