Um grupo de historiadores que vieram a Belo Horizonte para participar do 33º Simpósio Nacional de História fizeram uma visita técnica ao Arquivo Permanente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Contagem, para conhecer os processos de trabalho, documentação e digitalização realizados pela Corte mineira. Os documentos servem de fonte de pesquisa sobre o contexto político, social e jurídico de Minas Gerais. Eles também podem ser utilizados para comprovação de direitos, como em casos de solicitação de cidadania.
A comitiva era formada pelas pesquisadoras em História do Arquivo Central do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), Alessandra de Oliveira Elias e Lara Rodrigues de Brito Pinheiro, e pelo professor e historiador do Pará, com pós-doutorado na Colômbia e membro do INCT Proprietas, Instituto da Universidad Tecnológica de Pereira (Colômbia), Alan Dutra Cardoso.
O Arquivo Permanente do TJMG está vinculado à Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) e é responsável pela guarda e preservação de documentos históricos do Tribunal. Entre eles há itens dos séculos XVIII e XIX. Os documentos estão à disposição para consulta, tanto para pesquisa interna quanto para o público em geral, através de plataformas online como o Acervo Minas Justiça.
"Aproveitamos a nossa vinda a Belo Horizonte para ter a chance de conhecer o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Tribunal mineiro e aprender um pouco mais sobre a gestão documental que é feita por aqui e as formas de armazenamento. É muito importante fazer essas trocas entre os tribunais e poder aprender com quem entende bem do assunto”, disse a historiadora Alessandra Elias.
Para a pesquisadora Lara Rodrigues, a visita foi muito produtiva, principalmente para entender melhor sobre as planilhas de automatização.
"Todo esse processo de automatização que vocês conseguiram implementar aqui para o acesso ao pesquisador vai ser muito importante para conseguirmos otimizar o atendimento lá no Tribunal de Justiça do Rio. Essas planilhas vão nos ajudar bastante a ainda não tivemos a chance de implementar”, afirmou.
Da mesma forma, o professor Alan Dutra saiu encantado com algumas soluções e possibilidades encontradas no trabalho da equipe do Arquivo Permanente do TJMG.
“Vim aqui especialmente para ter contato com um arquivo diferente dos que já conheci de perto. O foco era mesmo conhecer as dinâmicas internas do TJMG e compreender a maneira como a coordenação e a direção pensam os arquivos”, disse ele.
O diretor Executivo de Gestão da Informação Documental (Dirged), Thiago Doro, destaca a relevância do visita técnica.
"É sempre uma honra receber colegas pesquisadores e profissionais de outras instituições no Arquivo Permanente do TJMG. Essas visitas não apenas nos permitem apresentar o trabalho que desenvolvemos com tanto zelo, mas, sobretudo, possibilitam uma valiosa troca de experiências e aprendizados. Acreditamos que o compartilhamento de boas práticas entre os tribunais e centros de memória fortalece a cultura arquivística e amplia o acesso ao conhecimento histórico e jurídico. Estamos de portas abertas para iniciativas como essa, que reafirmam o papel social dos arquivos como espaços vivos de preservação e diálogo."
Os visitantes foram recepcionados por toda a equipe do Arquivo Permanente e guiados em sua visita pela coordenadora responsável, Sonia Santos, pelo servidor Guilherme Caldas, pelo assistente executivo Vitor Hugo Santos de Melo, pelo assistente de apoio administrativo (responsável pelo atendimento aos pesquisadores), Victor Vieira de Almeida, e pelo encarregado de serviços, Marcus Vinícius Ferreira Leite.
Sônia Santos ressaltou que o arquivo recebe muitos visitantes com diferentes interesses de pesquisa vindos de outras cidades, estados e vários países, e já possui um roteiro preparado.
“Apresentamos aos historiadores todos os procedimentos de conservação, de guarda, de cadastro e dos processos produzidos e distribuídos até 1950. Mostramos desde a etapa de recolhimento das comarcas, até a higienização, depois a indexação, a digitalização e a guarda no acervo”, explicou.
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