Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Desembargador Armando Freire se despede do Órgão Especial

Última sessão no Colegiado foi marcada por homenagens


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O desembargador Armando Freire completou 44 anos dedicados ao Poder Judiciário (Crédito: Juarez Rodrigues / TJMG)

O desembargador Armando Freire participou, nesta quarta-feira (12/2), de sua última sessão no Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O magistrado, que se aposenta após 44 anos de dedicação ao Judiciário estadual mineiro, recebeu homenagens de colegas magistrados e de membros de outros órgãos do sistema de justiça, de familiares e amigos. 

O presidente, desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior, afirmou se recordar, desde os tempos em que era promotor de justiça, do bom nome e da ótima reputação do colega. “A figura do magistrado Armando Freire, nas comarcas por onde passou, não é apenas uma imagem querida e saudosa para a comarca, mas se tornou uma verdadeira lenda. Tempos depois, embora sua passagem já tivesse se encerrado, quando lá cheguei, os servidores da justiça e os advogados falavam dele”, relembrou.

De acordo com o presidente Corrêa Junior, no decorrer da carreira foi possível confirmar, pessoalmente, aquilo que já conhecia indiretamente por outros. “Na qualidade de integrante desta corte do Estado de Minas Gerais, neste biênio seu presidente, gostaria de dizer que foi uma grande honra ter estado na magistratura com o desembargador Armando Freire, ter servido no Órgão Especial por diversas ocasiões ao lado dele, aprendendo com sua seriedade, competência, lhaneza no trato, mas, ao mesmo tempo, vendo a firmeza de suas posições. O Tribunal de Justiça e o Órgão Especial perdem um pouco da sua história, do seu passado. Mas, por outro lado, o Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais se orgulha da passagem de sua excelência por esta corte”, disse.

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O presidente Corrêa Júnior conduziu sessão do Órgão Especial que prestou homenagem ao desembargador Armando Freire pela sua última sessão no colegiado ( Crédito : Riva Moreira/TJMG )

Dever cumprido

Em sua despedida do colegiado, onde atuou por 15 anos, o desembargador Armando Freire salientou sua gratidão a Deus pelo caminho percorrido, pelas vitórias alcançadas, pelas amizades e pelo aprendizado ao longo de sua história, bem como pelas “palavras generosas, vindas do coração”, com as quais ele foi amplamente saudado. Sobre o sentimento diante desta nova etapa, ele afirmou que elas seguem em duas vertentes que aparentemente são paradoxais, mas se justificam.

“Sinto alegria e tristeza. A alegria de poder chegar até aqui, de uma forma, graças a Deus, limpa, transparente, com a sensação gostosa do dever cumprido. E a tristeza que se justifica por estar deixando esse ambiente. Começar outro ciclo é a ordem natural das coisas. A tristeza é porque aprendi a gostar disso aqui. Os desafios são tantos... Afinal de contas, lidamos com o problema dos outros”, ponderou.

Para o magistrado, um olhar retrospectivo mostra a realização de um chamado ao qual ele sente ter correspondido, apoiado na fé, na família, nas amizades e nas lições dadas pelas pessoas com quem conviveu. “Fiz tudo isso por vocação mesmo. Uma palavra que eu gostaria de deixar é o cuidado com a vocação. O juiz tem que ser vocacionado, porque se não for, não entende. E é essa vocação que me permitiu chegar aqui”, disse.

Segundo o desembargador Armando Freire, a gratidão é outra sensação forte neste momento.  “Só tenho a agradecer às pessoas que cruzaram meu caminho, desde a primeira comarca, com as dificuldades iniciais, o trabalho e os problemas aumentando gradativamente. Sinto-me feliz por ter chegado até aqui, mas vou sentir muita saudade de todo mundo”, concluiu.

Homenagem

O desembargador Moreira Diniz, em nome dos desembargadores do Órgão Especial, rememorou episódios de sua amizade de décadas com o Armando Freire, que começou quando ele era juiz em Baependi e Armando Freire atuava na comarca vizinha de Conceição do Rio Verde. Segundo o colega, a coragem do homenageado já se manifestava naquela época, e, como as trajetórias de ambos convergiram, foi possível observar o carinho e o respeito que ele angariava por onde passou.

“Digno, correto, honesto, íntegro e profundo conhecedor do Direito. Seguimos nossas carreiras com certa proximidade de datas, apenas em regiões diferentes. Promoções, curiosamente, ocorreram sempre nos mesmos anos. Voltamos a nos encontrar no Tribunal de Alçada, para onde fui em 1996, e Armando em 1998. Ele continuou atuando com desenvoltura e alta qualidade, exercendo várias funções, até que veio para o Tribunal de Justiça. Começou na 1ª Câmara Criminal e se removeu para a 1ª Câmara Cível, onde até hoje se encontra”, recordou.

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O desembargador Armando Freire se emocionou com as homenagens recebidas durante sessão do Órgão Especial ( Crédito : Riva Moreira/TJMG )

Segundo o desembargador Moreira Diniz, o desembargador Armando Freire exerceu várias funções e demonstrou ser “um magistrado exímio, homem sério, discreto e sobretudo ético”. “Armando revelou-se um grande colega e um excelente professor para todos nós, sempre granjeando admiração, respeito e amizade. Neste Órgão Especial, sua atuação tem se mostrado perfeita e irrepreensível, um exemplo para todos nós. Sua saída causa inevitável consternação, é uma perda gigantesca, mas com a compensação de poder sempre externar o orgulho e a sensação do privilégio com que fomos agraciados por Deus, que nos permitiu um convívio com ele”, finalizou.

Para o desembargador Kildare Carvalho, a convivência com o desembargador Armando Freire foi uma oportunidade de “aprender e apreender”. Ele frisou como traços do amigo a reconhecida competência jurídica, a exemplar carreira na magistratura, o vasto conhecimento, a paixão pelo esporte, seu jeito alegre e descontraído, bem-humorado, franco e simples.

“E ser simples não é simples, porque a natureza humana parece ter uma grande inclinação para complicar tudo e enxergar somente dificuldades. Com o desembargador Armando Freire, acontece o contrário. É uma pessoa ímpar, pela brandura no trato, pela sabedoria. Sua trajetória na magistratura foi bem destacada. O caro colega deixa um exemplo das características da amabilidade, do bom trato nos relacionamentos, da capacidade de diálogo, do profundo conhecimento e do respeito para com todos. Que a aposentadoria seja uma oportunidade para, longe dos afazeres e das preocupações de julgar, prosseguir na paixão pela vida, celebrando o renascer de cada um com seus familiares”, afirmou.

Carreira coroada

A desembargadora Beatriz Caires citou as raízes serranas que ela compartilha com o homenageado. “A emoção e o tempo restrito dessa sessão me impedem de falar muito, mas fica o registro. Todos sabemos que a árvore de bons frutos cresce com a força de sua raiz, e quando a casa é construída sobre a rocha, nenhum vendaval a destrói. A vida do meu querido amigo fraterno, desembargador Armando Freire, teve como exemplo o saudoso Geraldo Freire e Dona Iaiá, e continuará sendo profícua”, ressaltou.

A magistrada qualificou o homenageado como “um homem de sorte, pois nada da vida lhe foi fácil”. “Na companhia de Laene, formou uma família exemplar com quem tenho o prazer de conviver. No Judiciário é referência, sinônimo de firmeza, inteligência, honestidade, simplicidade. É muito bom conquistar vitórias com sacrifício, determinação e coragem, e até mesmo com um pouco de paciência. A vida em si já é um valor supremo, mas alicerçada na luta tem um sabor especial. Esse é exatamente o caso do desembargador Armando. São inúmeras as qualidades dele, tanto no campo pessoal quanto profissional. Sei que hoje não é uma despedida, nossa amizade é sólida e vai permanecer. Seja feliz, amigo, nessa nova etapa de vida. Deus o conserve com saúde, paz e alegria”, concluiu.

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Os magistrados, integrantes do Órgão Especial, reverenciaram a trajetória do desembargador Armando Freire ( Crédito : Riva Moreira/TJMG )

A presidente da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis), juíza Rosimere das Graças do Couto, expressou seu reconhecimento ao homenageado, por sua colaboração na entidade associativa. “Gostaria de agradecer ao doutor Armando Freire, não só pelo trabalho judicante que ele prestou todos esses anos, mas também pela dedicação com que impulsionou o esporte na nossa associação. Para nós, não é um momento de despedida, já que ele seguirá conosco na Amagis, sendo essa força motriz que impulsiona a nossa área esportiva, principalmente o futebol. Muito obrigada por tudo, em nome de todos os associados”, disse.

A procuradora-geral de Justiça Adjunta Jurídica do Ministério Público de Minas Gerais, Reyvani Jabour Ribeiro, também parabenizou o magistrado, desejando sucesso e alegrias. “Em nome do MPMG, o qual eu aqui represento, gostaria de dedicar singelas felicitações ao desembargador Armando Freire. Como dizia o poeta, ‘o que a vida espera da gente é coragem’, porque quem não tem coragem para atravessar o oceano nunca terá a vista da costa. Que o senhor seja muito feliz nesta nova fase, neste novo ciclo da vida, e que possa realmente usufruir das alegrias de ser chefe de família, de ser pai, de ser avô. E que Deus o proteja sempre”, afirmou.

Em nome da Advocacia-Geral do Estado, o procurador do Estado Valmir Peixoto da Costa pediu a palavra, salientando as qualidades humanas e profissionais do desembargador Armando Freire. “A simplicidade sempre foi uma tônica na sua conduta e postura. Notável conhecedor do Direito, uma pessoa simples e muito cordial ao nos receber em seu gabinete, sempre pronto e disposto a nos atender. Foi, igualmente, firme nos princípios jurídicos e valores que trouxe do interior de Minas. Portanto, em meu nome e em nome da Advocacia-Geral do Estado, registro da nossa adesão aos votos de congratulações proferidos”, declarou.

O advogado Rosan de Sousa Amaral, a título pessoal e como integrante da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais, endossou os elogios e agradecimentos ao homenageado. “Gostaria de desejar, a ele e sua família, uma nova etapa na vida. O desembargador Armando Freire ficará sempre aqui, registrado na memória, como exemplo de dignidade, autoridade, além de sobressair pela doçura, atenção e gentileza para com os colegas no gabinete. Muito obrigado por sua presença no Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Aderimos, portanto, a todos os votos que foram proferidos, aqui”.

Currículo

Nascido no Serro, Armando Freire se graduou na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais em 1974. Ingressou na magistratura em junho de 1981, tendo passado pelas Comarcas de Conceição do Rio Verde, Conceição do Mato Dentro, Diamantina e Belo Horizonte. Integrou o extinto Tribunal de Alçada de Minas Gerais e foi promovido ao TJMG em setembro de 2004.

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