Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Cejusc de Barbacena dinamiza execução fiscal

Parceria com município reduziu acervo e aumentou arrecadação


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Dar resposta a problemas complexos pode ser paralisante. Mas, invertendo um conhecido brocardo jurídico, "quem pode o menos, pode o mais". Atacar uma dificuldade significativa com soluções modestas e aparentemente parciais pode dar excelentes resultados. Foi o que Barbacena, por meio do seu Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), descobriu. A comarca baixou significativamente seu acervo e permitiu a restituição de receita para o Executivo por meio da conciliação.

 

O juiz coordenador do Cejusc, Marcos Alves de Andrade, conta que havia milhares de ações de execução fiscal propostas pelo município. A distribuição anual, geralmente concentrada nos últimos meses, também era elevada. Em setembro de 2017, graças a uma parceria com o Judiciário, o Executivo editou uma lei anistiando juros e multas e reduzindo os honorários advocatícios relacionados a esse acervo. A norma mencionava o Cejusc para o caso de haver interesse em selar acordos.

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Equipe engajada e colaborativa e o desejo de melhorar a vida das pessoas movimentam o Judiciário de Barbacena

De janeiro a dezembro de 2017, segundo dados do Sistema de Informações Estratégicas do Judiciário (Sijud), 2.709 processos de execução foram baixados e 1.257 receberam sentença, fechando o ano com um acervo de 4.638 feitos. Em 2016, no mesmo período, as baixas foram 4.774, com 2.869 processos julgados e 3.683 sentenças. A queda no acervo foi de 31%. A distribuição também caiu cerca de 12%: de 731 ações em 2016 para 645 em 2017.

 

A mobilização direcionou centenas de ações para o Centro Judiciário. Nas sessões de conciliação, várias audiências resultaram em acordos. Houve também quem, buscando diretamente a prefeitura, entrou na condição de devedor de tributos e saiu como um cidadão que quitou suas pendências com o poder público.

 

“Além disso, realizamos centenas de conciliações pré-processuais envolvendo certidões de dívida ativa que ainda não haviam sido ajuizadas. Assim, a coletividade, o Judiciário e o Executivo tiveram benefícios com a diminuição de ações de execução fiscal em aberto, a anistia de juros e multa aplicada, a redução do número de feitos ajuizados e, evidentemente, um grande aumento na arrecadação municipal, o que também será sentido nos próximos meses, tendo em vista muitos acordos de parcelamento dos débitos”, explicou.

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Segundo o juiz Marcos Andrade, o desempenho do Cejusc na conciliação de execuções fiscais resultou num ofício de agradecimento da Advocacia-Geral do Município 

 

Conciliação em alta

 

De acordo com o juiz Marcos Andrade, o Cejusc de Barbacena conta atualmente com três unidades: uma no fórum, uma instalada num posto da Polícia Militar, entidade parceira que também capacitou membros da corporação para a conciliação e/ou mediação, na Praça da Rua Bahia, e outra no Município de Nossa Senhora dos Remédios, que tem mais de doze mil habitantes, no prédio da Câmara Municipal.

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Busca do entendimento por meio do diálogo e de concessões mútuas cresce na comarca

“Nesses locais, são realizadas sessões para conciliação ou mediação nas modalidades processual e pré-processual, envolvendo questões diversas: dívidas, brigas entre vizinhos, casos de família, indenizações, execuções fiscais e mutirões referentes a DPVAT, telefonia e bancários, nos quais foram obtidos excelentes resultados”, conta. Entre as medidas de promoção de cidadania, o juiz cita as conversões de união estável em casamento e o encaminhamento de demandas diversas.

 

Está sendo tratada, ainda, uma cooperação com a Faculdade de Direito Aprendiz e com outros municípios da Comarca de Barbacena.

 

O magistrado atribui os bons resultados à ótima equipe, que é apoiada por mediadores capacitados pelo TJMG que atuam como voluntários. Ele destaca, também, que o método dialogal busca o consenso entre as partes, mostrando-se menos burocrático e mais pacífico.

 

“No Cejusc a composição do conflito pode ocorrer de forma simples, eficaz, sem despesas e custas processuais, através de conciliadores e mediadores capacitados, sem a formalidade de um processo judicial, geralmente dispendioso e demorado. Por isso, essa frente de trabalho já alcançou redução significativa no número de processos judiciais em tramitação e na distribuição de novos feitos”, pontua.

 

O coordenador enfatiza que o êxito da iniciativa também se deve ao apoio da 3ª Vice-Presidência do TJMG. “O órgão, que tem à frente o desembargador Saulo Versiani Penna, conta ainda com o juiz auxiliar Maurício Pinto Ferreira e com excelentes servidores, que acompanham as atividades e providenciam tudo que for necessário, realizando, inclusive, cursos e encontros pertinentes”, declarou.

 

Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom
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