Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Cejusc de Brumadinho começa a atender atingidos

Centro é capaz de realizar quatro audiências simultâneas e sessões de conciliação


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Foto mostra duas mulheres, uma delas conferindo um documento
Atendimento no Cejusc: ideia é dar respostas rápidas aos afetados pelo rompimento da barragem de minérios da Vale

O Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) de Brumadinho, localizado no Fórum José Altino do Amaral, já começou a mediar conflitos relacionados ao rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da Vale, ocorrido em 25 de janeiro.

O Cejusc foi reformulado para expandir as condições de atendimento. Desde 1º de abril, o centro conta com novos funcionários, entre estagiários, voluntários e profissionais cooperadores, por meio de parceria firmada com o Núcleo de Práticas Jurídicas da Faculdade ASA de Brumadinho (Iecem-FAB).

Já foram realizadas duas audiências de conciliação durante a primeira semana do novo atendimento e estão na pauta outras 62 demandas cíveis relacionadas ao desastre da Vale em Brumadinho. A expansão do atendimento é mais uma iniciativa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para dar pronta resposta à população atingida, direta ou indiretamente, pela tragédia.

Expansão

Antes do desastre, o Cejusc local dispunha de dois estagiários e um assistente administrativo, que atuavam na realização das conciliações processuais oriundas das duas varas da comarca. O quantitativo era suficiente para atender à movimentação processual local, com média de distribuição mensal de 318 feitos.

Foto mostra área devastada por deslizamento de barragem de minério
Área devastada pelo rompimento da barragem de rejeitos da Mineradora Vale, em Brumadinho: desastre deixou centenas de famílias sem parentes e recursos

Segundo a coordenadora do Cejusc local e juíza titular da 1ª Vara Cível, Criminal e da Infância e da Juventude de Brumadinho, Perla Saliba Brito, essa reformulação na estrutura de atendimento vai ajudar na solução de conflitos de forma mais célere e objetiva.

“Essa é uma unidade do Poder Judiciário que busca a solução consensual dos conflitos em diversas áreas, como indenizações por danos morais e materiais; questões relacionadas à perda de fonte de renda e patrimônio; questões familiares, como pensão alimentícia e guarda de filhos; cobranças e demandas envolvendo concessionárias de serviços públicos”, disse Perla Saliba Brito.

“Nos setores pré-processual e processual, o acordo vai ser celebrado entre as partes, através de um diálogo mútuo. A audiência será conduzida por um conciliador devidamente capacitado, equidistante e imparcial. O acordo vai ser homologado por sentença em um único ato, dando uma maior segurança para as partes de que aquela questão está resolvida”, explica a magistrada. E completou: “Os benefícios da solução consensual dos conflitos são inúmeros, como celeridade, segurança e efetividade. E também funcionam como gargalos para o excesso de judicialização”.

Apoio psicológico

A coordenadora do Cejusc informa ainda que, no caso das vítimas diretas e indiretas do rompimento da barragem da Vale, as partes serão ouvidas previamente por psicólogos voluntários do Tribunal de Justiça, em Brumadinho.

Foto mostra juíza Perla Saliba
A juíza Perla Saliba Brito, coordenadora do Cejusc, destaca o trabalho psicológico feito com os envolvidos

 “A intenção é ouvir as partes previamente, de forma imparcial, sobre o que esperam do Judiciário com aquela demanda e também o sentimento depois da tragédia. O principal desafio é acolher os cidadãos envolvidos no rompimento da barragem e lidar com a fragilidade emocional desse público”, disse.

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Embora o Cejusc já funcione na comarca há três anos, desde o início do mês de abril estão sendo distribuídos panfletos para a população de Brumadinho, com o objetivo de divulgar a ampliação do atendimento e a possibilidade de solução de conflitos através da autocomposição.

Foto mostra placa com escrito Conciliação e Mediação
Trabalho ampliado do Cejusc está sendo divulgado por meio de panfletos distribuídos à população

Qualquer pessoa física ou jurídica pode resolver o conflito em conciliação. A juíza Perla Saliba Brito informa também que as pessoas negociam as questões em conjunto e todos saem ganhando. “A solução é mais rápida do que nos trâmites normais, pois dispensa a produção de provas. O acordo é homologado por um juiz de direito, por isso tem força de decisão judicial. O serviço é gratuito, e os conciliadores e mediadores são capacitados pelo TJMG”, destaca a magistrada.

O juiz Rodrigo Heleno Chaves exerce a função de magistrado adjunto na Comarca de Brumadinho. Atualmente, Minas Gerais conta com Cejuscs instalados em 139 comarcas e quatro Cejuscs especializados (Ambiental, Social, de Família e de 2° Grau).

O Cejusc de Brumadinho funciona das 9 às 18h, na Rua Governador Valadares, nº 271. O telefone é (31) 3571-1176.

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