Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Constelação Sistêmica é tema de seminário no TJMG

Atividade aborda dinâmica utilizada na solução de conflitos


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A psicóloga Solange Bertão  aborda as vantagens da Constelação Sistêmica

Magistrados participam, nesta sexta-feira, 27 de abril, de encontro para discutir a ferramenta da Constelação Sistêmica, utilizada na solução de conflitos. A atividade, realizada pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), tem como instrutora a psicóloga, professora e consultora em Constelações Sistêmicas Solange Bertão.

 

Na abertura do seminário, intitulado “Conhecendo a constelação sistêmica na prática”, o superintendente da Ejef, desembargador Wagner Wilson Ferreira, ressaltou que o curso convida-nos a lançar um olhar humanizado sobre o conflito. “Por desconhecer a origem do conflito, a sentença nem sempre consegue devolver a paz às partes envolvidas em um processo. O propósito dessa atividade é discutir novos métodos de solução de conflitos, a partir do conhecimento das causas dessas desavenças”, acrescentou.

 

Nova compreensão dos conflitos

 

Ainda conforme o desembargador Wagner Wilson, entre as metodologias da Justiça Sistêmica está a Constelação Familiar, criada e desenvolvida pelo professor, pedagogo e psicoterapeuta alemão Bert Hellinger. Conforme os estudos de Hellinger, a Constelação Familiar atua de forma direta nas questões familiares mal resolvidas e abre espaço para uma nova compreensão e também para a cura desses conflitos.

 

O magistrado lembrou que vários Estados do Brasil já utilizam a técnica antes das sessões de conciliação. Em Minas Gerais, algumas comarcas já adotaram a metodologia, entre elas, a de Contagem, que inseriu a dinâmica como desdobramento da audiência de tentativa de conciliação em processos de varas de família com alto grau de litigiosidade.

 

Otimista, o magistrado fez votos de que o seminário permita ao TJMG avançar nessa área, tendo em vista os benefícios que já vêm sendo observados com o método.

 

Origem da dificuldade

 

Conforme explicou a instrutora Solange Bertão, "Constelação Familiar Sistêmica é uma técnica contemporânea (que acabou de ser reconhecida para utilização na saúde pública pelo Ministério da Saúde) consistente em identificar, por meio de experiências específicas, a origem de determinados comportamentos ou situações que uma pessoa vive, das quais, por mais que queira, ela não consegue se desvencilhar. Esta técnica busca identificar se esse comportamento ou situação vivida pela pessoa vem de uma herança emocional.  Pode ser utilizada na Justiça, como, aliás,  já  está sendo empregada em alguns Tribunais do País, em diversas áreas, como família, violência doméstica, infância e juventude, e em todos casos cujo conflito  envolva, substancialmente, questões  familiares, e até mesmo em empresas. 

 

“É importante que o magistrado saiba o que é constelação sistêmica, pois, com esta consciência poderá identificar casos que estejam sob sua responsabilidade e, havendo interesse da parte, poderá encaminhá-la para ser submetida à vivência de constelação.  Este recurso pode ser empregado como uma espécie de mediação, com profissionais formados em Constelação Familiar Sistêmica. O objetivo da Constelação é possibilitar a identificação da origem do problema submetido, a  fim de que, uma vez identificado, ou seja, trazendo-o à consciência, a parte lide melhor com sua questão. Nos tribunais onde a técnica vem sendo utilizada, estatísticas demonstram alto índice de conciliação, complementou a psicóloga.

 

Consultora em constelações sistêmicas desde 2004, em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Portugal, Solange Bertão é sócia fundadora da Associação Brasileira de Constelação Sistêmica – ABC Sistemas e integrante da Hellinger Sciencia desde 2010.

 

Prestigiaram o evento as desembargadoras Shirley Fenzi Bertão, Kárin Liliane Emmerich, Hilda Teixeira da Costa e Mônica Libânio e as juízas Lisandre Figueira, auxiliar da 2ª Vice-Presidência, e Lilian Maciel, entre outras autoridades.

 

O curso, com carga horária de 8h, está sendo realizado na modalidade presencial, no Edifício Mirafiori, 18º andar (Rua Guajararas,40, Centro, Belo Horizonte).

 

Experiência de Contagem

 

A metodologia já vem sendo adotada nas três varas de família e sucessões de Contagem na solução de conflitos em processos de família. A formatação dada pela comarca para a técnica sistêmica observa os ritos processuais e a exigência do novo Código de Processo Civil quanto à imprescindibilidade da conciliação/mediação. Veja matéria publicada em novembro de 2017.

 


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