Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Combate a fake news abre 2º dia de seminário sobre cibercrimes

Palestras também ressaltaram a Convenção de Budapeste e a requisição de dados a provedores


- Atualizado em Número de Visualizações:
Not-Henrique-P-B-e-Estela-Aranha.Sem-Int-Cibercriminalidade-e-Prova-Dig.4.jpg
A ministra do TSE Estela Aranha e o vice-presidente do TRE-MG, desembargador Carlos Henrique Perpétuo Braga, durante palestra sobre combate às fake news no processo eleitoral (Crédito: Euler Júnior / TJMG)

“Nas redes sociais, não temos como controlar o que é entregue no feed de cada pessoa. Os stories desaparecem rapidamente, e não sabemos o que está sendo impulsionado pelo algoritmo.”

A reflexão é da ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Estela Aranha, que debateu desafios no combate a notícias falsas (fake news) em período eleitoral.

A magistrada participou do 2º dia do Seminário Internacional de Cibercriminalidade e Prova Digital, promovido pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef), no Auditório do Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte.

Ela ministrou a palestra “Fake News e ataques à democracia”, mediada pelo vice-presidente e corregedor regional eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), desembargador Carlos Henrique Perpétuo Braga. Foi discutido o papel do Judiciário no enfrentamento da desinformação.

Ao tratar da Resolução TSE nº 23.732/2024, sobre propaganda eleitoral, a ministra ressaltou que ferramentas de inteligência artificial (IA) representam um desafio à fiscalização nas eleições de 2026. Além disso, discutiu modelos comportamentais e ecossistemas das redes e apresentou exemplos de vídeos falsos de campanhas políticas criados por IA.

“As fake news sempre existiram no processo eleitoral. Mas a digitalização ultrapassa o debate para a esfera digital e traz novos desafios. Há maior alcance, velocidade, falta de transparência sobre o financiamento, entre muitas outras questões a serem consideradas.”

Convenção de Budapeste

A primeira apresentação do dia, intitulada “Estrutura e aplicabilidade da Convenção de Budapeste”, foi proferida pela procuradora regional da República Fernanda Teixeira Souza Domingos. O mediador foi o desembargador do TJMG Henrique Abi-Ackel Torres. 

Not-Henrique-A-A-e-Fernanda-T.Sem-Int-Cibercriminalidade-e-Prova-Dig.1.jpg
A procuradora regional da República Fernanda Teixeira Souza Domingos falou sobre a Convenção de Budapeste, em painel mediado pelo desembargador Henrique Abi-Ackel Torres (Crédito: Euler Júnior / TJMG)

A procuradora tratou de cooperação jurídica internacional: 

“A realidade cibernética, hoje, permeia as nossas investigações. Qualquer delito ou as questões cíveis envolvem evidências digitais e é necessário saber lidar com esse ambiente. E a Convenção de Budapeste é o instrumento internacional que regula crimes cibernéticos.”

Proteção de dados

“Aspectos jurídicos e processuais da obtenção de dados” foi o tema do painel mediado pelo desembargador do TJMG Paulo Calmon Nogueira da Gama, que contou com apresentação da procuradora da República e Integrante do Grupo de Apoio sobre Criminalidade Cibernética da 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal (MPF), Melissa Garcia Blagitz de Abreu e Silva.

A palestrante explicou como se dá a requisição de dados e os contatos com provedores segundo o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014).

“O Marco Civil define dois tipos de provedores: os de conexão, que estão, em regra, situados em território nacional e oferecem a estrutura necessária para a conexão; e os provedores de aplicações, que podem estar em qualquer lugar do mundo, oferecendo serviços que podem ser acessados do Brasil.”

Not-Paulo-C-e-Melissa-G.Sem-Int-Cibercriminalidade-e-Prova-Dig.2.jpg
A procuradora da República Melissa Garcia Blagitz de Abreu e Silva detalhou o processo de requisição de dados; o desembargador do TJMG Paulo Calmon fez a mediação do painel (Crédito: Euler Júnior / TJMG)

A procuradora Melissa Garcia Blagitz de Abreu e Silva falou ainda sobre aspectos da coleta de dados em tempo real e o armazenamento de informações conforme a Convenção de Budapeste.

Ela destacou os desafios com a falta de padronização dos provedores, a qualidade dos dados e as consequências para a cadeia de custódia dos dados recebidos:

“Uma prova pode ser inutilizada se você simplesmente abrir um arquivo. Faça sempre uma cópia forense, a chamada cópia de segurança, para utilizar. Mantenha intacta a evidência original. Deixe para manusear o ‘clone’ que você criou. Isso é essencial.”

Confira no Flickr do TJMG outras fotos do 2º dia do evento.

Diretoria Executiva de Comunicação – Dircom
Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG
(31) 3306-3920
imprensa@tjmg.jus.br
instagram.com/TJMGoficial/
facebook.com/TJMGoficial/
twitter.com/tjmgoficial
flickr.com/tjmg_oficial
tiktok.com/@tjmgoficial

*