Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Juizado Especial do TJMG realiza palestra "Lentes de Gênero"

Apresentação da juíza Lívia Borba fez parte das homenagens ao Mês da Mulher


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A juíza Lívia Borba proferiu palestra "Lentes de Gênero" para cerca de 50 magistradas e servidoras do TJMG (Crédito: Gláucia Rodrigues / TJMG)

"É muito importante que cada uma de nós assuma a responsabilidade sobre o que pode ser feito para criar um Judiciário mais inclusivo e mais acolhedor". Esse trecho consta da palestra "Lentes de Gênero", proferida pela juíza auxiliar da Comarca de Belo Horizonte e integrante da Comissão de Equidade de Gênero do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, Lívia Lúcia Oliveira Borba, nesta quinta-feira (27/3).

O evento, realizado no auditório do Juizado Especial e da Fazenda Pública de BH, foi uma iniciativa da juíza coordenadora dos Juizados Especiais de Minas Gerais, Raquel Discacciati Bello. Aproximadamente 50 magistradas e servidoras do TJMG acompanharam a apresentação.

Essa foi a segunda palestra em homenagem ao Mês da Mulher. No dia 20/3, a assistente de direção do Gabinete da Presidência do TJMG Silvana Monteiro, que atua em projetos de Equidade, Inclusão e Diversidade, apresentou a palestra "Conexões que transformam – olhares que devemos ampliar”, que reuniu cerca de 100 colaboradoras terceirizadas da Corte mineira.

“A primeira palestra teve um retorno muito bom. As colaboradoras que participaram se sentiram muito acolhidas, muito prestigiadas, e gostaram de ter uma pausa no dia a dia delas para poder participar daquele evento. O conteúdo da palestra de hoje também foi muito importante. pois a doutora Lívia tem uma visão muito interessante, muito crítica e muito aberta sobre a questão de gênero, sobre os vários tipos de violência que as mulheres estão expostas, inclusive no ambiente de trabalho", afirmou a juíza Raquel Discacciati Bello.

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A juíza Raquel Discacciati Bello fez a abertura do evento e destacou a importância do momento de escuta e reflexão sobre a realidade das mulheres (Crédito: Gláucia Rodrigues / TJMG)

Consciência de gênero

Em sua palestra, ao falar sobre consciência de gênero e raça, a juíza Lívia Borba contou um pouco de sua trajetória na magistratura e como surgiu seu interesse pelo tema abordado. "Tomar consciência é um processo contínuo, permanente, muitas vezes doloroso, mas que não tem volta. As cobranças por resultados e produtividade não levam em consideração as responsabilidades como a carga das mulheres, que é duplicada ou triplicada. A disponibilidade de tempo está relacionada com a existência ou não de responsabilidades domésticas e isso impacta diretamente nos resultados", disse.

Ao tratar da diferença entre os traços comunais (compaixão, cuidado, amizade e simpatia) e agênticos (assertividade, domínio, ambição e independência) de liderança, a magistrada destacou as expectativas e as injustiças cometidas pelas cobranças.

"Homens e mulheres têm todos os traços, mas somos cobradas e tachadas se apresentamos comportamentos agênticos. Em minha carreira, vi mulheres que agiam de forma mais cuidadosa serem criticadas por serem muito cautelosas ou mansas. Também vi mulheres ambiciosas serem massacradas porque não teriam compaixão ou por serem consideradas muito bravas. Fica a sensação de que as mulheres não têm o que é necessário, o que é preciso para ocupar lugares de poder", afirmou a palestrante.

A juíza Lívia Borba apresentou vídeos de momentos relevantes da participação feminina na história do Brasil, como o chamado "Lobby do Batom", uma aliança de deputadas que atuaram na Assembleia Constituinte de 1987-1988, com foco na ampliação os direitos das mulheres.

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A gerente Ana Cristina Benevides participou do evento e agradeceu a oportunidade de se discutir o tema (Crédito: Gláucia Rodrigues / TJMG)

Uma das participantes da palestra "Lentes de Gênero" foi a gerente de Suporte aos Juizados Especiais (Gejesp), Ana Cristina Benevides Zech Coelho. Ela disse que aproveitou a apresentação para refletir sobre como igualdade de gênero: "É sempre muito bom poder ouvir a doutora Lívia. Essa oportunidade de poder falar abertamente e as pessoas poderem criar consciência e entender o papel que têm, auxilia todos nós. Então, foi muito enriquecedor."

Após a palestra, foi destinado um momento para perguntas e reflexões e exibido um vídeo sobre o papel feminino no Poder Judiciário, feito especialmente para a homenagem ao Mês da Mulher, e apresentando o trabalho de magistradas, servidoras e colaboradoras.

Veja neste link outras imagens do evento.

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