"O importante não é dizer, é saber. Certas coisas não se dizem, porque dizendo, deixam de ser ditas pelo não dizer, que diz muito mais". Essa é uma das inúmeras frases que imortalizaram o escritor mineiro Fernando Sabino (1923-2004), que foi homenageado, pelo conjunto de sua obra e inestimável contribuição à literatura e à cultura brasileira, na segunda-feira (26/5), em sessão especial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

O evento, realizado no Plenário Juscelino Kubitschek, contou com a presença de Bernardo Sabino, filho do homenageado e presidente do Instituto Fernando Sabino, além de convidados e autoridades. Na ocasião, foi entregue uma placa comemorativa para marcar a homenagem ao célebre escritor mineiro.
A mesa de honra da sessão especial foi composta pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais Roberto Apolinário de Castro, representando o presidente do TJMG, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior; pela 1ª vice-presidente da ALMG, deputada Leninha; pela secretária adjunta de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Josiane de Souza, representando o secretário Leônidas José de Oliveira; pelo delegado da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), da Delegacia de Eventos e Proteção ao Turista, Guilherme da Costa de Oliveira Santos, representando a PCMG; pelo diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professor Hermes Vilchez Guerrero; e pelo presidente do Projeto Livro de Graça na Praça, professor José Mauro da Costa.
O desembargador Roberto Apolinário disse que é fã de Sabino desde a infância e que é importante incentivar a leitura para crianças e jovens. Ele elogiou o trabalho realizado pelo Instituto Fernando Sabino no estímulo ao interesse pela cultura para as novas gerações.
"É muito importante a representatividade do Poder Judiciário, principalmente em eventos culturais como esse. Fernando Sabino é uma grande inspiração para os nossos jovens e faço questão de guardar os livros que tenho dele para que meus netos possam ler também e conhecer a qualidade e beleza de sua obra", afirmou.

Documentário
O evento da ALMG foi aberto com a exibição do documentário "100 Sabino", com narração do próprio escritor, e apresentação de imagens antigas de Belo Horizonte, fotos de Fernando Sabino em diferentes épocas e lugares, e citações de suas principais obras. O vídeo em preto e branco foi dirigido e editado por Jodele Larcher.
Em seu pronunciamento, a deputada Leninha enalteceu o talento do escritor mineiro, que ultrapassou as fronteiras do Estado: "Celebramos um homem que não apenas escreveu livros, mas teceu a própria alma de Minas Gerais em palavras. Fernando Sabino foi um contador de causos, um cronista da vida e um espelho que refletiu com humor, ternura e agilidade o jeito mineiro de ser."
Ela destacou também que a obra de Sabino permanece viva, assim como a mineiridade que ele ajudou a definir, com resistência, afetuosidade e sabedoria disfarçada de simplicidade.
Ao agradecer a homenagem ao pai e a presença de autoridades e amigos, Bernardo Sabino falou sobre o trabalho desenvolvido pelo Instituto Fernando Sabino, criado para preservar e divulgar a obra e a vida do escritor.
"Por meio do nosso projeto educativo de leitura, já atingimos um milhão de alunos em salas de aula em diversas cidades do País. O aluno se torna o protagonista do processo e envolvemos toda a comunidade, além dos professores e familiares. A leitura se torna diversão e uma ferramenta contra a criminalidade e expansão da cultura", afirmou.
Sobre o escritor
Fernando Tavares Sabino nasceu em Belo Horizonte, no dia 12 de outubro de 1923. Foi escritor, jornalista e editor. Recebeu diversos prêmios literários importantes.
Em 1936, teve seu primeiro conto policial publicado na revista "Argus", da Secretaria de Segurança de Minas Gerais e, em 1938, ajudou a fundar o jornal "A Inúbia", no Ginásio Mineiro.
Em seguida, passou a colaborar regularmente com artigos, crônicas e contos para as revistas "Alterosas" e "Belo Horizonte". Em 1941, iniciou o curso superior na Faculdade de Direito de Minas Gerais. No mesmo ano, lançou sua primeira obra, o livro de contos "Os grilos não cantam mais".
Em 1944, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se firmou como colaborador de diversos jornais e, em 1946, formou-se em Direito e embarcou com Vinícius de Moraes para os Estados Unidos.
Em 1956, Fernando Sabino publicou o romance "O Encontro Marcado", sucesso de crítica e uma de suas obras mais conhecidas. Publicou ao todo 47 livros e inúmeros contos e crônicas.
Ao lado dos também renomados escritores mineiros Hélio Pellegrino, Paulo Mendes Campos e Otto Lara Rezende, Fernando Sabino formou um grupo inseparável de amigos. Ele faleceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 11 de outubro de 2004.
"Sou dono de uma verdade que não se traduz em palavras"
"No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque ainda não chegou ao fim"
(Fernando Sabino)
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