Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Comarca de Caratinga apresenta resultados de pesquisa sobre Oficinas de Parentalidade

Oficinas permitem que famílias recebam apoio para solução de conflitos


- Atualizado em Número de Visualizações:
Not-1---Familia---Solucao-de-conflitos.jpg
( Crédito : Freepik )

A Comarca de Caratinga, por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) - coordenado pelo juiz Anderson Fábio Nogueira Alves, divulgou os resultados de uma pesquisa realizada com participantes das Oficinas de Parentalidade. Implementadas desde 2019, estas oficinas seguem um programa recomendado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e têm como principal objetivo auxiliar os casais e os filhos no processo de separação ou divórcio e na fase de reestruturação das famílias.

As oficinas representam uma oportunidade para que as famílias que buscam a Justiça recebam apoio especializado, visando saídas possíveis para os conflitos resultantes da ruptura do relacionamento dos pais. Conduzidas por uma equipe capacitada do Cejusc, as atividades duram aproximadamente três horas e incluem a exibição de vídeos, dinâmicas de grupo e esclarecimentos sobre temas como divórcio, separação, alienação parental, guarda, visitas e alimentos. É comum que os pais participem em momentos distintos, permitindo que apresentem suas dúvidas e ouçam experiências de outras famílias.

O juiz Anderson Fábio Nogueira analisou que os resultados da pesquisa são muito satisfatórios porque demonstram que as oficinas estão cumprindo seu papel.

"O que essas pessoas nos relataram, mostra que, de fato, houve uma melhora na qualidade de vida dessas famílias, principalmente na solução dos conflitos que eles tiveram e até na prevenção do passariam a ter depois. Nessas questões envolvendo família, o processo judicial só pega um momento, uma situação, e a família continua passando por outras situações, como problemas de saúde, mudanças de escola e o crescimento dos filhos. Portanto, se os pais tiverem uma facilidade de comunicação para conversar entre eles e ouvirem seus filhos, não vão mais precisar buscar o Poder Judiciário para resolver problema de guarda, de visita ou outros assuntos", comentou.

Metodologia

Para avaliar o impacto das oficinas, o Cejusc de Caratinga aplicou um questionário aos pais três meses após a participação nas sessões realizadas no segundo semestre de 2024. O objetivo era avaliar eventuais mudanças nos comportamentos e modificações das dinâmicas familiares. A participação foi anônima e voluntária.

Os resultados revelaram que, tanto mães quanto pais, consideraram o conteúdo relevante. Cerca de 90% dos participantes tinham menos de 40 anos, sugerindo que a maturidade na solução das controvérsias aliada a um menor período de tempo experimentando o conflito contribui para a possibilidade de mudanças de comportamentos.

Mais da metade dos pais conviveu por menos de cinco anos ou sequer chegou a morar junto, demonstrando que as dificuldades de convivência existem desde o início dos relacionamentos, o que indica a necessidade de iniciativas de resolução de conflitos com um viés muito mais direcionado à prevenção.

Confira os resultados:

  • 94,7% dos participantes responderam que a oficina auxiliou na comunicação com os filhos, com mais de dois terços relatando maior proximidade.
     
  • Quase 80% dos entrevistados perceberam que o sentimento dos pais impacta na relação com o filho.
     
  • 84,2% reconheceram que o conflito, mesmo que não seja na frente dos filhos, os atinge.
     
  • 89,5% dos entrevistados relataram que a oficina os alertou para a necessidade de ter mais atenção com a saúde mental.
     
  • Todos os entrevistados informaram ter conseguido identificar os sentimentos dos filhos, e 78,9% relataram melhora na qualidade de vida ao conseguir trabalhar essas emoções com eles.
     
  • 84,2% indicaram a capacidade de identificar comportamentos herdados de pais e parentes e uma parcela considerável conseguiu trabalhar para modificar esses comportamentos em benefício dos filhos.
     
Not Estudo Oficina Parentalidade Caratinga - Grafico.png
( Crédito : TJMG / Divulgação )

Mudanças positivas na dinâmica familiar foram destacadas, incluindo maior facilidade na comunicação com o outro genitor. Cerca da metade dos entrevistados relatou ao menos uma das seguintes mudanças: "solução mais tranquila do processo judicial", "maior facilidade na solução de assuntos de responsabilidade dos pais em relação aos filhos", "melhora no comportamento do filho", ou "um sentimento de mais esperança e perspectivas para o futuro".

Os elementos mais importantes para a mudança de visão sobre os conflitos, segundo os participantes, foram o testemunho de outros genitores na oficina e a oportunidade de ser ouvido por outras pessoas que passavam pelas mesmas dificuldades.

Sugestões e prevenção

Os participantes sugeriram melhorias como “a possibilidade de um tempo maior para aprofundar no conteúdo, talvez em um encontro posterior", "a vontade de que existisse um conteúdo que os ajudasse a organizar a parte financeira", "a realização de mais oficinas para atingir mais pessoas" e "o aumento das oportunidades para ouvir e ser ouvidos por outras pessoas".

Profissionais da Rede de Atenção à Família que acompanharam as oficinas manifestaram impressão muito positiva dos métodos e resultados, apontando a necessidade de aplicação do conteúdo das oficinas de maneira preventiva, de forma a dar às famílias os instrumentos para solucionar seus conflitos antes da ocorrência de violências e traumas.

Essa percepção também é um sentimento frequente entre os pais, muitos dos quais afirmaram que gostariam de ter feito a oficina antes mesmo de casar, pois acreditam que isso evitaria muitos dos problemas vividos por eles.

Ouça matéria publicada na Rádio TJMG.

Diretoria Executiva de Comunicação – Dircom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG
(31) 3306-3920
imprensa@tjmg.jus.br
instagram.com/TJMGoficial/
facebook.com/TJMGoficial/
twitter.com/tjmgoficial
flickr.com/tjmg_oficial
tiktok.com/@tjmgoficial