O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, conduziu, nesta quarta-feira (21/8), a solenidade de abertura da exposição “Universo de Cores”, da artista plástica mineira Maria Helena Andrés. A exposição, que integra o programa TJMG Cultural, reúne 20 obras da artista que acaba de completar 102 anos de idade. A mostra ficará aberta à visitação no Hall do Edifício-Sede do TJMG, na Avenida Afonso Pena, 4001, Serra, até 20 de setembro, de segunda a sexta-feira em dias úteis, de 9h às 18h.

Das várias telas em acrílico em exposição, alguns dos destaques são “Planícies Verdes” (2006), “Guardião das Montanhas” (1976), “Mandala” (1984), “Amplidão Azul” (2006), “Paisagem Cósmica” (1985), “Viagem Cósmica” (1983), “Navegando pelo Cosmo” (1971) e “Brumas do Amanhecer” (1995).

Obra imortal

O presidente Corrêa Junior ressaltou que é uma grande honra receber a artista plástica Maria Helena Andrés como expositora do Projeto TJMG Cultural. Ele salientou que a artista, ao longo dos seus 102 anos, releva a mesma inquietude e sensibilidade, o mesmo olhar agudo e o talento desmedido que a impulsionaram para o mundo das telas, esculturas, tintas e palavras, ainda menina.

“Artista visual, escritora e arte-educadora, essa mineira, reconhecida como uma das pioneiras do Construtivismo em Minas Gerais, mas cuja criatividade não cabe em rótulos, acredita que os caminhos da arte são os caminhos da vida, porque arte e vida não se separam”, disse o presidente do TJMG.

Ele também destacou a iniciativa do ex-presidente José Arthur de Carvalho Pereira Filho, responsável pela criação do Programa TJMG Cultural. “O desembargador José Arthur Filho buscou humanizar este ambiente, trazendo leveza e beleza para os frequentadores do Edifício-Sede. As exposições também têm sido uma forma descontraída de o Judiciário mineiro se aproximar da comunidade, que é atraída para esta Sede a fim de apreciar as qualificadas mostras que nossa Corte tem abrigado. Estamos certos de que muitas outras exposições virão”, ressaltou.

Para o presidente Corrêa Junior, a arte contribui para longevidade de Maria Helena Andrés, que continua criando belas obras, mesmo aos 102 anos de idade. “Estamos aqui em um Tribunal que completou recentemente 150 anos de criação, com uma expositora centenária e que nos traz uma obra imortal”, concluiu.

Humanidade

A superintendente de Comunicação do TJMG, desembargadora Eveline Mendonça Felix, destacou o fato de esta ser a primeira exposição na gestão do presidente Corrêa Junior, dando sequência a um projeto instituído pelo ex-presidente e atual superintendente de Projetos Artísticos e Culturais, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho.

“Recebemos no Tribunal a exposição de uma artista centenária e reconhecida, com obras belíssimas. Para nós, no Tribunal, nada como termos outro olhar para trazer um pouco mais de humidade e arte para nós todos. Além do público que já frequenta o Tribunal, percebemos a chegada de outras pessoas que nos visitam justamente para assistir às exposições”, frisou.

“Aqui e agora”

A artista plástica Maria Helena Andrés salientou a satisfação por levar parte de sua obra ao TJMG, uma instituição de grande importância para Minas Gerais. “Quero agradecer pela oportunidade em divulgar meu trabalho neste lugar que abriga centenas de pessoas graduadas e que muito contribuem com a sociedade. Gostei do local onde minhas obras serão expostas”, disse.

Ela afirmou ainda que as obras que produz sempre retratam um momento de sua vida, o chamado “aqui e agora”, que se apresenta de formas diferentes. “Ao longo dos anos tive várias fases que inspiraram meu trabalho. Foram fases diferentes, com acontecimentos em lugares distintos, e sempre houve a correspondência entre o que eu vivia e minha obra”, salientou.

“Quando meus filhos nasceram, minha pintura era mais lírica. Quando o Brasil viveu a ditadura militar, minhas telas passaram a expressar mais agressividade. Depois, vivi a fase de idealizar viagens interplanetárias, sonhando com o universo”, acrescentou a artista, que considera a família uma grande fonte de inspiração.

Trajetória

Nascida em 1922, Maria Helena Andrés é artista visual, escritora e arte-educadora. Teve sua formação artística no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Nova York. Foi professora e diretora da Escola Guignard nas décadas de 1950/60. Atualmente é professora emérita desta Escola.

Participou de vários salões de belas artes, bienais internacionais de São Paulo, tendo recebido vários prêmios, entre eles a homenagem da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Realizou várias exposições individuais e coletivas no Brasil, Estados Unidos, Europa e América Latina. Possui obras em diversos acervos públicos e também em coleções particulares no Brasil e exterior. Realizou ainda trabalhos de integração cultural entre Oriente/Ocidente e várias viagens à Índia, onde participou de seminários e festivais de arte.

É autora dos livros: Vivência e Arte, Rio de Janeiro, Agir (1966); Os Caminhos da Arte, Petrópolis, Vozes (1977), Belo Horizonte, C/Arte (2015); Oriente-Ocidente – Integração de Culturas, Belo Horizonte, Morrison Knudsen, (1984); Encontro com Mestres no Oriente, Belo Horizonte, LuzAzul (1993) e  Maria Helena Andrés – Depoimentos, Belo Horizonte, C/Arte (1998).  Foram publicados sobre a artista: Maria Helena Andrés, de Almerinda da Silva Lopes, Belo Horizonte, C/Arte (2004); Maria Helena Andrés. Trajetória artística, de Eliana Andrés Ribeiro, Belo Horizonte, IMHA, 2024 e Maria Helena Andrés. Fortuna crítica, organizado por Marília Andrés Ribeiro e Nelyane Gonçalves Santos, Belo Horizonte, IMHA, 2024.

Presenças

Também estiveram presentes no evento o ex-presidente do TJMG, desembargador José Fernandes Filho; o desembargador Paulo Mendes Álvares, além de outros desembargadores e juízes do Tribunal, familiares e amigos da artista Maria Helena Andrés e representantes da área artística em Minas Gerais.

Confira as fotos da exposição da artista plástica Maria Helena Andrés.