“Educação inclusiva na perspectiva do aluno e da família” foi o tema do último dia do Ciclo de Lives sobre Educação Inclusiva que aconteceu nesta sexta-feira (9/10), com a mediação do juiz Luís Fernando Nigro Corrêa, da Comarca de Belo Horizonte.
Participaram a estudante de Direito Ana Luísa Vieira Santos Moreira e as jornalistas Mariana Lúcia Agnese Costa e Rosa e Sophia Silva de Mendonça. Todas elas já enfrentaram problemas não só na inclusão escolar, mas também na inclusão em sociedade.
Ana Luísa, portadora de atrofia muscular, chegou à depois de enfrentar muitos preconceitos e sempre contando com o apoio de sua família. A estudante, que chegou a ser a única cadeirante da escola, disse que pôde contar com o auxílio dos colegas e que essa convivência foi benéfica para todos. “Já passou a fase da ideia equivocada do ser humano perfeito. Ninguém é perfeito, só precisamos que as pessoas respeitem as nossas limitações. Somos pessoas de direito, temos que respeitar e ser respeitados, ouvir e sermos ouvidos”, afirmou.
Autismo
Escritora com vários livros publicados — entre literatura e reflexões sobre o autismo, condição com a qual foi diagnosticada na pré-adolescência —, Sophia é atualmente mestranda em comunicação na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ela contou de sua dificuldade em se adaptar a um ambiente escolar tradicional, que não levava em consideração suas especificidades. “Os piores momentos da minha vida escolar foram aqueles em que eu não tive suporte”, contou.
Com o incentivo da mãe, sempre citada em seu depoimento, escreveu o primeiro livro aos 14 anos. Já adulta, escreveu a obra Neurodivergentes, que fala de sua experiência como autista. “Não imaginava como o livro poderia ajudar outras pessoas autistas, seus familiares e as pessoas em geral, porque o livro fala de relacionamento humano”, ressaltou.
Mariana é mãe da Alice, de 7 anos. Sua filha nasceu prematura, ficou cinco meses na UTI e, em função de uma parada cardiorrespiratória que durou mais de 20 minutos, teve várias sequelas que culminaram em uma deficiência considerada grave.
Mariana conta que, ao buscar escola para sua pequena, recebeu várias negativas de matrícula. Até que encontrou uma escola inclusiva, que tem feito um trabalho bastante sensível com a menina, começando com o letramento. A mãe avalia que todas as pessoas são inacabadas e que “a inclusão é uma dívida de toda a sociedade para com as pessoas com deficiência”.
Lembrando o slogan da luta das pessoas com deficiência, “Nada sobre nós, sem nós”, o mediador, juiz Luís Fernando Nigro Corrêa, encerrou o ciclo fazendo a seguinte pergunta: “Qual sociedade queremos construir?”.
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