Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Segunda instância em Minas Gerais completa 147 anos de instalação

Primeira corte era composta por sete desembargadores, nomeados pelo Imperador


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O Tribunal de Justiça de Minas Gerais comemora, nesta quarta-feira (3/02), 147 anos de instalação, ocorrida em 1874, na cidade de Ouro Preto, então capital da província de Minas Gerais.

A efetiva criação do Tribunal da Relação ocorreu em 1873, seis meses antes, com a publicação do Decreto Imperial nº 2.342, de D. Pedro II. A primeira Corte era composta por sete desembargadores, nomeados por decreto Imperial.

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Ilustração do quadro artístico com desembargadores do Tribunal da Relação.

Segundo o desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant, superintendente adjunto da Memória do Judiciário Mineiro e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, “a criação e rápida instalação de um órgão de segunda instância reparou uma velha injustiça feita com a Província de Minas Gerais que, na época, apesar de contar com dois milhões de habitantes e 36 comarcas, dependia do Tribunal da Relação do Rio de Janeiro, para onde todos os recursos eram enviados, tornando o tempo de julgamento dos processos, daqui oriundos, bastante longo”.

A solenidade de instalação ocorreu numa manhã de terça-feira, com a presença de muitos populares.

“O tempo estava muito chuvoso, o que não foi óbice para que o povo, curioso, se aglomerasse defronte ao solar que abrigava o Tribunal para aplaudir os desembargadores que, paramentados com suas togas, chegavam acompanhados de familiares. Houve uma emoção pública e alegria com a instalação do Tribunal. Foi uma grande festa que quebrou a rotina da velha capital”, disse o desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant, estudioso da história da justiça.

 


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Solar em Ouro Preto que abrigou o Tribunal da Relação

O Tribunal da Relação era composto inicialmente por sete Desembargadores: Quintiliano José da Silva; Joaquim Pedro Villaça; Joaquim Francisco de Faria; Joaquim Caetano da Silva Guimarães; Viriato Bandeira Duarte; Luiz Gonzaga de Brito Guerra; Luiz Francisco da Câmara Leal. 

De acordo com o superintendente adjunto da Memória do Judiciário, “os desembargadores tomaram posse e prestaram juramento aos “santos evangelhos”, segundo a fórmula da lei, e tiveram assento, pela ordem de antiguidade, à direita e à esquerda do presidente. Diversas autoridades prestigiaram o evento, entre as quais o governador da Província, Venâncio José de Oliveira Lisboa”.

O quadro de servidores era composto por um secretário da Relação; escrivães da Relação; oficiais de Justiça; amanuense e contínuo porteiro.

O Tribunal foi instalado em um solar na rua Direita, mesmo local onde residiu o inconfidente Tenente Coronel de Cavalaria Francisco de Paula Freire de Andrada, morto no exílio em Angola.

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Obra de José Armani ilustra o Tribunal da Relação de Ouro Preto

O desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant, conta também que “esse imóvel traz consigo um grande simbolismo, e emana de suas paredes todo o orgulho e altivez do ser mineiro. Muito antes de ser a primeira sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, foi abrigo seguro para as mais corajosas almas e decisivas reuniões de sua época, responsáveis por traçar as balizas para a independência do Brasil. Foi, ainda, local da última reunião que precedeu a prisão de Tiradentes, hoje patrono cívico do Brasil e maior herói nacional. Foi ali, também neste solar, que os inconfidentes aprovaram a bandeira da nova república, hoje a Bandeira de Minas Gerais”.

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Mesa usada pelos desembargadores na época da instalação do Tribunal da Relação. Móvel está em exposição no Museu da Memória do Judiciário Mineiro

Os trabalhos judiciais foram iniciados, efetivamente, no dia 6 de agosto de 1874, e perduram até hoje, de forma ininterrupta.

Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom

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