A Memória do Judiciário Mineiro (Mejud) recebeu a doação de vários itens pessoais do desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) Francisco Kupidlowski. O acervo é composto por medalhas, troféus, colar de honra ao mérito, fotos, carteira funcional e documentos. A entrega foi feita na sala da Superintendência da Mejud, no Palácio da Justiça Rodrigues Campos, à assessora do setor, Andréa Costa Val, que representou o superintendente adjunto, desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant.
A preservação da história da instituição é o que motivou o desembargador a realizar a doação. “Eu sempre guardei as coisas. Quando aposentei, disse que, se eu pudesse, doaria para a Mejud vários objetos que reuni durante os meus 32 anos de magistratura”, disse.
De sua coleção, o magistrado destaca, como mais significativos, o quadro com a foto da última turma de juízes do Tribunal Pleno do extinto Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais (TAMG), que foi unificado ao TJMG em 2005, e os objetos que marcaram sua passagem à frente da Secretaria de Estado de Administração Prisional no período de agosto de 2016 a fevereiro de 2018. O órgão foi criado por iniciativa dele com o objetivo de valorizar a população carcerária.
“Durante a minha gestão de um ano e meio à frente da Secretaria, Minas Gerais alcançou o primeiro lugar no número de presos trabalhando, o que beneficiou 58% dos presos aptos a trabalhar. Fechamos convênios com 560 entidades privadas e públicas para arrumar ocupação para os sentenciados”, destacou. Na opinião de Kupidlowiski, “não há reabilitação ou ressocialização se o preso ficar no ócio. Trabalhando, eles tinham remissão de pena e recebiam um salário que ajudava no sustento de suas famílias. Foi uma vitória muito boa e que eu guardo com muito orgulho”, disse. Após a assinatura do termo de doação, o magistrado visitou as salas temáticas do Museu da Mejud.
Incentivo à doação
Para o desembargador Marcos Henrique Caldeira Brant, essa iniciativa deve ser fomentada junto aos magistrados para doarem livros, documentos e objetos dos quais se possa abstrair relevância histórica, para assim compor o acervo do Museu do Judiciário Mineiro. “Muitas vezes as pessoas de um modo geral não observam o valor histórico agregado a determinadas peças sob sua guarda. Destaca-se que muitos acervos de museus com temáticas variadas são compostos por doações de pessoas desinteressadas”, disse.
A assessora Andréa Costa Val elogiou a iniciativa do desembargador Franscisco kupidlowiski e explicou que os objetos, pela sua importância histórica, farão parte do acervo da Mejud. “São peças de grande valor, que valorizarão o museu”, disse.
Carreira
Natural de Belo Horizonte, o desembargador Francisco Kupidlowski bacharelou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) em 1977. Ingressou na magistratura mineira em 1982, exercendo a função de juiz de direito nas Comarcas de Mesquita, Guanhães e Alfenas. Na capital, atuou na 20ª Vara Cível e foi juiz corregedor, juiz de direito titular da Primeira Vara Criminal, juiz presidente da Segunda Turma Recursal Criminal, juiz eleitoral, diretor do foro da comarca e juiz do TAMG. Nomeado desembargador do TJMG, assumiu o exercício em 18 de março de 2005. Aposentou-se em 4 de junho de 2012.
Como doar
Magistrados e entidades especializadas interessados na doação, preservação e recuperação de autos findos, livros, documentos e objetos diversos de interesse histórico ou cultural existentes nos arquivos dos cartórios do interior, bem como de órgãos judiciários da capital do estado devem entrar em contato diretamente com a Mejud pelo telefone (31) 3237-6224 ou pelo correio eletrônico mejud@tjmg.jus.br.
* Texto da Mejud
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