Os Tribunais do Júri da capital vão realizar seis julgamentos entre 25 e 29 de novembro em Belo Horizonte, de crimes cometidos contra mulher. Os júris foram selecionados com prioridade para a 15ª Semana da Justiça pela Paz em Casa, última a ser realizada nesse ano.
Além dos júris, com prioridade para os casos de violência contra mulher e feminicídio, realizados em todas as comarcas do Estado, em BH, a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (Comsiv), do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), preparou uma série de eventos para divulgar a necessidade de prevenir a violência contra a mulher, durante a durante a 15ª Semana da Justiça pela Paz em Casa. Veja aqui
O primeiro júri da semana, em BH, será na segunda-feira (25/11), às 9h, no 1º Tribunal do Júri. Será julgado M.C.R., acusado de tentar matar a ex-companheira a facadas, em abril de 2016, quando ela saía de casa para trabalhar. De acordo com a denúncia, o crime foi cometido por motivo torpe, por inconformismo do acusado pelo término do relacionamento. Processo nº: 0024.16.080.564-4.
Na terça-feira (26/11), uma tentativa de homicídio por envenenamento será julgada no 2º Tribunal do Júri. W.D.S, será julgado por ter forçado a ex-companheira, na tarde do Natal de 2008, a ingerir comida envenenada. De acordo com a denúncia, uma sobrinha da vítima foi quem a avisou sobre o veneno, impedindo que o crime fosse consumado. Processo nº: 0024.09.499.944-8
Outro julgamento que também será realizado na terça-feira (26/11) no 1º Tribunal do Júri, às 13h, é o de J.C.A., acusado de ter tentado matar a companheira, em julho de 2016, com golpes de faca, menos de três meses após o parto da filha do casal. Também consta na denúncia que a mulher já era vítima de agressões constantes, mesmo antes da tentativa de homicídio. Processo nº: 0024.16.103.194-3.
Motivos fúteis
Na quarta-feira (27/11), será julgado M.M. P., às 8h30 da manhã, no 2º Tribunal do Júri. Ele é acusado de ter matado a companheira em dezembro de 2009, durante uma discussão em que a vítima reclamava pelas constantes agressões recebidas.
A denúncia foi recebida contra ele em setembro de 2010, mas o réu estava foragido, tendo sido preso e respondido posteriormente ao processo após 2012. M.M.P. foi impronunciado, mas o TJMG atendeu ao recurso do MP e reformou a decisão, determinando que o réu fosse julgado pelo Tribunal do Júri. Acompanhe em: 0024.10.060.679-7.
N.R.L.A. também será julgado na quarta-feira, às 13h, pelo 1º Tribunal do Júri. Ele é acusado de tentar matar a ex-companheira com diversos golpes de canivete, em setembro de 2018, após ela lhe comunicar que estava terminando o relacionamento de dois anos. Processo nº: 024.18.123.450-1.
Também no dia 27, no 3º Tribunal do Júri, será julgado às 9h15, J.C.D. F., acusado de tentar matar a ex-esposa, com quem foi casado por cinco anos. Consta na denúncia que em 13 de julho desse ano, ele foi à residência da vítima e, por ela não ter lhe emprestado uma caixa de som, atacou-a no interior da residência com golpes de faca. Processo nº: 0900664-67.2018.8.13.0024
Facadas e fogo
Na sexta-feira às 8h, no 1º Tribunal do Júri, encerrando as atividades em Belo Horizonte, a juíza Soraya Brasileiro Teixeira preside o último júri da semana, com a presença da juíza Marixa Fabiane Rodrigues, superintendente adjunta da Comsiv.
Na ocasião, será julgado Z.H.A. acusado de matar a ex-companheira, além do filho e da filha dela a facada, e ainda atear fogo nos corpos das vítimas.
O crime ocorreu em 21 de abril de 2018, no bairro Pindorama, quando, após uma discussão com a companheira, Z.H.A. a esfaqueou. Ele matou também a facadas os enteados da mulher, o filho dela de 15 anos, que tentou intervir na agressão contra a mãe, e uma filha de cinco anos, que acordou e presenciou as agressões contra a mãe e o irmão. Número do processo: 0609240-25.2018.8.13.0024
Também na sexta feira, para encerrar as atividades da semana, será realizado o primeiro seminário Justiça seja Feita, uma parceria entre o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, e o movimento “Quem ama não mata”, que nasceu na década de 80 e chegou a inspirar uma mini-serie global.
Há um ano, em novembro de 2018, o ato que marcou o início do movimento em agosto de 1980, foi reeditado nas escadarias da Igreja São José, centro de BH, e marcou o retorno do grupo Quem Ama Não Mata, composto por mulheres que iniciaram o movimento naquela época, e que, devido ao aumento dos casos de violência nos últimos anos, decidiram reinaugurar o movimento.
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