Um brado ressoa em nossa nação e é rememorado neste Sete de Setembro, em que celebramos o Bicentenário da Independência do Brasil: o grito de Dom Pedro I há exatos 200 anos, quando, às margens do Rio Ipiranga, espada em punho, proclamou: “Laços fora, soldados! Pelo meu sangue, pela minha honra, juro fazer a liberdade do Brasil. Independência ou morte!”

Selava-se, assim, o futuro deste País, com a edificação, naquela tarde, de uma das páginas mais emblemáticas da nossa história: aquela que estabeleceu o marco inaugural de uma nação que aspirava tomar as rédeas do seu destino e guiá-la, pelas próprias mãos, com inalienável soberania.

Dois séculos depois, somos um país distante daquele, em vários aspectos. Somamos hoje mais de 210 milhões de brasileiros e brasileiras, a maioria de nós concentrada nos centros urbanos. Conhecemos a pujança econômica e somos fonte inesgotável de imensurável riqueza cultural.

Contudo, vivemos ainda atravessados por profundas desigualdades sociais, e a manutenção de nossa jovem democracia tem exigido de nós permanente vigilância. O Sete de Setembro se revela, assim, uma oportunidade privilegiada de lançarmos um olhar reflexivo para nossa história, para um necessário diálogo com o nosso passado, que tanto pode nos ensinar.

Da dimensão difusa do tempo, vêm também até nós, nesta efeméride, todos aqueles que, ao longo da história, contribuíram com seus esforços para alicerçar a sociedade brasileira nos princípios da liberdade, da independência e da justiça. Que esses grandes personagens possam iluminar nossas ações e que possamos honrar o legado deixado por eles, no enfrentamento dos desafios da construção de um Brasil melhor. 

Um viva à Independência do Brasil!

Desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho
Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais