Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Ipatinga realiza oficina para pais e filhos

Iniciativa contempla envolvidos em processos de guarda e separação


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A separação dos pais, na maioria das vezes, é um momento delicado tanto na vida do casal quanto dos filhos, por envolver emoções e sentimentos diversos. Com a proposta de tornar essa fase menos traumática e dolorosa para toda a família, possibilitando uma convivência mais tranquila, a Comarca de Ipatinga realizou, na semana passada, oficina para pais e filhos envolvidos em processos de guarda e separação.

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O rompimento entre os casais pode ocorrer, mas a família deve continuar; por isso, a atenção aos filhos, sobretudo crianças e adolescentes

A iniciativa foi realizada pelo Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) em conjunto com a Faculdade Pitágoras de Ipatinga. Durante a oficina, realizada na Clínica Escola da instituição em três salas simultâneas, os pais assistiram ao documentário A morte inventada, que aborda a alienação parental, e debateram sobre as questões apresentadas na obra. Uma participante disse que inicialmente não havia gostado da ideia, pois o processo ainda é bastante doloroso. Ela relatou que foi muito importante e significativo para a família ter participado do encontro. “Foi uma ótima oportunidade para melhorar o convívio, várias famílias serão ajudadas”, concluiu a mãe.

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Atividades permitam que crianças e adolescentes falem sobre as dificuldades enfrentadas, troquem experiências e se fortaleçam

 

Já os filhos fizeram as atividades propostas pela Oficina de Parentalidade, no modelo elaborado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As crianças realizaram atividades lúdicas, apropriadas para sua faixa etária. A oficina foi utilizada como um espaço para que pudessem falar sobre seus sentimentos com relação à separação dos pais. “Apreciei muito a oficina” disse um dos pais presentes. Segundo outro, “é muito importante pensar nos filhos nesse momento, pois o ambiente fica muito conturbado”. Ele acrescentou estar “muito satisfeito, pois, ao fazer isso, o Judiciário está pensando em promover o bem-estar das famílias”.

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Recados são parte da estratégia de fazer com que filhos de casais separados busquem a autonomia e a segurança emocional apesar do sofrimento

A assistente social da comarca de Ipatinga, Ana Paula Pettersen Murari, comentou que a oficina incentiva a família a  refletir sobre os comportamentos suscitados pelas rupturas. Dessa forma, os adultos podem realizar mudanças com o objetivo de amparar os filhos. “A possibilidade que o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) abriu para que as pessoas pudessem conviver e expor seus sentimentos foi valiosa para promover a cultura da paz”, conclui a assistente social.

 

Outras iniciativas

 

A comarca não para. Com o objetivo de disseminar a paz social, vem aí, nos dias 26 e 27 de julho, a oficina sobre “Comunicação não violenta”. Ana Paula Pettersen Murari salienta que nessa atividade, também proposta pelo Cejusc, será demonstrada uma metodologia de comunicação pacífica com o outro.

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Equipe do Cejusc está motivada para promover a paz social e a conciliação

 

Em agosto, será oferecida na comarca a palestra sobre “Constelações Familiares”, que consiste em um novo método para conciliar as partes em conflito. No mesmo mês, acontece a Oficina de Pais. O trabalho desenvolvido, foi idealizado pelo juiz coordenador do Cejusc, Otávio Pinheiro da Silva.

 

Origem

 

O projeto sobre parentalidade surgiu nos Estados Unidos e Canadá. O modelo foi trazido para o Brasil pela juíza Vanessa Aufiero da Rocha, que o colocou em prática na Comarca de São Vicente, em São Paulo. Os resultados positivos dessa prática fizeram com que o CNJ o adotasse como política institucional. A determinação é que ele seja um dos recursos utilizados pelos Cejuscs em parceria com as Varas de Família.

 

Cejusc BH

 

O Cejusc de Belo Horizonte mantém permanentemente inscrições abertas e gratuitas para oficinas de parentalidade, voltadas para casais que se separaram e têm de administrar a convivência entre eles e com os filhos. As oficinas são ministradas por instrutores capacitados pelo CNJ em mediação de conflitos.

 

Os juízes das varas de família recomendam a oficina aos ex-companheiros quando observam a existência de conflitos e desentendimentos durante o processo de separação. Os encontros são realizados separadamente. No primeiro dia participa um dos pais; no segundo, o outro e a criança ou adolescente. A sugestão é que no segundo dia venha quem tem a guarda da criança.

 

Os ex-companheiros recebem orientações sobre o divórcio e a separação, suas consequências na família e sugestões de como passar por esse momento sem prejudicar as relações e sem envolver os filhos no conflito. No módulo oferecido a crianças e adolescentes, o tema é tratado com linguagem acessível e com dinâmicas em grupo.

 

Os encontros acontecem na Avenida Francisco Sá, 1.409, no Bairro Gutierrez. Os interessados devem se inscrever pelo telefone (31) 3253-2164.

 

Leia também a edição 6 do Plural TJMG, que trata da alienação parental.

 

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