Escutar o som dos instrumentos, ouvir sobre a origem de cada um deles, compreender como uma orquestra é formada e, ao fim, desfrutar do prazer da música. Esse foi o conjunto de atividades das recuperandas da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (Apac) feminina de Belo Horizonte, nessa segunda-feira (22/03), durante o concerto didático online da Orquestra Jovem da Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coinj) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
A Coinj, órgão do TJMG que coordena e desenvolve o projeto com a Orquestra Jovem e o Coral, tem como superintendente a desembargadora Valéria Rodrigues Queiroz.
O concerto foi direcionado às recuperandas que participam do projeto “Caminhos e Contos: a Ressocialização pela Palavra”, desenvolvido pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) em parceria com o programa Novos Rumos e a contadora de histórias, pesquisadora e servidora aposentada do TJMG, Rosana Mont´Alverne. O projeto pretende formar contadoras de histórias, contribuindo para a ressocialização das recuperandas a partir do seu contato com as histórias tradicionais da literatura oral e escrita.
Linguagem
O 2° vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Tiago Pinto, na abertura do evento, ressaltou a importância que todos os participantes têm numa orquestra e o viés de inserção social do projeto “Caminhos e Contos”. O magistrado enfatizou o poder que a música tem como linguagem. “A lição desse concerto é que o todo se faz a partir das partes. Cada um tem a sua importância”, disse.
A coordenadora pedagógica da Orquestra Jovem, maestrina Luciene Villani, conduziu o concerto didático. Ela explicou como funciona o projeto da Coinj, que ensina música de orquestra e de coral a crianças e adolescentes, principalmente àqueles que vivem em instituições de acolhimento e em situação de vulnerabilidade social. Durante o período de distanciamento social, cerca de 200 jovens participam do projeto de forma online.
O concerto teve a participação de 11 integrantes do grupo, além da maestrina e de um professor. Os músicos foram convidados a apresentar seus instrumentos e a tocar trechos de algumas músicas, de forma que as recuperandas compreendessem o papel de cada som em um espetáculo.
Além das apresentações individuais, as recuperandas também assistiram a vídeos gravados no período de distanciamento social, com as produções coletivas da Orquestra Jovem e do Coral. “Esse concerto foi uma experiência maravilhosa. É importante levar o trabalho que vem sendo desenvolvido nesses tempos de pandemia. E as recuperandas foram uma plateia incrível”, afirmou a maestrina, destacando o poder transformador da música.
Bis
No fim da apresentação e das explicações, as recuperandas tiraram dúvidas sobre os instrumentos, pediram bis de algumas músicas e se manifestaram sobre o concerto. “Nunca tive oportunidade de ver uma orquestra antes. Achei muito lindo. Gostei de todos os instrumentos”, afirmou Camila. “Gostaria de aprender mais”, disse Elaine.
Foram apresentadas músicas como os hinos dos times Atlético e Cruzeiro, Bella Ciao, chorinho, Asa Branca e Rap da Felicidade.
Plateia
Além do 2º vice-presidente do TJMG, Tiago Pinto, assistiram ao concerto a desembargadora Mariangela Meyer, superintendente-adjunta da Ejef; a desembargadora Ângela de Lourdes Rodrigues e Antônio Armando dos Anjos, coordenador geral das Apacs do programa Novos Rumos; o juiz auxiliar da 2ª Vice-Presidência, Murilo Silvio de Abreu; a contadora de história Rosana Mont´Alverne; e a equipe da Ejef.
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