Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Filme rodado dentro do Fórum Lafayette será exibido em BH

Foro Íntimo é baseado em histórias reais de juízes ameaçados por criminosos; exibição gratuita acontece amanhã, 29 de junho


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Gravado em sua totalidade nas dependências do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte, o filme Foro Íntimo será exibido amanhã, 29 de junho, às 19h30, como parte da programação da "Mini Mostra Justiça Brasileira no Cinema". A exibição, gratuita, será seguida de debates sobre e película e acontece no Cine Santa Teresa (Rua Estrela do Sul, 89, Praça do Santa Teresa, em Belo Horizonte). A iniciativa é do diretor do filme, o produtor de cinema Ricardo Mehedff.

 

Inspirado em fatos reais, o filme retrata a vida de um juiz criminal que, ameaçado de morte e sob forte esquema de segurança, é forçado a viver longe de sua família, em seu próprio gabinete, dentro do fórum onde trabalha. O filme é dirigido por Ricardo Mehedff, que também assina o roteiro, ao lado de Guilherme Lessa. O ponto de partida para a construção da história foram notícias de jornal sobre juízes vivendo sob proteção policial, algumas vezes confinados em seus gabinetes dia e noite, para diminuir os riscos de serem alvos de atentados durante seus deslocamentos.

 

A condição de um “juiz preso” chamou a atenção do diretor, em primeiro lugar, por seu potencial imagético. Mas, ao longo da pesquisa que Mehedff conduziu durante o período de elaboração do roteiro, tendo entrevistado representantes da magistratura de vários estados brasileiros, o paradoxo de um sistema judiciário acuado pelo crime ganhou relevo em suas preocupações.

 

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Debates

 

Com o evento desta quinta-feira, pretende-se discutir a questão da visibilidade do Judiciário na mídia e a forma como os juízes são percebidos nesse cenário. Como debatedores, figuram o juiz Magid Nauef Láuar, coordenador do Cineclube TJ e presidente da Associação Nacional dos Magistrados Nacionais (Anamages), e o servidor do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Bruno Costa, que ajudou na pesquisa de elementos para o filme e defendeu dissertação de mestrado sobre o tema da  midiatização do Judiciário.

 

 “Normalmente, o cinema trata das questões da justiça de maneira romanceada ou como pano de fundo para o tema principal. Seria interessante que houvesse uma amostra cinematográfica apresentando a ‘justiça como ela é’, colocando como protagonistas os seus agentes, a sua estrutura interna, a solidão do magistrado no momento da decisão. Enfim, que houvesse a demonstração mais realística da vida forense, com os seus aspectos positivos e negativos”, observa o juiz Magid.

 

Para o magistrado, seria interessante a sétima arte apresentar o cotidiano de um juiz, com todas as expressões humanas que o integram, a exemplo dos inúmeros filmes ambientados em hospitais que focam nas contradições do médico e do próprio exercício da medicina. “Acredito que esse ‘filão’ ainda não foi absorvido pela indústria cinematográfica, talvez por ausência de enredos interessantes ou até mesmo por ausência de informações suficientes para tanto, posto que o Poder Judiciário até então tem se apresentado como muito fechado para esse tipo de exposição, mas, acredito, que em breve algum produtor de cinema estará interessado em abordar tema dessa natureza”, avalia.

 

O servidor Bruno Costa parabeniza a iniciativa. “Eventos como esse estimulam uma discussão que se mantém cada vez mais atual. A midiatização do judiciário deve ser analisada de forma multidisciplinar, pois é uma experiência que perpassa as teorias da comunicação, da sociologia e do direito”, pontua. Bruno acrescenta: “A reconfiguração da imagem dos juízes é uma experiência que vivemos em nosso cotidiano, com uma visibilidade sem limites. A mídia se apropria de escândalos e cenários políticos para eleger seus heróis e vilões. Os agentes públicos de hoje, sejam juízes ou políticos, são ‘biografados’ e ‘celebrizados’ tanto pela imprensa como pelo cinema. Ainda assim, acredito que pode ser uma experiência positiva, pois estamos reinventando nossa forma de olhar o Judiciário e os demais poderes”.

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O filme

 

Rodado em preto e branco, durante os 16 dias de recesso do Fórum Lafayette de Belo Horizonte, em 2015, a experiência de um magistrado foi compilada e transformada na obra que conta a história do protagonista, doutor Teixeira (Gustavo Werneck) - um magistrado que foi obrigado a viver em seu próprio gabinete por causa de ameaças de traficantes e estelionatários réus de processos sob sua responsabilidade, entre os quais se inclui um poderoso ex-senador da República.

 

Transformado em residência, o Dr. Teixeira tem uma rotina extremamente desconfortável. Cercado de agentes federais 24 horas por dia e impedido de ter uma vida normal, o juiz vive situações de grande ansiedade, claustrofobia e paranoia. Suas tentativas de manter laços afetivos geralmente são frustradas e a enorme tensão que envolve até as atividades corriqueiras faz com que se sinta como um verdadeiro prisioneiro.

Segundo o diretor Ricardo Mehedff, o filme aborda a deterioração psicológica de um homem que corre diariamente risco de vida e é submetido a altos níveis de incerteza, quando se trata das zonas cinzentas que envolvem o conceito de justiça no país. O filme já percorreu alguns festivais pelo mundo. A produção é da VFilmes, com co-produção da Hungry Man. 

 

Em 20 de julho, a película, que já percorreu alguns festivais pelo mundo, será exibida no salão do Tribunal do Júri do Fórum Lafayette.

 

Confira aqui o trailer de Foro Íntimo.

 

Trajetórias

 

O diretor de Foro Íntimo, Ricardo Mehedff, é pós-graduado em cinema pela George Washington University. Seus filmes foram selecionados para mais de 100 festivais, incluindo alguns dos principais eventos de cinema no mundo como Roterdã, Oberhausen, Berlim, Havana, Guadalajara, Rio de Janeiro, São Paulo, Gramado, Uppsala e Toulouse. Além disso, foram comercializados para TVs de diversos países como França, Itália, Espanha, Canadá, Estados Unidos e Brasil.

 

O diretor de fotografia Dudu Miranda começou a carreira como assistente de câmera. Seu primeiro longa como diretor de fotografia foi o documentário Olhar Estrangeiro (2006). Assinou como direção de fotografia em filmes como Tim Maia (2014), Tainá 3, O bem amado e Olhar estrangeiro (2006). Venceu como melhor fotografia no Prêmio ACIE de Cinema 2012 com o filme Lixo extraordinário (2010), indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2011.

 

 

Serviço

Mini Mostra Justiça Brasileira no Cinema

Data: 29 de junho (quinta-feira)

Horário: 19h30 - Exibição do filme Foro Íntimo (75 min),

20h45 - Debates

Local: Cine Santa Teresa - Rua Estrela do Sul, 89 (Praça do Santa Teresa), em Belo Horizonte

Entrada gratuita

 

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