Como parte das ações da campanha “21 Dias de Ativismo”, a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (Comsiv/TJMG) promoveu palestra sobre estratégias de combate à violência contra mulheres, em 28/11, para colaboradores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), em Belo Horizonte.
A atividade foi conduzida pela juíza da Comarca de Vespasiano e integrante da Comsiv, Cibele Mourão, e contou, ainda, com a exibição de um vídeo e a apresentação da peça teatral "O Ciclo", encenada pelo grupo de teatro Todo Cultura, também sobre a temática.
A magistrada abordou, entre outros aspectos, o machismo estrutural na sociedade, o qual ela definiu como um conjunto de “normas e valores que, de forma sistemática e muitas vezes inconsciente, perpetuam a desigualdade de gênero e a opressão das mulheres em diversas esferas da sociedade, como no trabalho, na política, na família e na cultura”.
Ela também falou sobre as desigualdades de gênero enfrentadas pelas mulheres, que se manifestam em diversas áreas, gerando questões como a disparidade salarial, a menor representação política, a sobrecarga com tarefas domésticas e cuidados e a violência de gênero.
Essas desigualdades, segundo a juíza Cibele Mourão, “são sustentadas por normas culturais e estruturas sociais que limitam oportunidades e reforçam estereótipos, perpetuando a exclusão e a discriminação”.
“É necessário reconhecer as barreiras enfrentadas pelas mulheres, questionar estereótipos e práticas discriminatórias e incentivar mudanças em atitudes e políticas que perpetuam a desigualdade. Educação, diálogo e empatia são ferramentas-chave nesse processo”, ressaltou a palestrante.
Participante da atividade, a engenheira de operação da Gerência Regional Belo Horizonte Norte (GRBN) da Copasa, Lílian Cristiane de Castro, considerou a palestra “bastante esclarecedora, ainda mais diante de um assunto tão sério e pesado”.
“Infelizmente, ainda hoje, mesmo com todos os recursos existentes, auxílios, medidas protetivas, muitas mulheres se sujeitam a uma relação tóxica, aceitam e perdoam abusos, seja em razão dos filhos, do sentimento envolvido, de dependência financeira ou de pressão do próprio companheiro/abusador”, afirmou.
“Além da fala da Dra. Cibele, o vídeo que foi passado e o teatro foram emocionantes, tocaram os nossos corações, e tenho a absoluta certeza de que todos os funcionários presentes, em sua maioria homens, se sensibilizaram com tudo o que foi apresentado e colocado”, completou.
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