O programa Justiça Vai à Escola esteve mais uma vez numa escola de ensino médio de Belo Horizonte. Dessa vez, os alunos do Colégio Loyola tiveram a oportunidade de ouvir uma palestra sobre a Lei Maria da Penha, participar de uma roda de conversa com uma psicóloga e assistir à peça de teatro A Mala. A desembargadora Kárin Emmerich, superintendente da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), abriu o evento.
O advogado Fábio Piló contou a história de Maria da Penha Maia Fernandes, uma farmacêutica casada com um economista e professor universitário que com o passar do tempo tornou-se agressivo a ponto de tentar tirar a vida da mulher. Em decorrência de um dos ataques do cônjuge, ela ficou paraplégica. Depois da tentativa de homicídio e da demora na resolução do caso – mais de 15 anos – , Maria da Penha denunciou, em 1998, a negligência para com a violência doméstica no Brasil para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA). Em 2001, o Estado Brasileiro foi responsabilizado por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica contra as mulheres, pela CIDH/OEA, que recomendou ao País executar algumas medidas. A partir das recomendações, foi elaborada a lei Maria da Penha, publicada em 2006, para agilizar a punição dos agressores nos casos de violência doméstica.
Para falar da dimensão sociocultural e psicológica da violência contra a mulher, a psicóloga Santuza Rodrigues falou sobre a necessidade de respeito e valorização da mulher. Ela lembrou que temos que agir hoje para que as mulheres não sofram nenhum tipo de violência no futuro, porque as mudanças culturais são lentas e dependem da conscientização de homens e mulheres. Ao final da sua palestra, algumas adolescentes deram o recado – querem ser respeitadas pelos colegas, amigos e namorados.
Ao final, os adolescentes assistiram atentos à apresentação do Teatro Universitário (TU) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O diretor e dramaturgo Fernando Limoeiro apresentou a trupe “A Torto e a Direito” e lembrou que a desembargadora Kárin Emmerich já foi aluna do TU e mais tarde optou pelo campo do direito.
A opinião dos estudantes
Entre os alunos presentes, Tiago Silva, João Pedro Picchioni, Maria Clara Viana e João Vitor Murta, todos de 16 anos, são unânimes em afirmar que os homens agem de forma desrespeitosa em relação às mulheres nos seus grupos sociais. Todos conhecem casos de violência, inclusive física, contra a mulher, situações em que elas não denunciam por vergonha e por medo de comprometer o nome da família.
“Achei a programação muito interessante, uma forma super criativa de abordar o tema. Discutir o problema da violência contra a mulher é bom para conscientizar e prevenir”, afirmou João Vitor. Já Maria Clara gostou de saber a história da Maria da Penha e disse que “é difícil ver a discriminação contra a mulher que existe na sociedade”.
Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG
(31) 3306-3920