Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Juíza de Nanuque participa de homenagem às mulheres

Em evento na Câmara local, foi apresentado PL para ensino da Lei Maria da Penha em escolas


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Mulheres seguram diploma em Câmara Municipal de Nanuque
Sessão solene da Câmara Municipal prestou homenagem a diversas mulheres, entre elas a juíza Aline Gomes Silva (E) (Foto: Divulgação/TJMG)

A juíza Aline Gomes dos Santos Silva, da 2ª Vara Cível, Criminal e de Execuções Penais de Nanuque, participou nessa segunda-feira (8/3) de sessão solene da Câmara Municipal em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. 

Por sua contribuição à comunidade, a magistrada foi uma das homenageadas na solenidade. Na ocasião, foi encaminhado à Câmara um projeto de lei (PL) de autoria dela para que a Lei Maria da Penha seja ensinada nas escolas municipais.

O PL 1/2021 foi apresentado pelo prefeito, Gilson Coleta Barbosa, após indicação da vereadora Elienis Oliveira Santos Tigre, vice-presidente da Casa Legislativa. A proposta estabelece a obrigatoriedade da incorporação de noções básicas relativas à Lei 11.340/2006, por meio do programa “Lei Maria da Penha vai à Escola".

Também estiveram presentes à sessão o presidente da Câmara, José Osvaldo Lima dos Santos, e os vereadores Carmilto Ferreira Rosa Carrieiros, Bruno Salomão dos Santos, Djalma Moreira, Elson de Souza Lima, Fábio Costa de Jesus, Jesualdo Pereira Damascena e Joselicio Santos Medina.

Projeto promissor

Autora da iniciativa, a juíza Aline Gomes Silva, responde pela vara com competência para analisar processos referentes à Lei Maria da Penha na comarca. De acordo com a magistrada, os poderes Legislativo e Executivo, desde o começo, mostraram-se bastante receptivos ao pedido. “Levei a proposição, que foi prontamente atendida”, afirmou.

As expectativas são grandes e ela está confiante. “Com esse projeto nas escolas, todos os jurisdicionados tendem a ganhar, pois qualquer mudança na sociedade primeiro passa pela educação. Leis ou decisões judiciais, por si sós, não são capazes de alterar a construção social do patriarcalismo, que ainda persiste em fazer vítimas no País e no mundo”, argumenta.

Juíza entre o prefeito e o vice-prefeito em solenidade
A juíza Aline Gomes Silva entre o prefeito Gilson Coleta e o vice-prefeito, Gilmar Pereira (Foto: Divulgação/TJMG )

Para a juíza, a orientação de crianças e adolescentes e o processo informativo consolidam um campo favorável para fomentar mudanças estruturais em nossa sociedade. Isso porque, além de aderirem à causa em seu cotidiano e no convívio com os demais, os estudantes podem difundir o conhecimento sobre os direitos das mulheres e a proteção legal ao alcance delas para suas famílias e seus círculos de relacionamento.

“O próximo passo é colocar em funcionamento, por meio da assistência social do município, grupos reflexivos direcionados a homens agressores. Essa é outra metodologia educativa voltada para modificar o rumo dos comportamentos agressivos, que, muitas vezes, fazem parte de uma conduta aprendida e repetida de geração a geração”, defende.

Parcerias

A juíza desenvolve um trabalho educativo de combate à violência doméstica e familiar em Nanuque desde 2018. Entre as atividades realizadas estão rodas de conversa com mulheres em situação de vulnerabilidade social, palestras em escolas, igrejas e empresas e ações culturais.   

Um dos fatores que ela destaca para os bons resultados é o envolvimento e a cooperação de outras entidades, como o Ministério Público, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Polícia Civil, a Polícia Militar, a Secretaria de Assistência Social e de Saúde do Município de Nanuque e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG).

Semana Justiça pela Paz em Casa

Iniciada em março de 2015, a campanha Justiça pela Paz em Casa conta com três edições anuais. As semanas ocorrem em março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher; em agosto, mês em que foi sancionada a Lei Maria da Penha; e em novembro, devido à data estabelecida pela ONU como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra a Mulher (25/11).

A mobilização foi idealizada pela ministra Cármen Lúcia, quando presidia o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e hoje faz parte da Política Judiciária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres.