“Mas fico sem jeito calado, ele ri. Ele zomba do quanto eu chorei, porque sabe passar e eu não sei ... Respondo que ele aprisiona, eu liberto; que ele adormece as paixões, eu desperto”.
Esse trecho da música “Resposta ao Tempo” de Aldir Blanc, poeta brasileiro vítima de corona vírus, inspirou as palavras do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Geraldo Augusto de Almeida, na solenidade de inauguração do seu retrato, ocorrida na manhã de hoje, na sede da instituição.
“O tempo diz que sabe passar e a lembrança não. Responde a lembrança que ele, o tempo, não sabe ficar, mas que ela, a lembrança, sim; que o tempo aprisiona e a lembrança liberta, que o tempo adormece as paixões e a lembrança desperta”, disse o magistrado.
E completou: “Os detalhes mais marcantes da nossa vida judicante, nos aspectos pessoal e funcional sempre estarão nas nossas lembranças. Um retrato nessa galeria evoca a lembrança daqueles que, por um determinado período, assumiram o encargo e a enorme responsabilidade pessoal e solitária da direção deste Tribunal”.
“Só temos a agradecê-lo. Perdulário em prudência e em amor a essa instituição”, disse o presidente do TJMG.
Inspiração também não faltou ao atual presidente do TJMG, desembargador Nelsson Missias de Morais. Ele começou seu discurso citando o bispo católico Dom Pedro Casaldáliga: “Quem fica na floresta um dia, quer escrever uma enciclopédia; quem passa cinco anos, fica em silêncio para perceber o quanto é profunda e complexa a Criação”.
“Os grandes construtores da história não dependem de muito tempo para construir. O desembargador Geraldo Augusto presidiu, com muita competência e dignidade, este Tribunal, num dos momentos mais dramáticos da sua história, após a morte do ex-presidente Herbert Carneiro”, afirmou o presidente.
Nelson Missias de Morais elogiou Geraldo Augusto de Almeida, “magistrado simples e de sabedoria extraordinária”. E concluiu: “Só temos a agradecê-lo. Perdulário em prudência e em amor a essa instituição”.
A solenidade contou com a presença de vários colegas magistrados, servidores e familiares. Para o descerramento do retrato, foram convidadas a esposa e a filha do homenageado, Marta Gríbel Cascardo de Almeida e Ana Carolina Cascardo de Almeida, respectivamente.
O retrato é obra do artista plástico José Maria Ribeiro. “Pintar o retrato de alguém é a busca de captar a alma de algo que está além do físico”, diz o artista.
Mesa de honra
O presidente eleito, desembargador Gilson Lemes, o primeiro vice-presidente, desembargador José Afrânio Vilela, a segunda vice-presidente, desembargadora Áurea Brasil, a terceira vice-presidente, desembargadora Mariângela Meyer, o corregedor-geral de Justiça, desembargador Saldanha da Fonseca e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TER), desembargador Rogério Medeiros, compuseram a mesa de honra.
A solenidade contou ainda com a presença do presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), desembargador Alberto Diniz Júnior.
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