Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Divulgação das Metas Nacionais do Poder Judiciário para 2025 encerra 18º ENPJ

Encontro Nacional do Poder Judiciário reuniu representantes de 91 tribunais brasileiros


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O 18º Encontro Nacional do Poder Judiciário foi encerrado na terça-feira (3/12) com a divulgação das Metas Nacionais aprovadas pelos participantes ( Crédito: Gláucio Dettmar/ Agência CNJ de Notícias )

O 18º Encontro Nacional do Poder Judiciário (ENPJ), foi encerrado, na terça-feira (3/12), no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande (MS), com a divulgação das 10 Metas Nacionais do Poder Judiciário para 2025.

O evento, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), teve início na segunda-feira (2/12) e contou com a participação do presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, além de representantes de outros 90 tribunais brasileiros.

Pelo TJMG, também participaram o corregedor-geral de Justiça, desembargador Estevão Lucchesi de Carvalho; as juízas auxiliares da Presidência, Marcela Maria Pereira Amaral Novais e Mariana de Lima Andrade; o juiz auxiliar da Presidência Marcelo Rodrigues Fioravante; o  juiz superintendente adjunto de Planejamento da Secretaria da Corregedoria-Geral de Justiça, Guilherme Lima Nogueira da Silva; o juiz auxiliar da 2ª Vice-Presidência, Thiago Grazziane Gandra; e o diretor executivo de Planejamento Orçamentário e Qualidade na Gestão Institucional (Deplag), João Victor Silveira Rezende.

O Encontro contou ainda com a presença do presidente da Associação dos Magistrados de Minas Gerais (Amagis), juiz Luiz Carlos Rezende e Santos.

Metas Nacionais

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, apresentou as Metas Nacionais do Poder Judiciário para 2025, aprovadas pelos participantes do evento. Elas incluem, entre outros temas, a redução do volume processual, com o julgamento de mais ações do que as que são distribuídas, bem como a análsie de processos mais antigos.

A Meta 1, que é de monitoramento contínuo, não é objeto de votação no ENPJ, mas um compromisso permanente do Judiciário. O foco é julgar mais processos do que os distribuídos e deve ser cumprida por todos os segmentos de Justiça.

A Meta 2 é relacionada ao julgamento de processos mais antigos e busca cumprir o mandato constitucional de observar a duração razoável do processo. “Pretendemos julgar todos esses processos porque ações com 10, 12, 15 anos, são um peso para a imagem da Justiça e queremos superá-los”, afirmou o presidente do STF e do CNJ.

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O presidente do STF e do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, apresentou as Metas Nacionais do Poder Judiciário que foram aprovadas no ENPJ ( Crédito: Antônio Augusto / SCO / STF )

A Meta 3 estimula a conciliação e deverá ser observada pelas Justiças Estadual, Federal e do Trabalho. "A execução dos acordos feitos em conciliação chega a quase 100%, enquanto o cumprimento forçado por decisão judicial é abaixo de 50%", ressaltou o ministro Luís Roberto Barroso.

A Meta 4 diz respeito ao compromisso com o combate à corrupção, priorizando o julgamento de processos de crimes contra a Administração Pública, à improbidade administrativa e aos ilícitos eleitorais.

A Meta 5, que trata da redução da taxa de congestionamento, será observada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelas Justiças Estadual, Federal, do Trabalho, Militar da União e Militar dos Estados. Essa meta visa diminuir o número de processos acumulados e sem solução de um ano para o outro.

A Meta 6 pretende impulsionar exclusivamente os processos de ações ambientais e de regularização fundiária. O presidente do STF e do CNJ afirmou que é preciso dar atenção às emissões de carbono: "Nossa preocupação está com os eventos climáticos que estamos vivendo hoje, como as enchentes de um lado e as queimadas de outro."

 A Meta 7 busca o julgamento dos processos relacionados aos direitos das comunidades indígenas e quilombolas. O compromisso será assumido pelo STJ e pelos segmentos da Justiças Estadual e Federal. O ministro Barroso destacou que "essas são questões sensíveis, mas sabemos que as áreas com melhor preservação ambiental são exatamente as áreas demarcadas indígenas".

A Meta 8 prioriza o julgamento de processos relacionados ao feminicídio e à violência doméstica e familiar contra as mulheres.

A Meta 9 é um estímulo à inovação, e deverá ser cumprida pelo TST e pelas Justiças Eleitoral, Estadual, Federal, do Trabalho e Militar. A expectativa é que haja difusão da cultura da inovação, com a modernização de métodos e técnicas de desenvolvimento do serviço judiciário.

A Meta 10 visa à promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente. Os tribunais deverão garantir a agilidade no andamento e julgamento dos processos nas competências da Infância e Juventude, além de realizarem ações destinadas a combater o trabalho infantil e a estimular a aprendizagem.

O presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, ressaltou a importância de se discutir os temas previstos nas Metas Nacionais do Poder Judiciário.

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O presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, destacou a importância do Encontro e das discussões das Metas Nacionais ( Crédito: Divulgação / TJMG )

"O encontro foi muito proveitoso a partir da condução objetiva do ministro Luís Roberto Barroso. Nós tivemos a oportunidade de aprovar as Metas para o ano de 2025 e todas elas dizem respeito à efetividade da prestação judicial e de um Judiciário mais próximo do cidadão", afirmou.

Ele destacou ainda que as Metas fazem parte da Estratégia Nacional do Poder Judiciário e representam o compromisso firmado anualmente pelos tribunais brasileiros em prol do jurisdicionado.

“Para a formulação das Metas Nacionais, o CNJ realiza, anualmente, duas reuniões preparatórias, nas quais os segmentos da Justiça apresentam suas propostas. Também foram objeto de consulta pública. A última etapa da construção das Metas foi concluída na terça-feira (3/12), com a realização das reuniões setoriais, coordenadas pelos conselheiros do CNJ”, disse o presidente Corrêa Junior.

Segundo o corregedor-geral de Justiça, desembargador Estevão Lucchesi, o as Metas Nacionais aprovadas no 18º ENPJ demonstram o compromisso do Poder Judiciário com a celeridade, a modernidade e as demandas prioritárias da sociedade brasileira.

"Elas são as ações balizadoras dos trabalhos da Corregedoria do TJMG, reforçando as nossas ações em áreas prioritárias como a inovação tecnológica, o combate à violência de gênero e o aperfeiçoamento da Gestão Administrativa e da Governança Judiciária. Com esforços conjuntos e medidas inovadoras seguiremos construindo uma Justiça mais eficiente e acessível para todos", disse.

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Comitiva do TJMG participou dos dois dias do ENPJ no Mato Grosso do Sul ( Crédito: Divulgação / TJMG )


Cortes superiores

O segundo dia do evento foi aberto com o painel “Panorama dos Tribunais Superiores”, conduzido pelo presidente do STF e do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso.

Segundo ele, diante do aumento de demandas que chegam até as instâncias superiores, é preciso compartilhar, ouvir sugestões e encontrar soluções para tornar o trabalho viável dentro dessas esferas de atuação.

O ministro Barroso ressaltou que, graças ao uso da repercussão geral bem regulamentada e da ampliação do plenário virtual no STF, foi possível reduzir substancialmente o acervo processual, passando de 100 mil para cerca de 20 mil.

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Os presidentes dos tribunais superiores realizaram um panorama das atividades de suas cortes  em 2024 ( Crédito: Gláucio Dettmar / Agência CNJ de Notícias )

Em seguida, o presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, afirmou que existem mais de 330 mil processos no Superior Tribunal de Justiça, podendo ultrapassar a marca de meio milhão ao contabilizar os julgados somente neste ano, sendo 20% correspondentes a habeas corpus.

Entre os destaques positivos alcançados pelo STJ, o ministro afirmou que, entre 2008 e 2024, foram julgados 1.003 recursos repetitivos. Esse tipo de julgamento cabe exclusivamente ao Superior Tribunal de Justiça, e é capaz de solucionar múltiplos processos sobre um mesmo tema. Ele também destacou a regulamentação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos (Cejuscs), com a criação de três Câmaras de Conciliação e Mediação no STJ.

Para o presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, 27,1% dos processos em 1ª Instância no Judiciário trabalhista resultam em conciliação. Ele também destacou o papel dos Cejuscs e a criação de acordos de cooperação técnica com vários dos maiores litigantes do País.

O presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministro tenente-brigadeiro do ar Joseli Parente Camelo, afirmou que o cumprimento das Metas Nacionais estabelecidas pelo CNJ é uma das principais realizações da Justiça Militar, sobretudo aquelas relacionadas ao julgamento de processos de improbidade administrativa e à celeridade e eficiência nas análises.

Painel

Também na terça-feira (3/12), foi realizado no Encontro o painel "Tecnologia, comunicação e sustentabilidade: caminhos para o futuro do Poder Judiciário", no qual o presidente do STF e do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, falou sobre os desafios proporcionados pela revolução tecnológica.

"Um dos produtos da revolução tecnológica, o surgimento das plataformas digitais, possibilitou a chegada ao espaço público sem o controle editorial. Ao mesmo tempo em que democratizou o acesso à comunicação, ao conhecimento e ao espaço público, também abriu avenidas à desinformação, aos discursos de ódio, às mentiras deliberadas e às teorias conspiratórias. Uma faceta é extremamente positiva, que é a da democratização do acesso, e outra negativa, que é a utilização por maus atores", afirmou.

Segundo ele, a perda de espaço pela imprensa tradicional criou um mundo em que grupos criam suas próprias narrativas: "Muitas vezes desvinculadas da realidade e que são usadas para defenderem suas ideias e convicções. A mentira passa a ser uma estratégia política. Essa é uma das tragédias do mundo contemporâneo: as narrativas não são baseadas em fatos, mas em ficção, em mentiras deliberadas."

Como desafio para ajudar a reduzir os efeitos negativos do mau uso das plataformas digitais, o ministro Luís Roberto Barroso citou o exemplo da União Europeia, que regulamentou as redes sociais, por meio da Lei dos Serviços Digitais (Digital Services Act). "No Brasil, é um tema que está em discussão no Congresso há um tempo", afirmou.

Ele encerrou sua fala com uma análise da Inteligência Artificial (IA). Para ele, considerando o estado atual da IA, ela não é propriamente uma "inteligência", já que ainda não é capaz de criar algo do nada. "Ela, na verdade, trabalha com dados, instruções e objetivos com os quais é alimentada por pessoas humanas, por meio de algoritmos, que é o nome que a Ciência da Computação dá a essas instruções", disse.

O ministro ressaltou ainda o papel da IA generativa, que tem capacidade de gerar conteúdo, com textos, sons, imagens e vídeos. "Portanto, tem a capacidade de se comunicar com as pessoas humanas como se fosse um ser humano", afirmou.

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O ministro do STJ e corregedor nacional de Justiça, Mauro Luiz Campbell Marques, palestrou sobre as ações da Corregedoria Nacional de Justiça no encerramento do 18º ENPJ ( Crédito: Ana Araújo / Agência CNJ )

Palestra

Na palestra de encerramento do Encontro, o ministro do STJ e corregedor nacional de Justiça, Mauro Luiz Campbell Marques, fez um balanço dos desafios e das ações empreendidas pela Corregedoria Nacional de Justiça.

Ele afirmou que é essencial voltar as atenções para a proteção, a precaução e a recomposição dos biomas nacionais, priorizando a construção de normativos que orientem atividades judiciais e extrajudiciais em proteção ao meio ambiente. "Essas ações não são mais para futuras gerações, mas para o presente", disse.

O ministro Mauro Luiz Campbell Marques também falou sobre inspeções, correições e sobre o Exame Nacional dos Cartórios (Enac), regulamentado pela Resolução nº 81/2009, do CNJ. Sua intenção é aumentar a uniformidade, a idoneidade e a qualidade dos cartórios extrajudiciais. A previsão é que o 1º Enac ocorra no primeiro trimestre de 2025.

Premiação

A programação do 18º Encontro Nacional do Poder Judiciário (ENPJ) incluiu ainda, na terça-feira (3/12), a entregue o Prêmio CNJ de Qualidade 2024 nas categorias "Excelência", para o tribunal que tenha conseguido atender a quase todos os requisitos estabelecidos em edital, e "Diamante", "Ouro" e "Prata".

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Prêmio CNJ de Qualidade 2024 foi entregue durante a programação do 18º ENPJ na terça-feira (3/12) (Crédito: Ana Araújo/Agência CNJ)

Criada em 2019, em substituição ao Selo Justiça em Números, a premiação é dividida em quatro eixos principais: Governança; Produtividade; Transparência; e Dados e Tecnologia. Todos os tribunais participam, com exceção do STF.

Na categoria "Excelência", foram premiados o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), com 93,5% de pontuação; o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), com 97,8%; e o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-PA/AP) com 95,2%.

A categoria "Diamante" premiou 19 tribunais. Em Minas Gerais, os destaques dessa categoria foram o Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJMMG), que conquistou 84,7% de pontuação; e o Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT-MG), que atingiu 90,4%.

As categorias “Ouro” e “Prata” agraciaram outros 54 tribunais, de todos os segmentos.

* Com informações do CNJ

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