“Vocês viram uma mulher que foi espancada por um cara que conheceu na internet? Ela só não morreu, porque os vizinhos ajudaram”. “E a mãe de um lutador, que foi agredida?”
Essa foi a conversa de algumas faxineiras, após uma delas ler o adesivo afixado no espelho do banheiro do Fórum Lafayette: “Olha. É sobre violência contra a mulher? Nossa, mais de 191 mil mulheres vítimas de violência, em Minas, de janeiro a setembro de 2018; 382 mulheres assassinadas, que horror”.
O adesivo faz parte de uma campanha feita pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv) e agora reeditada. Dados atualizados do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para o período de 2018 a janeiro de 2019 indicam mais de 193 mil mulheres agredidas e 405 feminicídios (2 mil e 23 a mais que o ano anterior, respectivamente).
“O importante é não se calar”, comenta a superintendente da Comsiv, desembargadora Alice Birchal. O objetivo da campanha, segundo ela é informar e promover o debate.
Nos adesivos fixados em banheiros de prédios da Justiça, prédios públicos e bares, estão dados e o telefone para denúncia, o 180, desconhecido por muitos, como ressalta a magistrada.
“O banheiro é um local de fácil acesso e muito individual. Como informação, o adesivo serve para conscientizar as pessoas. Colocá-lo nos bares faz sentido porque, muitas vezes, a bebida pode ativar a violência. E as mulheres acabam se refugiando no banheiro”, conta.

A desembargadora faz um alerta: “Ameaça verbal também é crime”. Ela conta que as mulheres tendem a achar que “é só uma briguinha e que vai melhorar”.
No entanto, de acordo com Alice Birchal, o comum é já existir um relacionamento e esta relação ficar cada vez pior. "A violência é lenta, cotidiana e gradual. O agressor não começa já agredindo fisicamente. Ele vai sempre avançando. Começa com a violência verbal, depois passa a desclassificar a mulher. Em seguida, dá um empurrão, um tapa, um puxão de cabelo. Paralelamente, destrói um bem material. Aí passa para lesão corporal. Na sequência atinge a face porque quer atacar a parte estética até chegar a matar”, esclarece.
A campanha também está no banheiro masculino. Segundo os dados atualizados, de janeiro de 2018 a janeiro de 2019, mais de 13 mil homens presos em flagrante, por cometerem violência contra a mulher. Um aumento de 5 mil casos em relação ao período de janeiro a setembro/2018.
Comsiv
Por acreditar que a mulher deve ser vista de forma holística, a Comsiv participa da rede de enfrentamento, um grupo formado por diversas entidades, que se reúne periodicamente com o objetivo de debater e aplicar políticas públicas.
Para falar com a Comsiv, magistrados, servidores e interessados em parcerias podem usar o e-mail comsiv@tjmg.jus.br ou os telefones 31-3237-8232 ou 8233. O atendimento é das 12h às 18h.
Assessoria de Comunicação Institucional – Ascom TJMG – Unidade Fórum Lafayette
(31) 3330-2123
ascomfor@tjmg.jus.br
facebook.com/TJMGoficial/
twitter.com/tjmgoficial
flickr.com/tjmg_oficial