Como um pequeno município do Norte de Minas Gerais se tornou o primeiro a ter a regularização fundiária urbana 100% concluída? As respostas e os desafios enfrentados pelo registrador de imóveis e pela procuradora do Município de Catuji, que podem servir de exemplo para outras cidades, foram debatidos na manhã de sexta-feira (25/3), durante a 8ª Reunião do Fórum Fundiário dos Corregedores-Gerais de Justiça da Região do Matopiba-MG. Conhecida como a “nova fronteira agrícola nacional”, a região é formada pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia e Minas Gerais.
Frederico Brasileiro de Oliveira, registrador de imóveis da Comarca de Novo Cruzeiro (MG), e Rariane Rodrigues Doerl Santos, procuradora municipal de Catuji (MG), foram os palestrantes que compartilharam as experiências daquele município. Ambos destacaram a importância da cooperação entre os entes públicos para possibilitar a efetivação da regularização fundiária.
Ana Cristina de Souza Maia, presidente do Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais, Richard Martins Torsiano, especialista internacional em governança e administração de terras, e a juíza Ticiany Gedeon debateram a complexidade e imprescindibilidade da regularização fundiária para garantir a segurança jurídica e econômica de pequenos proprietários rurais e comunidades tradicionais, entre elas as quilombolas, que detêm a posse das áreas de interesse das empresas de novas matrizes energéticas.
Destacaram que a falta de regularização fundiária impacta diretamente a escolha das áreas de implantação desses parques de geração de energia, bem como a regularização dos contratos de locação e arrendamento firmados com os pequenos proprietários e comunidades. Isso traz reflexos econômicos para as partes envolvidas e até para os municípios.
À tarde, os palestrantes Michely Freire Fonseca Cunha, oficiala de registro de imóveis de Virginópolis (MG), e Francisco Filomeno de Abreu Neto, especialista em políticas públicas da Secretaria do Patrimônio da União, bem como a debatedora Isabella Santos Lago, juíza auxiliar da Corregedoria das Comarcas do Interior do Estado da Bahia, foram unânimes em apontar a regulamentação fundiária como política pública de alta relevância e fundamental ao desenvolvimento econômico, não só por seu caráter social. Destacaram as diversas implicações econômicas derivadas da regularização fundiária urbana de conjuntos habitacionais.
Por sua vez, a diretora de Governança Fundiária no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Eleusa Maria Gutemberg, tratou da falta de padronização e excesso de burocratização como fatores prejudiciais à regularização de áreas de assentamento.
Encerradas as palestras e redigidos os enunciados da Carta de Belo Horizonte, o corregedor-geral de Justiça de Minas Gerais, desembargador Agostinho Gomes de Azevedo, e o corregedor do Estado do Maranhão, presidente do Fórum Fundiário dos Corregedores-Gerais de Justiça do Matopiba-MG e atual presidente eleito do TJMA, desembargador Paulo Velten, destacaram o sucesso do evento diante da relevância dos temas apresentados, do elevado nível dos debates e do engajamento dos demais corregedores, autoridades e agentes públicos envolvidos na regularização fundiária.
As palestras estão disponibilizadas nos seguintes links:
https://www.youtube.com/watch?v=eLuD0tbf_OQ
https://www.youtube.com/watch?v=olmU14Xhun8
https://www.youtube.com/watch?v=HFr7OIAn4m4
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