“Nunca olhei um processo como um amontoado de papel. Eu via nos autos pessoas que precisavam de uma decisão, que eu me propus a fazer. Fiz da melhor maneira que eu pude. Em todos eles. Sem desprezar nenhum, por menor que fosse o valor econômico da causa. Tratei a todos como pessoas em busca da tutela jurisdicional. E fiz o melhor que pude, porque Jesus fez o melhor por nós.” Com essas palavras, a desembargadora Mariza de Melo Porto se despediu do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em sua última sessão na 11ª Câmara Cível, Unidade Raja Gabaglia, em virtude de sua aposentadoria.
A sessão, muito concorrida, teve a presença do presidente do TJMG, Herbert Carneiro, do 2º vice-presidente, Wagner Wilson, do corregedor-geral de justiça, André Leite Praça, e de vários outros desembargadores, entre eles Baía Borges, Delmival de Almeida Campos e Reynaldo Ximenes Carneiro. Compareceram também o presidente do Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais, juiz Fernando Antônio Nogueira Galvão da Rocha, familiares da desembargadora, advogados e servidores.
Em pronunciamento, o presidente do TJMG, Herbert Carneiro, disse nunca ter visto uma despedida de desembargador com tantas presenças, “sinal evidente, palpável e concreto do prestígio da desembargadora Mariza Porto, que ela granjeou ao longo dessa belíssima trajetória de sua vida pessoal e profissional”. Carneiro ressaltou como marca pessoal da homenageada a sua constante e contagiante alegria, “por maior que fossem as adversidades no campo judicial, que são muitas, o que nos faz admirá-la e respeitá-la cada vez mais”.
“Ao se afastar uma colega dessa envergadura, dessa estatura moral, profissional, intelectual e jurídica, o presidente do Tribunal de Justiça não pode deixar de registrar a tristeza pela lacuna que deixa na nossa convivência profissional”, disse Carneiro. “Mesmo triste, eu aplaudo a sua trajetória, pedindo a Deus que aja entre nós para amenizar a sua falta e que a gente se valha sempre de suas palavras, de suas decisões e de seus ensinamentos, mas, acima de tudo, de seu exemplo.”
A desembargadora Shirley Fenzi Bertão discursou como porta-voz da 11ª Câmara Cível, fazendo um breve relato da carreira de Mariza Porto na magistratura. Relatou sua passagem pelas Comarcas de Bicas, Diamantina, Ponte Nova, Barbacena e Belo Horizonte, sempre conciliando o papel de mãe e magistrada. “Com as filhas menores, enfrentou todas as agruras de uma mulher mãe e magistrada. Desbravando caminhos, exerceu a judicatura com uma competência e sensibilidade que deixaram saudades por onde passou.”
“Mariza Porto destacou-se também na magistratura eleitoral e como juíza auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, onde foi responsável pela criação do selo de fiscalização dos serviços notariais e de registro, que propiciou maior controle, confiabilidade e segurança jurídica aos atos emitidos pelos cartórios extrajudiciais”, continuou.
Por fim, Bertão destacou Mariza Porto como “um ser humano especial”, que se preocupa com as pessoas e as trata igualmente, estejam elas nos mais altos cargos ou nas mais simples funções.
Também pronunciaram palavras de homenagem os desembargadores Luiz Carlos Gomes da Mata, Alberto Diniz Júnior – representando a Amagis –, Wanderley Paiva, Wagner Wilson, Afrânio Vilela, Oliveira Firmo, Marcos Lincoln e Alexandre Santiago, o advogado Raimundo Cândido Júnior, em nome da OAB/MG, a assessora Ana Macena e a escrivã da 11ª Câmara Cível, Margarete Gandra Almeida Santos. O desembargador Alberto Diniz Júnior entregou à homenageada uma placa em nome da 11ª Câmara Cível.
Ao final, a desembargadora Mariza Porto agradeceu as homenagens e destacou as boas lembranças e os amigos que deixou em todas as comarcas e órgãos onde atuou no TJMG. Emocionada, ela lembrou-se de que, ao passar no concurso da magistratura, sua mãe lhe entregou o exemplar de uma carta encíclica do papa João XXIII e disse: “Minha filha, faça pelo seu próximo o que Deus tem feito por você, porque um dia ele vai te perguntar: o que você fez com o que eu te dei? Você vai ter, com certeza, na grande maioria dos seus processos, os pobres, operários, a quem João XXIII, o papa bom, se refere”.
A desembargadora finalizou seu discurso dizendo que a única palavra que tem para o TJMG é gratidão. “O único gesto que eu poderia ter perante essa grande instituição seria ficar de joelhos e de mãos postas e agradecer a Deus e aos meus pais pela oportunidade que eles me deram de vivenciar tudo isso.”
Assessoria de Comunicação Institucional - Ascom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais - TJMG
(31) 3306-3920
imprensa@tjmg.jus.br
facebook.com/TJMGoficial/
twitter.com/tjmgoficial
flickr.com/tjmg_oficial