Uma das datas cívicas mais importantes do Brasil, o dia 15 de Novembro exalta a Proclamação da República, que fez emergir uma forma de governo que, em seu conceito, colocou o povo brasileiro no papel de soberano. Estamos, dessa maneira, diante de uma efeméride na qual devemos, em especial, exaltar o exercício da cidadania.
Do Brasil Império, com o qual rompíamos naquele paradigmático 1889, ao Brasil de hoje, na segunda década do século XXI, transcorreram exatos 132 anos. Um período marcado por profundas transformações. Nossa nação deixou se ser eminentemente rural, para assistir à explosão dos centros urbanos, e o país industrializou-se, ao mesmo tempo em que se tornou um dos maiores produtores de alimentos para o mundo.
Ocupamos hoje o rol das maiores economias do planeta, mas a desigualdade social permanece um grande e histórico desafio, a ameaçar nossa paz social e nossa liberdade. E a manutenção e o fortalecimento do estado democrático de direito se apresentam com a urgência de um exercício diário, exigindo de todos nós uma postura de permanente vigília.
Por isso, mais que nunca, neste 15 de Novembro, devemos incentivar a participação cidadã, como mola propulsora e único caminho possível para consolidar avanços importantes que já empreendemos e para impulsionar as mudanças que ainda precisam ser engendradas, na construção de uma República mais justa, próspera e pacífica.
Uma República que, como afirmou um dos intelectuais mais importantes do seu tempo, o jurista, advogado e diplomata Ruy Barbosa, “não precisa de fazer-se terrível, mas de ser amável; não deve perseguir, mas conciliar; não carece de vingar-se, mas de esquecer; não tem que se coser na pela das antigas reações, mas que alargar e consolidar a liberdade”.
Como bradaram alguns jornais, no dia seguinte à proclamação, “viva a República!”
Desembargador Gilson Soares Lemes
Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais