
A juíza Isadora Nicoli da Silva, cooperadora da Comarca de Belo Horizonte, e os juízes federais Osmane Antônio dos Santos, Alcioni Escobar da Costa Alvim e Jeffersson Ferreira Rodrigues participaram da Roda de Conversa “Como cheguei até aqui”, promovida pelo Comitê de Equidade Racial do Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF6), em 29/5, no salão anexo ao Plenário do TRF6. O evento reuniu magistrados e servidores.
As duas mulheres e os dois homens negros falaram sobre suas trajetórias até a aprovação no concurso público para a magistratura e experiências no enfrentamento de situações de racismo no exercício da função jurisdicional.
A atividade foi coordenada e mediada pelo presidente do Comitê de Equidade Racial do TRF6, desembargador federal Rubens Rollo, e pela diretora da Escola de Magistratura, desembargadora federal Mônica Sifuentes.
Importância múltipla

Segundo a juíza Isadora Nicoli, o evento teve grande “importância simbólica, institucional e pedagógica”.
“Ao reunir vozes negras no Judiciário para compartilhar suas experiências, o encontro não apenas visibiliza nossas histórias de superação e resistência, mas também reforça o papel do protagonismo negro na construção de uma Justiça mais representativa, plural e comprometida com os princípios constitucionais da igualdade e da dignidade humana”, afirmou.
De acordo com a magistrada, uma tônica comum aos participantes da roda de conversa foi o reconhecimento do longo caminho percorrido e a compreensão de que a presença deles nas respectivas instituições “não é fruto do acaso, mas de uma luta persistente contra barreiras históricas de exclusão”.
“O percurso de cada um revelou não só competência e mérito, mas também a necessidade de enfrentar o racismo estrutural e as desigualdades, que não cessam pela simples aprovação no concurso público”, disse.
Protagonismo negro
Em sua exposição, a juíza Isadora Nicoli da Silva ressaltou a necessidade das ações afirmativas e políticas de inclusão e destacando o protagonismo negro, a fim de cada pessoa negra possa trilhar sua própria história, rompendo as barreiras do racismo.
“Magistrados negros devem deixar de ser uma exceção. A sociedade e o sistema de Justiça precisam repensar seus critérios de acesso, formação e permanência. É um chamado à normalização da presença negra em todos os níveis do Judiciário, rompendo com a lógica do ‘único’ ou do ‘exemplar’, que muitas vezes perpetua a ideia de que apenas alguns poucos conseguem ‘chegar lá’”, pontuou.

De acordo com a magistrada, uma ação como essa é um incentivo a que cada pessoa negra se veja capaz de alcançar objetivos grandiosos e possa trilhar sua própria história, rompendo as barreiras do racismo.
“É recusar o lugar de coadjuvante para ocupar com legitimidade os espaços de decisão e de voz. Isso não apenas inspira, mas transforma a cultura institucional, abrindo caminhos para que outros talentos negros possam florescer com menos entraves”, afirmou.
A juíza salientou, por fim, que a Roda de Conversa cumpre a função de letramento racial, que ela considera “essencial ao promover conhecimento, consciência e sensibilização sobre as dinâmicas do racismo no Brasil”.
“É um passo importante para que o Judiciário se torne um espaço antirracista — não apenas em discurso, mas em práticas cotidianas, na formação de magistrados, na elaboração de políticas internas e no acolhimento da diversidade. Esse tipo de iniciativa sinaliza um compromisso com a transformação institucional e social, lembrando que equidade não é um favor, mas uma exigência democrática”, concluiu.
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