Não deixar a peteca cair. Literalmente, esse tem sido o lema de um grupo de jovens da Comarca de Santos Dumont, praticantes de badminton. Imbuídos de extrema concentração e velocidade, os adolescentes, que conheceram e praticam o esporte por meio da Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente da Comarca de Santos Dumont (Criap), brilharam durante a abertura dos Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg), iniciados em Uberaba em 31 de julho: voltaram para casa com seis das oito medalhas em disputa no esporte.
Integralmente financiada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), por meio de recursos de penas pecuniárias, a Criap participou da abertura dos jogos escolares estaduais com 22 alunos, todos de escolas públicas de Santos Dumont. Com o excelente desempenho do grupo, quatro dos alunos foram classificados para os Jogos Escolares da Juventude, competição que é organizada pelo Comitê Olímpico Brasileiro na cidade de Curitiba.
A aluna Júlia Amaral Silva, de 14 anos, foi um dos destaques da competição em Uberaba, de onde saiu levando medalhas de ouro em duplas e no individual. Levou ainda o prêmio Melhores do Ano 2017, concedido pela Secretaria de Estado de Esportes aos que se destacaram nas categorias. Nos jogos estaduais de 2016, Júlia também se sagrou campeã em dupla. “O badminton tem me proporcionado muitas coisas. Além das medalhas, há as viagens. Eu nunca tinha andado de avião, agora irei a Curitiba, cidade que sempre tive vontade de conhecer”, comemora.
Ferramenta de formação
O oficial de justiça Walter Gonçalves de Moraes, diretor institucional da Criap, conta que o desempenho dos adolescentes chamou a atenção do secretário adjunto de Esportes do Estado de Minas Gerais, Ricardo Sapi, que foi ao encontro dos alunos para saber mais sobre o projeto e sobre o badminton jogado em Santos Dumont. Semelhante ao tênis, o esporte é praticado com raquete e peteca. O objetivo do competidor é fazer a peteca tocar a quadra adversária. Quem deixar a peteca cair dentro do seu lado da quadra ou rebater a peteca para fora perde a jogada.
Considerado um esporte desafiador, o badminton foi a ferramenta escolhida pela Criap para que os jovens assimilassem conceitos como disciplina, perseverança, responsabilidade e ficassem longe dos riscos oferecidos pelas ruas. Fundada há cerca de dez anos pelo juiz de direito aposentado Jander Maurício Brum, a entidade tem por objetivo oferecer oportunidades para que crianças e adolescentes se desenvolvam de maneira sadia e, através do esporte, cultuem valores como a cultura da paz, responsabilidade, ética e cordialidade.
Campeões na vida
Além de proporcionar a prática esportiva, a Criap acompanha o desempenho escolar dos beneficiários do programa. “Em todas as atividades, buscamos envolver todos os alunos, estimulando a responsabilidade, o comprometimento e o compromisso em seus atos. Não queremos formar apenas campeões nas quadras, mas também campeões na vida. Procuramos potencializar a virtude demonstrada pelo aluno, permitindo que ele se sinta parte de um todo”, declara o diretor institucional da associação.
Diretora do foro de Santos Dumont e titular da Vara da Infância e da Juventude, a juíza Maria Cristina de Souza Trulio é uma entusiasta da iniciativa, que tem como beneficiários, em sua maioria, meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social.
Penas pecuniárias
Em 2016, o repasse de penas pecuniárias para a Criap foi de R$ 37,5 mil. Atualmente, a associação atende diretamente a 80 crianças e adolescentes na comarca, que, além de Santos Dumont, localizada a 212km da capital mineira, é integrada pelos Municípios de Aracitaba, Ewbank da Câmara, Oliveira Fortes, Paiva, e pelos Distritos de Conceição do Formoso, Dores do Paraibuna, Mantiqueira e São João da Serra. “O número de atendimentos indiretos atinge aproximadamente 250 alunos, haja vista o trabalho que fazemos em escolas, nos municípios que integram a comarca e nos campeonatos que realizamos”, explica o oficial de justiça.
O repasse dos valores arrecadados pelas prestações pecuniárias é realizado nos termos da Resolução 154/2012 e do Provimento Conjunto TJMG/CGJ 27/2013. Com os recursos repassados pelo Tribunal de Justiça, são adquiridos materiais para treinamento e, recentemente, foram adquiridos uniformes. “Com a compra dos agasalhos, a associação ganhou uma identidade visual, nossos alunos são identificados de maneira mais fácil, e várias pessoas vêm até nós para perguntar sobre nosso trabalho. Trata-se de uma forma de demonstrarmos à população como os recursos destinados pelo Tribunal de Justiça são utilizados”, conclui o diretor da Criap.
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