Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Ministro Afrânio Vilela encerra congresso com reflexão sobre impactos da IA no Judiciário

Magistrado do STJ ressaltou benefícios da tecnologia, mas lembrou que também é preciso estabelecer limites


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O 2º vice-presidente do TJMG, desembargador Saulo Versiani Penna, apresentou o conferencista, ministro Afrânio Vilela, do STJ (Crédito: Juarez Rodrigues/TJMG)

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Afrânio Vilela encerrou a programação do Congresso “Tecnologia, Inteligência Artificial e Inovação no Poder Judiciário”, realizado pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) de 24 a 26 de março no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). O magistrado proferiu a conferência “Inteligência Artificial no Direito e o impacto nos Tribunais”, nesta quarta-feira (26/3).

O 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Saulo Versiani Penna, fez a apresentação do conferencista, destacando que o ministro Afrânio Vilela foi 1º vice-presidente e desembargador do TJMG.

O ministro Afrânio Vilela iniciou sua conferência destacando que o operador do Direito, ao utilizar a tecnologia da informação, dá um grande salto rumo ao futuro. Nesse cenário, prosseguiu, a IA surge para dar celeridade à missão do Judiciário, que é prestar jurisdição de forma ágil.

“O uso da tecnologia resulta na melhoria do rendimento e na diminuição do acervo. Contudo, há que se observar limites e ter cautela quanto a seu uso. Há que se observar que a sociedade muda em função do paradigma da ciência”, disse.

O ministro apresentou a evolução no uso das ferramentas tecnológicas no STJ.

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O ministro Afrânio Vilela destacou que o operador do Direito, ao utilizar a tecnologia da informação, dá um grande salto rumo ao futuro (Crédito: Juarez Rodrigues/TJMG)

Em 2009, disse, foi implantado o primeiro projeto de virtualização de processos, que, à época, recebeu o Prêmio Innovare.

Passados mais de 15 anos, o ministro Afrânio Vilela revelou que o projeto Athos é uma das principais plataformas eletrônicas utilizadas pelo STJ, capaz de detectar possíveis novos paradigmas.

“O sistema consegue identificar processos com entendimentos convergentes ou divergentes entre os órgãos fracionários do STJ. O Athos é usado principalmente pela unidade administrativa responsável pelo agrupamento de teses semelhantes e de temas repetitivos que serão sugeridos para afetação”, explicou.

O ministro esclareceu que a Inteligência Artificial do STJ conta com duas funcionalidades: a geração de relatórios de decisões e análise de admissibilidade de agravos em recurso especial e o sistema Logos, que executa tarefas de pesquisa, identificação e exibição de teses analisadas na origem.

Segundo o conferencista, o impacto da IA comum no Judiciário ocorre com a adoção de softwares capazes de programar rotinas, identificando dados, tratamento, uso e, especialmente, a repetição de padrões.

O ministro Afrânio Vilela ressaltou que a IA deve ser adotada com responsabilidade, segurança e supervisão, em ambiente fechado e institucional.

“Precisamos caminhar para e pelo futuro, sob pena de ficarmos no passado”, concluiu.

Mesa

A mesa da conferência foi composta pelo 1º vice-presidente do TJMG, desembargador Marcos Lincoln, representando o presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior; o corregedor-geral de Justiça, desembargador Estevão Lucchesi; o desembargador Sálvio Chaves, representando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MG); o coordenador do Comitê de Informação e Comunicação, desembargador André Leite Praça; o superintendente adjunto da Ejef, desembargador Maurício Pinto Ferreira; a defensora pública-geral, Raquel Gomes de Sousa; o defensor público Fernando Araújo; a advogada Gláucia Campolina, representando a Ordem dos Advogados do Brasil – seção Minas Gerais; a procuradora do Estado Ana Cristina Goulart e a presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), Rosimere das Graças do Couto.

Veja as palestras do terceiro dia do Congresso “Tecnologia, Inteligência Artificial e Inovação no Poder Judiciário”.

Confira as imagens do congresso, registradas na tarde desta quarta-feira (26/3), no Flickr do TJMG.