
Uma placa de alvenaria medindo 60 cm de altura por 110 cm de comprimento resgata importante parte da história do Palácio da Justiça Rodrigues Campos, sede do Museu da Memória do Judiciário Mineiro (Mejud). Ela é um remanescente salvo de faixas decoradas encontradas nas paredes sob o antigo telhado de madeira do prédio inaugurado em 1912 como sede do Poder Judiciário estadual.
As pinturas foram descobertas durante as prospecções realizadas em 1992 pela Século 30 – Arquitetura e Restauro, empresa contratada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para desenvolver um anteprojeto de restauração do edifício. Os trabalhos de corte da alvenaria e restauração inicial ficaram sob a responsabilidade do Grupo Oficina de Restauro em 2009. O fragmento da parede foi emoldurado e resguardado como documento da ornamentação original, sendo o único exemplar, atualmente, de acesso ao público no Museu da Mejud.

Perdas
O restante das pinturas foi todo destruído pelas obras de reforma e ampliação do Palácio da Justiça, realizadas de 1958 a 1963. Segundo o anteprojeto, nessas intervenções, todas as paredes do prédio foram raspadas, lixadas e escovadas. As pinturas decoradas do forro do hall nobre perderam-se totalmente. Todos os forros de madeira foram substituídos por lajes de concreto rebocadas e pintadas.
“Pelos jornais da época, sabe-se que a decoração das paredes era belíssima e profusa, mas infelizmente não há descrição detalhada ou mesmo fotografias que viessem a fazer parte da memória do edifício. A decoração interna consistia em pinturas murais, papéis de paredes decorados, faixas ornamentais, cimalhas, rosáceas e cartelas, confeccionadas em papel machê”, descreve o documento.
Segundo a assessora técnica da Mejud Andréa Costa Val, o transporte da placa exigiu um cuidadoso trabalho da equipe de conservação e manutenção do prédio. “Era uma peça delicada e pesada e o único acesso à laje era por um alçapão e uma escada estreita. Tivemos que tomar todas as precauções para que alvenaria não se rompesse ou tivesse sua superfície arranhada. Hoje, a placa está instalada em uma das salas temáticas do Palácio da Justiça para contemplação dos visitantes”, explicou.
Restauração
Em 2021, a Mejud contratou serviço especializado para restauração da placa. As intervenções incluem limpeza, tratamento de trincas e aplicação de pigmentos coloridos para realçar os tons originais. O vitral do hall do Palácio da Justiça e outras peças do acervo também estão no cronograma de restaurações montado pelo Museu.
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