Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Luiza Trajano aborda o feminino no empreendedorismo

Live com empresária do Magazine Luiza aborda desafios e perspectivas


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Luiza Trajano: "O líder é aquele que leva as pessoas a irem mais longe do que elas pensam que podem"

Qual a contribuição insubstituível das mulheres na vida contemporânea e como elas podem ajudar no enfrentamento de desafios? Existe uma maneira singular de reagir, no feminino, às pressões e à competitividade, mantendo a busca permanente por inovação e sensibilidade no meio empresarial?

Para responder às angústias do tempo presente, lançando luz sobre a resposta feminina às adversidades e suas potencialidades, a Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) trouxe para o debate, no Dia do Empreendedor (05/10), a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza.

A live, parte do ciclo “Mulheres que inspiram pessoas e que superam os desafios da atualidade”, trouxe ainda a empresária e farmacêutica Giana Marcellini, diretora da Hypofarma, e teve a mediação das desembargadoras Cláudia Maia, Sandra Fonseca e Selma Marques. A live inaugural discutiu a presença feminina na diplomacia. A mulher no empreendedorismo foi o tema desta segunda-feira.

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O 2º vice-presidente, desembargador Tiago Pinto, se disse agradecido por Luiza Trajano aceitar o convite para participar

Na abertura, o desembargador Tiago Pinto, superintendente da Escola, agradeceu à convidada, caracterizando o evento como uma “festa de mulheres”, porque reunia um grupo relevante de magistradas e uma empresária para recepcionar a “maravilhosa visita” de uma das empreendedoras mais bem-sucedidas do País.

O 2º vice-presidente do TJMG passou a palavra ao desembargador Antônio Carlos Cruvinel, que é natural de Franca, como Luiza, e estudou com ela na universidade. Citando Guimarães Rosa, ele disse que “o propósito do tempo é envelhecer o mundo, mas a resposta do mundo é renascer sempre para o tempo”.

“Um renascimento que estamos assistindo é o aumento da presença feminina no nosso tempo. As mulheres vêm tomando as rédeas dos destinos da nação, cada vez mais, e pude acompanhar o crescimento do Magazine Luiza como um sinal de sua liderança”, afirmou.

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O desembargador Antônio Carlos Cruvinel, ex-colega de faculdade de Luiza, realçou os feitos do Magazine Luiza e de mulheres brasileiras na liderança

Propósitos e essência

Superintendente adjunta da Ejef e coordenadora dos trabalhos, a desembargadora Mariangela Meyer salientou o currículo imenso de Luiza, que abrange, além da atividade empresarial na holding, o ativismo social, marcadamente como presidente do Grupo Mulheres do Brasil. Segundo a magistrada, o conteúdo foi enriquecedor.

“Sua experiência, capacidade e resiliência podem inspirar a todas, mesmo que estejamos em contextos distintos de atuação. Além disso, quando trabalhamos com o coração, tudo conspira a nosso favor”, declarou.

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Para a desembargadora Mariangela Meyer, o debate foi estimulante e mostrou o poder de convencimento de quem ama o que faz

Ao discorrer sobre a trajetória da empresa de 63 anos, que foi fundada por uma tia de enorme inteligência para os negócios, mas pouca habilidade emocional, a empresária falou sobre as motivações originais do projeto e que permanecem – fazer algo para o bem comum – , de ensinamentos transmitidos na família, perdas e obstáculos enfrentados.

“Comecei a trabalhar aos 12 anos, no balcão, para ter condições de presentear as pessoas. Hoje vejo com alegria minha neta de 13 fazer a mesma coisa. Não sou de teorizar, mas de fazer perguntas e de ouvir. Vinda de uma família de mulheres empreendedoras, sou muito intuitiva e movida a propósitos. E fui criada para me envolver e não me conformar com os problemas, mas buscar soluções”, conta.

A primeira debatedora, desembargadora Cláudia Maia, comentou sobre a quantidade de elogios no chat e citou iniciativas adotadas no Magazine Luiza para apoiar funcionárias mães e combater a violência doméstica. A magistrada perguntou se a pandemia afetou a rede de lojas e o modelo de trabalho.

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A desembargadora Cláudia Maia confessou-se uma admiradora da empresária e de suas iniciativas cidadãs

Luiza Trajano explicou que algumas propostas já existiam antes da atual crise sanitária, que inclusive encontrou a empresa em condições bastante favoráveis, pois já havia um movimento de investir no digital e na cultura de doação. No entanto, a pandemia chamou a atenção para a necessidade de preservar a saúde e o emprego, e foram elaboradas estratégias para manutenção e suspensão das atividades com critérios de segurança.

Encarando o medo

A desembargadora Selma Marques salientou a confluência de vida e trabalho na carreira de Luiza, e salientou ainda a importância de aproximar o poder público da iniciativa privada e da sociedade civil.

Diante da pergunta da magistrada, sobre como lidar com o medo, a empresária disse que suas ansiedades não giravam em torno de prejuízo financeiro, mas de perder a essência e afastar-se do que construiu o sucesso de sua empresa. Segundo Luiza, não existe receita, mas é preciso dar o melhor de si e estar inteiro no que faz.

 

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A desembargadora Selma Marques destacou a objetividade e a espontaneidade de Luiza Trajano

 

“Eu me considero inacabada, vivo errando e não tenho compromisso de ser perfeita ou acertar. Não crio expectativas, mas falo do medo que sinto, pois isso já ajuda a vencê-lo. Dizem que sou inteligente, mas gosto de somar QIs: aprendi a escutar o que não quero, a prestar atenção, gosto de aprender e de trabalhar junto com outros e amo desafios”, resume.

“O cuidado com as pessoas é uma de nossas características. Percebemos que mulheres capazes de comandar são pérolas que precisam de atenção. Muitas vezes, a pessoa não progride porque é arrimo de família e luta com muitas dificuldades. Então reduzir a desigualdade social sempre foi uma preocupação”, explica.

Para a empreendedora, ficou claro que a tempestade era a mesma, mas o barco não, pois muita gente não dispunha de recursos mínimos. Isso exigiu pensar em respostas que ajudassem as pessoas a se reerguer, a manter seus pequenos negócios, a receber crédito ou capacitação, conforme a necessidade.

Luiza avalia que a mulher é mais preparada para a crise, pois vive o lado orgânico com naturalidade. “A criança não anda quando a gente espera, não responde da maneira óbvia. O mundo é imprevisível e a mulher tem qualidades para enfrentar isso, num processo de amadurecimento e de busca da empatia e do respeito com o outro.”

Driblando os obstáculos

De acordo com a desembargadora Sandra Fonseca, o diálogo com o Empreendedorismo oxigena o Judiciário e é bem-vindo. A magistrada ressaltou que, em suas pesquisas acadêmicas, constata-se a histórica disparidade de oportunidades que se reflete até hoje na sociedade brasileira.

“Nossa Constituição afirma a igualdade entre mulheres e homens, mas o Brasil assinou tratados internacionais que exigem a redução da discriminação”, afirmou. Ela frisou que, se o microempreendedor e as empresas de médio porte sofrem com empecilhos, isso é ainda maior no caso das empreitadas lideradas por mulheres.

 “O que observo é que a mulher precisa ser ouvida, precisa de qualificação técnica. Há dificuldades fiscais, de crédito, de inserção digital", disse a desembargadora, interessada em saber a opinião da empresária sobre a inserção das empresas nas políticas públicas.

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De acordo com a desembargadora Sandra Fonseca, estudos revelam que os obstáculos para mulheres empreendedoras são maiores que para os homens

A resposta de Luiza Trajano foi enfaticamente positiva, defendendo a desburocratização e a descentralização. “Tentamos ajudar aquelas pessoas invisíveis, para quem a compra de um freezer, de novelos de linhas, formas de bolo seria uma salvação. Oferecemos advogados e contadores para consultoria. Também é preciso falar a linguagem dessas pessoas, ser claro para eles”, conta.

Para ilustrar, ela disse ter descoberto, durante a divulgação da campanha de incentivo ao consumo de microempreendedores, que o comércio de um bairro gera tantos empregos diretos como o Magazine Luiza: 40 mil.

Mulheres do Brasil

A empresária do ramo farmacêutico, Giana Marcellini, pediu que Luiza falasse sobre o grupo Mulheres do Brasil, que tem mais de 66 mil inscritas, que trabalham voluntariamente e de forma apartidária, para promover o desenvolvimento em diversos âmbitos, com 20 causas que vão da pauta ambiental à cultura, à saúde e à educação.

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Empresária do ramo farmacêutico, Giana Marcellini agradeceu pela chance de ouvir Luiza

A empreendedora narrou a gênese do grupo, que data de 2013, e que foi agregando mulheres de diferentes regiões, origens e currículos, indicadas por sua dedicação ao País, por sua criatividade empresarial, por sua defesa da igualdade e por sua habilidade na liderança.

“Sou apaixonada pelo Brasil, acho que todos devemos ser e lutar por ele, assumi-lo como nosso e parar de reclamar e culpar os outros”, destacou, lembrando que a ideia é aderir a projetos, impulsionar iniciativas, defender e fortalecer a aproximação em prol da coletividade.

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Conversa reuniu magistrados e empresárias e mobilizou o público, que se manifestou mais por elogios que por perguntas

Inspiração e superação

O 1º Ciclo de Lives “Mulheres que inspiram pessoas e que superam os desafios da atualidade”, tem como objetivo oferecer a magistrados, assessores, assistentes de gabinete, funcionários e estagiários do TJMG e comunidade externa debates relevantes sobre a contribuição feminina a diversas áreas da atividade humana, promovendo a inclusão e a valorização da diferença.

Por meio de relatos de experiências bem-sucedidas e diversificadas, o público é convidado a refletir sobre o papel da mulher em nossa sociedade, as formas de equilibrar profissão, relacionamentos e realização pessoal, salientando a complementaridade entre as diversas dimensões da vida.

As atividades são à distância, com transmissão ao vivo pela internet e possibilidade de acessar o conteúdo após o encerramento. Assista à live com a empresária Luiza Trajano.

 

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