Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Justiça torna réus médico e enfermeira por morte em Governador Valadares

Investigação contra policiais será revisada pelo Procurador-Geral de Justiça


- Atualizado em Número de Visualizações:

A 2ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, aceitou parcialmente a denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) referente à morte de Thainara Vitória Francisco Santos, ocorrida em 14/11 de 2024, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Governador Valadares.

Em decisão proferida pelo juiz David Miranda Barroso, o médico C.V.S.J. e a enfermeira D.E.F. tornaram-se réus por homicídio simples na modalidade omissiva imprópria. Eles estavam lotados na Emergência (Sala Vermelha) que recebeu Thainara Vitória. 

Not-UPA-GovernadorValadares.jpg
Vítima foi levada à UPA pela Polícia Militar (Crédito: Google Maps / Reprodução)

Segundo a denúncia do MPMG, a paciente foi levada à UPA já em parada cardiorrespiratória (PCR), por uma viatura da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).

A Promotoria alegou que os profissionais de saúde, que tinham o dever legal de agir, omitiram-se ao não iniciar os protocolos de reanimação cardiopulmonar ou estabilização. Também sustentou que a vítima permaneceu na UPA por mais de uma hora sem receber manobras de reanimação. O único procedimento registrado foi um eletrocardiograma, que constatou o óbito.

Na mesma decisão, o juiz rejeitou as acusações contra outras três profissionais de saúde (C.C.S., B.S.G.A.S. e M.M.P.) por entender que não houve omissão de socorro por parte deles.

O magistrado apontou indícios de omissão penal relevante, uma vez que não restou comprovado que as condutas foram pautadas na celeridade esperada.

Investigação contra policiais

A atuação dos policiais militares que atenderam a ocorrência será revisada pela Procuradoria-Geral de Justiça de Minas Gerais.

Testemunhos relataram, nos autos, que Thainara Vitória teria sido agredida ao tentar defender o irmão em uma ocorrência em que os militares estavam. Inicialmente, o Ministério Público havia se manifestado pelo arquivamento do inquérito em relação aos policiais.

No entanto, a defesa da família de Thainara Vitória contestou o arquivamento e solicitou o reexame do caso.

Diante do pedido da família e com base em entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), o juiz David Miranda Barroso determinou a remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça para que o arquivamento em relação aos militares seja reavaliado.

Pedido de afastamento negado

O MPMG também solicitou o afastamento dos denunciados de suas funções públicas. O pedido foi indeferido pelo juiz.

O magistrado argumentou que os fatos ocorreram há um ano e não há registros de que os profissionais tenham voltado a apresentar condutas negligentes nesse período, não havendo risco atual que justifique a medida antes do julgamento.

Os réus têm prazo de 10 dias para se manifestarem nos autos.

Da decisão ainda cabe recurso.

Diretoria Executiva de Comunicação – Dircom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG
(31) 3306-3920
imprensa@tjmg.jus.br
instagram.com/TJMGoficial/
facebook.com/TJMGoficial/
twitter.com/tjmgoficial
flickr.com/tjmg_oficial
tiktok.com/@tjmgoficial

*