Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Ejef celebra acordos que exaltam tradição literária de Minas

Parcerias reúnem Associação dos Magistrados Mineiros e Academia Mineira de Letras


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A solenidade que marcou a assinatura dos acordos foi realizada nesta quarta-feira (2/2) (Crédito: Cecília Pederzoli)

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, por meio da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), assinou, nesta quarta-feira (2/2), três acordos de cooperação técnica que exaltam a tradição literária de Minas e a memória de dois grandes juristas do estado. As parcerias envolvem a Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) e a Academia Mineira de Letras (AML).

A solenidade de assinatura dos convênios, conduzida pelo 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Tiago Pinto, contou com a presença do 1º vice-presidente, desembargador José Flávio de Almeida; do corregedor-geral de Justiça, desembargador Agostinho Gomes de Azevedo; do presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos; e do presidente da AML, Rogério Faria Tavares.

Também estiveram presentes a superintendente adjunta da Ejef, desembargadora Mariangela Meyer; o desembargador Alberto Diniz, ex-presidente da Amagis; o desembargador Maurício Pinto Ferreira; o responsável pela Diretoria Executiva de Gestão da Informação (Dirged/TJMG), Fernando Rosa de Souza; o responsável pelo Centro de Tecnologia e Mídias Digitais (Ceted/Ejef), Leonardo Vianna; o guardião da obra do jurista e escritor Godofredo Rangel, Márcio Sampaio; e o diretor-executivo de Comunicação do TJMG, Sérgio Galdino.

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As parcerias permitirão a renovação do projeto Vozes Poéticas e a reedição de obras de dois grandes juristas e escritores mineiros (Crédito: Cecília Pederzoli)

Livros e podcasts

Um dos convênios celebrados prevê a reedição, em parceria com a Amagis, do livro Memórias do juiz mais antigo do Brasil, obra de quatro volumes de autoria do escritor, jurista e magistrado mineiro Hermenegildo Rodrigues de Barros. Editada originalmente pela Imprensa Nacional, em 1942, a obra teve, na época, apenas uma edição limitada de 500 exemplares, dos quais um se encontra na coleção de obras raras do TJMG.

Fruto de parceria entre a Ejef, a Amagis e a Academia Mineira de Letras, outro acordo de cooperação celebrado nesta quarta-feira tem por objetivo a edição de obra compilando quatro romances do também magistrado e escritor mineiro José Godofredo de Moura Rangel. São eles: Vida ociosa, Falange gloriosa, Os bem-casados e A filha.

Também nesta quarta-feira, foi renovada parceria entre a Escola Judicial e a Academia Mineira de Letras para a realização da segunda temporada do projeto Vozes Poéticas. A iniciativa surgiu para valorizar a produção poética mineira, resgatando o legado de autores que honraram as melhores tradições literárias de Minas.

Por meio da produção de podcasts que oferecem a leitura de obras de grandes poetas mineiros, a iniciativa tem permitido o entrelaçamento entre memória, história, educação e formação. Nessa segunda fase, que estreia em março, serão destacados oito poetas: Alphonsus de Guimaraens Filho, Emílio Moura, Belmiro Braga, Édison Moreira, Elizabeth Rennó, Yeda Prates Bernis, Maria José de Queiroz e Maria Esther Maciel. 

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O 2º vice-presidente, desembargador Tiago Pinto, e o 1º vice-presidente, desembargador José Flávio de Almeida  (Crédito: Cecília Pederzoli)

Comemoração tríplice

“Este é um momento de comemoração tríplice. É muito importante trazer a cultura para dentro do ambiente judiciário. Essas iniciativas aumentam a percepção humanística do juiz e elevam a memória de grandes magistrados, para que não se perca. São projetos que trazem um importante sentimento de preservação e de cultura, e que vão ao encontro dos ideais da Ejef”, afirmou o desembargador Tiago Pinto.

O 2º vice-presidente ressaltou que a programação da Escola Judicial está sendo incrementada com esses cortes culturais, a partir de iniciativas que saem do foco específico da educação e percorrem caminhos mais humanos. “O juiz lida no ambiente humano, e ele aplica conhecimentos humanos. Por isso é importante levar essas histórias a eles. O homem vive de memória, e somos nós quem fazemos a história, que não podemos perder por falta de registro”, acrescentou o desembargador.

Diante dos três convênios celebrados, o 1º vice-presidente, desembargador José Flávio de Almeida, destacou que o momento era, sobretudo, de profunda gratidão.

O presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, afirmou que “as obras que estão sendo reeditadas por meio dos acordos são de pessoas altamente sensíveis, que formaram a cultura jurídica do Brasil”.

O desembargador Alberto Diniz, ex-presidente da Amagis, ressaltou que a entidade sempre acalentou o sonho de publicar e divulgar a obra de grandes magistrados e que, por isso, os acordos celebrados nesta quarta-feira eram a materialização de um antigo desejo.

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Na solenidade, o presidente da Amagis, juiz Luiz Carlos Rezende e Santos, exaltou a importância das iniciativas (Crédito: Cecília Pederzoli)

Vozes Poéticas

O presidente da AML, Rogério Tavares, destacou o valor do projeto Vozes Poéticas de Minas. "Ele é um convite à fruição: à fruição da cultura, da história, da memória e das artes. É ainda um convite à ampliação da nossa sensibilidade e a uma escuta de qualidade, capaz de nos transportar para outros mundos e abrir outras possibilidades nas nossas emoções. Na primeira temporada, destacamos a produção poética de oito autores importantes do nosso estado: quatro homens e quatro mulheres. Vamos repetir essa fórmula nessa segunda temporada, com poetas que fizeram da poesia a razão do seu trabalho e de sua exploração estética”, informou.

De acordo com Rogério Tavares, o projeto foi um sucesso de crítica e de público, em sua primeira fase, registrando grande audiência — foram mais de 15 mil visualizações. “Isso comprova algo de que sempre desconfiei: o ser humano não só adora poesia, como precisa de poesia, pois só a nossa vida, só a nossa realidade, às vezes é árida. Precisamos sonhar, e a poesia é nosso passaporte para isso”, declarou.

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O presidente da AML, Rogério Tavares, destacou que a primeira temporada do projeto Vozes Poéticas de Minas foi um grande sucesso (Crédito: Cecília Pederzoli)

Romances de Godofredo Rangel

Sobre a reedição de romances de Godofredo Rangel, o presidente da AML explicou que o escritor e magistrado foi por muito tempo esquecido, embora seja um dos principais autores da literatura de Minas Gerais do século XX. “Isso precisa ser dito e repetido sempre, para que as novas gerações conheçam o trabalho de alta qualidade na literatura realizado por ele. É isso que o TJMG, a Ejef, a Amagis e a AML, juntos, querem oferecer ao público: encontrar Godofredo Rangel de novo e conferir ali a qualidade, a beleza e o apuro do trabalho dele”, afirmou.

O genro de um dos filhos de Godofredo Rangel, Márcio Sampaio, foi, por mais de 60 anos, o guardião do acervo com as obras do magistrado mineiro. Presente à solenidade, ele expressou sua emoção e sua gratidão com a reedição dos romances. “Godofredo Rangel foi sempre reconhecido como o correspondente de Monteiro Lobato. Mas queríamos que os romances e contos dele fossem publicados antes de publicarmos os cerca de 45 anos de trocas de cartas entre os dois escritores, para que ele seja reconhecido como o grande escritor que é. Esse era o grande sonho da família, por isso, meu muito obrigado.”

Primeiro sucessor da Cadeira nº 13 da Academia Mineira de Letras, José Godofredo de Moura Rangel tem como patrono Xavier da Veiga. Ele nasceu em Carmo de Minas, no sul do estado. O magistrado foi promotor de justiça e ingressou na magistratura mineira em 1909.

Memórias de Hermenegildo de Barros

Nascido em Januária (Norte de Minas), em meados do século 19, Hermenegildo Rodrigues de Barros iniciou sua carreira jurídica como promotor de justiça. Abraçou a carreira da magistratura em 1890, quando foi designado juiz municipal do então termo de São Francisco.

Como juiz de direito, atuou nas Comarcas de Carmo do Paranaíba, Bonfim, Santos Dumont e Ubá e, em 1903, seria alçado ao posto de desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, onde chegou a ocupar a Presidência. Em 1919, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo sido eleito para presidir a Suprema Corte em 1931 e em 1934. Foi na gestão dele, em 1932, que seria instalado o Tribunal Superior de Justiça Eleitoral.

A reedição de suas memórias é considerada importante material, como manancial de pensamentos, reminiscências e histórias de um dos mais destacados magistrados mineiros, revelando também aspectos sobre a formação do juiz à época e o exercício da magistratura naquele tempo.

 

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