Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Desembargador Ferrara Marcolino participa de última sessão na 13ª Câmara Cível

Magistrado iniciou carreira em 1992


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O desembargador foi homenageado pela mulher Walmira, pela filha Luciana e pela turma da 13ª Câmara Cível (Crédito: Euler Junior /TJMG)

O desembargador Marco Aurélio Ferrara Marcolino participou nesta quarta-feira (23/4) de sua última sessão de julgamento na 13ª Câmara Cível do TJMG. O momento da aposentadoria reuniu admiradores do magistrado para homenageá-lo pela carreira e agradecer pela convivência e aprendizado partilhado. Os trabalhos ocorreram na modalidade híbrida para permitir que algumas pessoas acompanhassem o evento à distância.

Em tom amistoso e emotivo, com direito a flores, bombons, placa comemorativa e música ao vivo executada pelo violonista Bruno Mark e pela violinista Hevelly Lirika Olivencia Barbosa, companheiros da turma de magistratura, esposa, filhos e netos, assessores, servidores e advogados celebraram os 33 anos dedicados ao Poder Judiciário estadual mineiro. Além dos elogios, agradecimentos e convites para que o desembargador Ferrara Marcolino não se afaste da Casa onde fez tantas amizades e deixou “um legado incomparável”.

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Os colegas do 13ª Câmara Cível agradeceram pela convivência e aprendizado ao longo dos anos. (Crédito: Euler Junior/TJMG)

A presidente da Câmara, desembargadora Maria Luíza Santana Assunção, conduziu a pauta. Ela afirmou que a ocasião era uma despedida da lida cotidiana com o colega querido, “que tanto engrandeceu aos que tiveram contato com ele”, por sua conduta pacificadora, respeitosa e cordial para com todos.

“Vemos esse plenário repleto. Como disse o saudoso Papa Francisco, a paz é o bem que supera qualquer barreira, porque é o bem de toda a humanidade. A paz só pode ser alcançada através do nosso querer, de vibrações positivas, orações e esforços diários em prol deste bem maior”, afirmou.

O presidente, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, impossibilitado de comparecer por estar na inauguração do novo Fórum de Bom Sucesso, registrou seu sentimento com a data.

“O desembargador Marco Aurélio Ferrara Marcolino é meu colega de concurso. Tivemos a oportunidade de ingressar na magistratura juntos, trilhamos as nossas carreiras e nos encontramos no Tribunal. Este é em certa medida um momento de tristeza para os seus amigos, porque perdemos essa convivência diária, mas o desembargador Marco Aurélio também deixa uma história no Poder Judiciário da qual ele pode muito se orgulhar, que vai servir de referência para todas as novas gerações de magistrados”, disse.

Trajetória

Caso marcante

Privilégio

O 1º vice-presidente e superintendente judiciário, desembargador Marcos Lincoln, representou o presidente, desembargador Corrêa Junior, mas frisou que em seu próprio nome também gostaria de cumprimentar e parabenizar o colega. Ele relembrou a época em que ambos atuavam como juízes no Fórum Lafayette e se disse honrado por “aprender e compartilhar a caminhada” com o homenageado.

“O desembargador Marco Aurélio construiu a partir de 1992 uma carreira pautada por extrema dedicação e esmero, comprometimento e senso de justiça. Nas comarcas por onde passou, foi sinônimo de equilíbrio, humildade e profundo respeito pelas pessoas e por abraçar a judicatura como uma missão. Ele escreveu uma história no Tribunal de Justiça que não se apagará com o tempo”, afirmou.  

Os colegas do 13ª Câmara Cível agradeceram pela convivência e aprendizado ao longo dos anos.

O desembargador Luiz Carlos Gomes da Mata, decano, declarou ter os olhos “marejados de lágrimas”. Ele caracterizou o colega como “afável, de lhano no trato, de um brilhantismo incomparável e enorme preparo técnico”. “É um homem admirável, que nos deixa um legado incomparável. O que move o mundo são pessoas do calibre de Vossa Excelência”, concluiu.

Dizendo não ter o dom da oratória, o desembargador José de Carvalho Barbosa aderiu às palavras, enfatizando que sua consideração pelo desembargador Ferrara Marcolino cresceu ao longo do conhecimento que travaram. “Lamentamos sua saída do Tribunal e desejamos que nosso convívio permaneça. Sinto-me grato por termos compartilhado todo esse tempo.”

Para o desembargador Newton Teixeira Carvalho, que citou contatos anteriores com a família do magistrado, a ocasião era oportunidade de expressar o reconhecimento pelo tempo breve, mas marcante na 13ª Câmara.

“Você desempenhou com afinco toda a sua missão, com votos brilhantes e uma liderança à frente de sua assessoria. Aproveite a nova fase agora, seja feliz, caro amigo”, pontuou.

Exemplo

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Despedida do desembargador Ferrara Marcolino (Crédito: Euler Junior/TJMG)

O desembargador Alexandre Quintino Santiago presenteou o desembargador Ferrara Marcolino com uma camisa do time do coração dele.

“Para minha tristeza, perco o colega magistrado, mas, para minha maior alegria, ganho o companheiro Marcão na arquibancada, na torcida do nosso glorioso América. Em nome do Conselho Deliberativo do América Futebol Clube, trago uma lembrança que espero que goste”, disse.

O desembargador Maurício Pinto Ferreira, representando o 2º vice-presidente, desembargador Saulo Versiani Penna, citou a cumplicidade que o uniu ao colega desde a posse no concurso para a magistratura. “Vivemos hoje um misto de alegria e tristeza. O Marco é um grande amigo e um sólido magistrado, trabalhador, honrado, digno. Vejo-o como um farol para nós. É um exemplo, e sinto orgulho de pertencer à sua turma”, afirmou.

O juiz de segundo grau Magid Nauef Láuar, outro companheiro de concurso, falou em nome da Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages).

“Estou com 44 anos de TJMG, e vou contar um segredo: há vida fora do tribunal. Mas o magistrado não se aposenta, ele apenas para de interferir na relação processual. Ele deixa as suas decisões impregnadas na corte. Esse conjunto servirá para a jurisprudência. Até hoje citamos Cunha Peixoto, Orozimbo Nonato, Hélio Costa e continuaremos citando Marco Aurélio Ferrara Marcolino”, enfatizou.  

A presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), Rosemere das Graças do Couto, exprimiu “o agradecimento pessoal ao querido amigo Marcão”, que sempre a apoiou e recebeu com carinho, mostrando “uma pessoa carinhosa, de coração grande” e de inabalável bom humor.

“Em nome da Amagis, agradeço igualmente ao desembargador Ferrara Marcolino por uma trajetória de trabalho em prol da justiça e da magistratura mineira”, destacou.

Dedicação e busca da paz

O procurador de Justiça Geraldo Martins Varela referiu-se à “conclusão de uma carreira belíssima” na magistratura de Minas Gerais. “Desejo a Vossa Excelência, nesta nova fase da vida, muitas realizações, paz, uma vida plena e saúde. Felicidades, em nome do Ministério Público”, disse.

Em nome da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais, falaram os advogados Wellington Luzia e Manoel Augusto Caillaux de Campos, que destacaram a contribuição do homenageado em prol da paz social e do estado democrático de direito, salientando qualidades como “nobreza de espírito, excelência técnica e devotamento abnegado à justiça”, e a receptividade a todos.

O assessor Ricardo Russeff, que acompanhou o desembargador Ferrara Marcolino por doze anos, falou em nome da equipe da assessoria.

“Hoje é um dia de celebração e de profunda gratidão. Foram anos de aprendizado, de confiança mútua e de convivência profissional que moldaram não apenas a minha trajetória no TJMG, mas também minha visão sobre o verdadeiro papel da magistratura. Por onde passou o desembargador, é unânime a percepção de sua integridade. O sentimento de todos os que cruzaram seu caminho é de respeito, admiração e saudade. Obrigado por cada ensinamento e pela generosidade”, ressaltou.

Uma assessora pediu a palavra em seguida.  “Educador silencioso, mas imensamente amável e respeitoso, o senhor construiu sua trajetória com passos firmes e discretos. Sua simpatia constante e a bondade expressa nos gestos mais simples marcaram cada ambiente por onde passou, dos corredores discretos aos plenários solenes. Sempre cortês no trato com advogados, servidores, assessores e colegas magistrados, manteve uma postura irrepreensível, atencioso, acessível e sobretudo humano. Uma figura paternal e protetora, que despertava não só o respeito, mas verdadeira admiração”, disse.

Modelo

Luciana Ferrara dirigiu-se ao pai representando os irmãos Frederico e Ana Luísa, que seguiram todos a vocação jurídica.

“Um ciclo se encerra e com ele festejamos a trajetória de um homem que dedicou grande parte da sua vida à justiça, à ética e ao serviço público. Pai, ao longo desses anos o senhor construiu uma carreira exemplar da magistratura que o levou até um honroso cargo de desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Exerceu cada função com equilíbrio, sabedoria, humanidade e profundo respeito às leis e às pessoas. Sua jornada foi marcada não só por processos e julgamentos, mas, acima de tudo, por valores vividos diariamente. Foi uma caminhada feita de escolhas difíceis, de longas distâncias e de renúncias silenciosas. Para nós, seus filhos, foi um privilégio crescer ao lado de um homem íntegro, comprometido com o bem coletivo e apaixonado pelo que fazia. A cada etapa da sua carreira, o senhor nos transmitia lições que levamos para a vida. O valor da honestidade, o peso das palavras, a importância de ouvir com atenção antes de julgar. E, principalmente, que o trabalho feito com retidão e propósito permanece”, afirmou.

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Sessão contou com grande participação de conhecidos e amigos do magistrado (Crédito: Euler Junior / TJMG)

A esposa, a promotora de justiça Walmira Alves, declarou que data permitiu reencontros com muitos amigos.

“Despedidas emocionam. Com corações experimentando sentimentos diversos como nostalgia, saudade e, nesse caso, alegria pelo cumprimento de uma trajetória ímpar, digna e exemplar. Ainda nesse misto de emoções, a gratidão enche nossos olhos de lágrimas e nosso peito de orgulho. É um ciclo que se fecha, construído no caminho da justiça, da integridade, do caráter e da dignidade. Marco Aurélio, hoje você encerra uma carreira que deixa um exemplo de conduta, de prática e de legitimidade no fazer. Somos gratos por tê-lo, há 34 anos, como referência, primeiro como juiz de direito, cujas decisões fizeram o melhor para o jurisdicionado e para a sociedade, e depois como desembargador, cargo no qual termina sua brilhante estrada como magistrado. Nunca se viu desídia ou desânimo em sua prestação jurisdicional. Decidir celeremente sempre foi sua conduta, pois sabia que a verdadeira justiça deve ser oferecida em tempo hábil”, disse.

A desembargadora Maria Luíza Santana Assunção leu mensagem enviada pelo desembargador Gilson Lemes.

“Marco Aurélio é um homem da paz, conciliador, educado, tolerante e de um astral incrível, que anima os ambientes por onde passa. Aprendo muito com o Marcão, notadamente a driblar as dificuldades da vida com bom humor, esperança e fé em Deus. Parabéns pela sua brilhante carreira, pela sua família linda, pela sua energia positiva que a todos nós incendeia. Tenho uma grande admiração por você e peço ao bom Deus que esteja sempre contigo e o abençoe nessa nova etapa da sua vida”, afirmava o texto.

O desembargador Raimundo Messias Júnior falou pela 2ª Câmara Cível, representando a presidente, desembargadora Maria Cristina Carvalhais. “Diferentemente de outros colegas, que retrataram longas histórias, apenas no outono da vida que tive o privilégio de conhecer Marco Aurélio, mas a empatia entre almas que se encontram é instantânea, e desde então nunca deixamos de estreitar esses laços de amizade. Você deixa o legado de um homem honrado, de um magistrado honesto, digno, e o seu nome, sempre que mencionado, será lembrado com um sorriso, como o de quem pode dizer: ali esteve um homem de bem, que honrou a toga que vestiu”, disse.

O desembargador Ferrara Marcolino agradeceu todas as demonstrações de apreço e fez um retrospecto de seu percurso.

“Depois de 33 anos de dedicação e serviço, tenho a sensação do dever cumprido. Vim para a magistratura vocacionado, combati o bom combate, terminei a carreira e guardei a fé. Muitos me ajudaram e contribuíram na minha prestação jurisdicional: procuradores, defensores públicos, advogados, serventuários, não ouso nominá-los para não cometer injustiça, pois posso esquecer algum nome. Agradeço especialmente à desembargadora Ana Paula Nannetti Caixeta, que me convidou para ser o coordenador adjunto do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania de Segundo Grau, função em que fui mantida pelo desembargador Rogério Medeiros. Fizemos um árduo trabalho, que, no meu entendimento, causou os resultados esperados. Por fim, quero agradecer aos meus familiares, os quais foram o meu pilar durante toda a carreira. Sem o apoio deles, não levaria a bom termo a missão. Aos meus colegas de trabalho nas câmaras que passei, incluindo todos os membros do gabinete que me apoiaram com dedicação e competência, meu mais sincero agradecimento. Aos amigos que fiz ao longo do caminho, meu abraço carinhoso. Agora é hora de começar um novo capítulo cheio de possibilidades e desafios”, ressaltou.

Presenças

Estiveram presentes, entre outras autoridades, o 3º vice-presidente, desembargador Rogério Medeiros; o superintendente administrativo adjunto, desembargador Vicente de Oliveira Silva, os desembargadores André Leite Praça, Ana Paula Nannetti Caixeta, Genil Anacleto Rodrigues, José Luiz de Moura Faleiros, a juíza auxiliar da Corregedoria-Geral de Justiça, Soraia Hassan Baz Láuar, e o juiz convocado Mauro Riuji Yamane, além dos desembargadores aposentados Elias Camilo, José Flávio de Almeida e Washington Ferreira.

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