
O presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, foi agraciado com a Medalha Presidente Juscelino Kubitschek na categoria Grande Medalha, em cerimônia realizada nesta segunda feira (12/9) em Diamantina, na região do vale do Jequitinhonha. O evento celebrou os 120 anos de nascimento do presidente JK. Neste ano, a honraria foi entregue a 66 personalidades e a quatro instituições. Vinte e quatro pessoas receberam a Grande Medalha, e 36 a Medalha de Honra.
O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, representou o governador Romeu Zema na solenidade. O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus Filho, foi representado pelo deputado estadual Jean Freire.
Pelo Judiciário estadual mineiro também foram homenageados com a Grande Medalha, por promoção, o 1º vice-presidente do TJMG, desembargador Alberto Vilas Boas, e o corregedor-geral de justiça, desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior.
Receberam a Medalha de Honra as desembargadoras Maria Luíza de Marilac e Juliana Campos Horta e o desembargador Eduardo Brum, além das juízas Lívia Lúcia de Oliveira Borba, da comarca de Ribeirão das Neves e Giovanna Elizabeth Pereira de Matos Costa, da comarca de Contagem; e o juiz Matheus Moura Matias de Miranda, da comarca de Águas Formosas.
O 2º vice-presidente, desembargador Renato Dresch, superintendente da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), condecorado com a Grande Medalha; e os desembargadores José Américo Martins da Costa, superintendente de Comunicação Institucional, e Paulo Calmon, que foram indicados à Medalha de Honra, não puderam comparecer e receberão a honraria oportunamente.
Nesta edição, além de entidades como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater/MG), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iepha), a Guarda Civil Municipal de Diamantina e o Conservatório Estadual de Música Lobo de Mesquita de Diamantina, foram indicados representantes do Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Minas Gerais (OAB/MG), dos Poderes Executivos e Legislativo nacional e municipal, representantes diplomáticos, militares e membros da sociedade civil. Confira a lista completa.
Estiveram presentes o prefeito de Diamantina, Juscelino Roque, e o presidente da Câmara Municipal, Edivan Silva Soares; o procurador-geral de justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior; a defensora pública-geral, Raquel da Costa Dias; o chefe da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), delegado Joaquim Francisco Neto e Silva; o reitor da Universidade Estadual de Montes Claros, Antônio Alvimar Souza; e Áurea Lúcia Quadros Teixeira, presidente do Instituto JK.

Presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador José Arthur Filho, foi o orador oficial da cerimônia ( Crédito: Juarez Tavares/TJMG )
Orador
O presidente José Arthur Filho, orador oficial da solenidade, iniciou o pronunciamento com um poema de Carlos Drummond de Andrade, mineiro de Itabira, que reflete sobre o “irrevelável segredo chamado Minas.” De acordo com ele, Drummond foi, de maneira absolutamente singular, capaz de comunicar a complexidade e a profundidade de Minas Gerais, berço de mistérios e belezas e de uma gente de valor.
“Neste 12 de setembro, dia do nascimento de Juscelino Kubitschek, um dos mais destacados filhos desta terra abundantes em diamantes, quero enaltecer nossa pluralidade e riqueza cultural e histórica. Diamantina é, ela mesma, uma ode às Minas Gerais, com seus casarões coloniais, as ruas com calçamento de pedra, as igrejas barrocas, as torres de sinos e os telhados envelhecidos pelo tempo. Sua história se confunde com a própria formação deste estado”, disse. Ele ressaltou que se sentiu honrado não só pelo recebimento da comenda mas também pela distinção de falar em nome dos demais agraciados e frisou a importância de Diamantina para o país.
“Diamantina transfigurou-se e hoje é outra, sob diversos aspectos. Mas seu passado glorioso está vivo de muitas maneiras, sobretudo no belíssimo conjunto arquitetônico de seu centro histórico, que no final da década de 1990 foi laureado pela Unesco com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Uma cidade que também nos legou, além do ex-presidente JK, o escritor e historiador Abílio Barreto, o filólogo e professor Aires da Mata Machado Filho e o jurista e filósofo Edgar Godoy da Mata Machado, entre tantos outros”, afirmou.
Segundo o presidente do Judiciário estadual mineiro, a data é o momento para reverenciar a memória de JK. “Homem visionário, impulsionou a transformação do Brasil e condensou anseios e aspirações da nossa Nação, ganhando o afeto e a confiança de milhões de brasileiros e brasileiras. O médico e político liderou nosso País e viajou por todo o mundo, mas nunca se esqueceu da pequena Diamantina, que forjou o estadista que ele seria um dia”, disse.
Para o presidente do TJMG, Kubitschek foi um homem além do seu tempo, porque ousou idealizar um Brasil moderno, com apreço pela liberdade e pela democracia, e caminhar em direção a isso. Citando mais uma vez Drummond, o presidente se referiu ao “espírito mineiro”, que possibilita ultrapassar o que está visível, sonhar e conquistar novos territórios.
Simbolismo
O secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, lembrou a trajetória política ascendente de JK, que foi prefeito de Belo Horizonte, governador de Minas e presidente do Brasil, e sua preocupação permanente tanto com a cultura e a vanguarda quanto com a manutenção das tradições e da mineiridade. Ele, que é arquiteto, enfatizou no político a capacidade de diálogo, o respeito às diferenças e o intercâmbio com criadores como Niemeyer, Burle Marx, músicos e poetas.
“Neste ano em que comemoramos 120 anos do nascimento de JK, numa cidade colonial, também festejamos o centenário da Semana de Arte Moderna e o bicentenário da nossa Independência. Juscelino foi importantíssimo na história da arte, pois ele reconhece o barroco e o moderno, e sua modernidade entende que precisa preservar o passado. Isso dá sentido ao povo que somos. JK soube entusiasmar a todos com seu projeto de um país livre, democrático e apreciador da arte, com os olhos voltados simultaneamente para o futuro e para o passado”, frisou.

O deputado estadual Jean Freire, que representou o presidente da ALMG, lembrou que JK, por sua profissão, se dedicava a cuidar de gente. “Na condição de médico, visitava as casas, interagia com a população. Depois, encontrou na política um jeito de continuar cuidando das pessoas. JK valorizava o saber, as artes, os livros, a saúde. Por isso, dedico e ofereço essa medalha ao nosso povo, aos negros e negras, às vítimas de violência doméstica, às crianças e aos adolescentes, aos que lutam por moradia, enfim, ao Vale do Jequitinhonha”, concluiu, citando a canção “Jequitivale”, do cantor e compositor Verono, natural da região.
O prefeito Juscelino Roque ressaltou que o momento é de um simbolismo extraordinário, porque recupera um passado recente que é fonte de orgulho para a coletividade.
"Juscelino Kubitschek, filho ilustre de Diamantina, deu bons exemplos para o mundo. O reconhecimento é um ato de fé, que não exige muito, apenas um diálogo com as vivências do passado. Temos uma Minas Gerais ordeira, com instituições fortes e comprometidas com a democracia. A figura do ex-presidente nos convida à reflexão: como cidadãos, devemos pensar no legado que deixaremos e no futuro que construiremos. O amanhã é consequência do que fazemos hoje. JK, numa época de tantas carências, não deixou faltar a esperança, a estratégia, o planejamento, a compreensão e o estudo. Ele usou o seu tempo com sabedoria, e temos a responsabilidade de assumir nosso papel e buscar o progresso comum, a igualdade social e a caridade”, disse.
Cerimônia
A Medalha JK foi criada pela Lei 11.902/1995 e é outorgada desde 1996. A cerimônia é realizada anualmente no dia do aniversário do ex-presidente, em sua cidade natal. A honraria se destina a homenagear personalidades e entidades que prestaram serviços relevantes prestados à coletividade e contribuíram para o crescimento das instituições políticas e governamentais, para o desenvolvimento social e para a cultura e a história mineira e brasileira.
Nascido em 12 de setembro de 1902, Juscelino Kubitschek de Oliveira foi presidente do Brasil de 1956 a 1961. Responsável pela construção de Brasília e pela transferência da capital federal do Rio de Janeiro para o Planalto Central, delineou um Plano de Metas cujo lema era “cinquenta anos em cinco”.
A proposta investia em áreas prioritárias para o desenvolvimento econômico, tais como a infraestrutura e a indústria. JK também ficou conhecido por sua política de diplomacia cultural, que se servia de artistas para difundir, no exterior, uma imagem exuberante, luminosa e positiva do Brasil.
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