Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Violência doméstica é tema de peça teatral

Apresentação no Intervalo Cultural do TJMG faz parte da Semana pela Paz em Casa no TJMG


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A violência contra a mulher nem sempre é visível para quem está envolvido e, muitas vezes, ela aparece mais claramente para quem está de fora. O público que assistiu à peça "Quando Agir", do grupo Todo Cultura, entrou na história e pôde ver a agressão acontecendo entre o casal Rita e Ulisses.

A apresentação aconteceu nesta quinta-feira, 22 de agosto, no saguão do Edifício Sede do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e faz parte das atrações da 14ª Semana pela Paz em Casa, desenvolvidas pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv).

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A peça "Quando Agir" mostra as várias formas de violência doméstica

A peça conta a história de Rita, uma mulher que, entre os trabalhos de casa e ocupações profissionais, sofre a violência psicológica provocada pelo marido. Ela é acompanhada constantemente pelo seu reflexo, o qual vai tentando decifrar os labirintos da opressão que é imposta pelo marido.

No decorrer da história, as características mais marcantes da violência doméstica vão surgindo. O comportamento agressivo de Ulisses é demonstrado no trânsito, no trabalho e em casa, onde ele controla o celular da esposa. Até mesmo o machismo entre as próprias mulheres está representado.

Rangel Silva, autor da peça, escreveu a história a pedido da Comsiv e se baseou na dupla jornada que a maioria das mulheres enfrentam, conciliando o trabalho fora e dentro de casa. Segundo ele, o ponto principal foi mostrar que essa violência acontece em todas as camadas sociais, portanto, os personagens são de classe média alta.

Além disso, para mostrar as diferentes faces da agressão, foram retratadas somente formas psicológicas dessa realidade. O objetivo, conforme o autor, foi mostrar a opressão da mulher nos pequenos gestos, o que é muito comum. “A intenção foi levar o espetáculo até o ponto em que o marido destrói os objetos pessoais da mulher e deixa subentendido que tudo pode piorar e caminhar para questões físicas”, afirma.

Segundo o ator e diretor da peça, Renato Millani, a cultura é uma ferramenta importante para levar ideias e quebrar preconceitos. “O teatro é muito completo, trabalhamos com música, cenário, atuação, a literatura do texto. São vários dispositivos usados para levar reflexão para as pessoas e tentar mudar nossa triste realidade”, ressalta.

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O ator e diretor da peça, Renato Millani, ressalta a importância da arte para mudar a realidade

 

Sensibilização

Em média, a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil. Isso significa que, do início até o final da peça, que durou 45 minutos, cerca de 200 mulheres podem ter sido vítimas de violência doméstica.

Segundo a desembargadora Alice de Souza Birchal, superintendente da Comsiv, o que foi planejado para a peça foi a visualização do problema, alcançando diretamente o emocional das pessoas. “Uma coisa é a leitura da Lei Maria da Penha, outra coisa é uma aula teórica. Diferente é a encenação, que é uma coisa forte. A arte te dá essa cutucada, te tira do seu lugar de conforto”, alerta.

Para a magistrada, muitas vezes a pessoa não percebe que já cometeu alguma das modalidades de agressão, e a peça tem esse papel de conscientização, porque traz uma lista de situações que muitos vão se lembrar de já ter vivido ou presenciado. “As piadas, por exemplo, são exemplos recorrentes de agressão”, destaca.

Não perca

Para complementar a programação cultural da 14ª Semana pela Paz em Casa, O Cineclube TJ apresentará o filme "A Dama de Ferro", hoje, no Auditório da Corregedoria — Rua Goiás, 253, Centro, Belo Horizonte. A entrada é franca.

Baseado na história da ex-primeira ministra da Inglaterra Margaret Thatcher, o filme narra o começo de sua carreira na política, a personalidade forte, os preconceitos sofridos e os pontos importantes de sua vida. A atriz Meryl Streep faz o papel principal, que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz em 2012.

Amanhã, 23 de agosto, o Intervalo Cultural vai apresentar a cantora e instrumentista Deyse Dittmar, às 12h, na entrada do Edifício Sede.

Veja mais fotos no Flickr do TJMG.

 

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