Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Comarca de Pompéu realiza debates para estruturar rede de proteção social

Iniciativa pretende favorecer criação de políticas públicas para pessoas em situação de vulnerabilidade


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O diretor do foro da Comarca de Pompéu, juiz Tiago Borges de Oliveira (gravata azul, ao centro), e demais participantes da Semana de Debates sobre a Rede Pompeana de Proteção Social (Crédito: Divulgação TJMG)

A garantia dos direitos individuais, coletivos e sociais dos cidadãos está entre as muitas responsabilidades do Poder Judiciário, que também atua como um garantidor desses direitos, na proteção social e na resolução de conflitos, assegurando ainda que políticas públicas sejam implementadas corretamente.

Pensando em ações que possam garantir os direitos dos cidadãos, no período de 14 a 18/7, a Comarca de Pompéu promoveu a Semana de Debates sobre a Rede Pompeana de Proteção Social. A iniciativa do diretor do foro, juiz Tiago Borges de Oliveira, foi realizada em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, com o apoio da Procuradoria do Município e da Assessoria da Câmara Municipal de Pompéu.

A semana contou com a participação de conselhos municipais, representantes de organizações da sociedade civil e de diversas entidades locais. Ao todo, mais de 100 pessoas participaram das mesas temáticas, organizadas com o objetivo de analisar, debater e fortalecer a rede.

Urgência de atuação conjunta

A proposta da semana de debates surgiu a partir da constatação, por parte do magistrado, da necessidade de reorganização e fortalecimento da rede de proteção social local, com base na realidade enfrentada no acervo da vara única, que ultrapassava 9 mil processos no momento da chegada do juiz à comarca.

“A existência de uma rede de proteção social efetiva é essencial para a correta identificação, acolhimento e encaminhamento de diversas situações do cotidiano, muitas das quais poderiam ser resolvidas sem a necessidade de judicialização. E, nos casos já judicializados, a rede deve atuar em sintonia com o Judiciário para garantir decisões mais eficazes e humanas”, disse o magistrado.

O juiz destacou alguns casos, ocorridos na comarca, que ilustram a urgência da atuação conjunta e preventiva, em vários âmbitos:

  • Adolescentes ameaçados por facções e impedidos de comparecer ao fórum por disputas territoriais;
  • Pessoas trans em situação de vulnerabilidade extrema;
  • Jovens internados por medidas socioeducativas;
  • Idosos vítimas de maus-tratos;
  • Mulheres em situação de violência doméstica;
  • Pedidos de internação compulsória de pessoas em sofrimento por dependência química;
  • Comunidades quilombolas invisibilizadas;
  • Sessenta e oito cães apreendidos em canil clandestino;
  • Casos de desmatamento de vegetação nativa.
     

Para o juiz, esses episódios reforçaram o diagnóstico de que diversas demandas que hoje aportam ao Judiciário local poderiam ser prevenidas ou encaminhadas adequadamente por meio de uma rede articulada entre os poderes Judiciário, Executivo e Legislativo.

“A partir desses encontros, poderemos promover a revisão e o aprimoramento da legislação municipal relacionada à rede; mapear e divulgar os direitos, a estrutura e os serviços existentes e os canais de atendimento à população; identificar, com base na realidade judicial, os gargalos de proteção social existentes; e discutir a eventual criação de uma sede física, como ponto de articulação permanente, acessível à população pompeana”, falou. 

Durante os encontros, foi concluída uma análise técnica e jurídica dos conselhos municipais e dos órgãos executivos vinculados a cada eixo temático da rede, com foco na reorganização institucional, na descentralização de políticas públicas e no fortalecimento da atuação comunitária.

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Ao longo da semana, foram realizados nove encontros para buscar soluções e promover melhorias para a população em situação de vulnerabilidade social (Crédito: Divulgação TJMG)

Encaminhamentos e compromissos

Ao final da semana, a proposta de continuidade da articulação interinstitucional recebeu a adesão e a aprovação de todos os participantes. O juiz sintetizou a lógica da atuação da rede.

“Em vez de decisões judiciais que impõem gastos públicos imediatos, bastaria um parágrafo: ‘Antes de apreciar o pedido liminar, encaminhe-se o presente caso ao eixo correspondente da rede municipal. Após, voltem os autos conclusos’”, disse ele. 

Na avaliação do magistrado, a iniciativa reforçou o compromisso da Comarca de Pompéu com uma Justiça mais acessível, preventiva e integrada. Também reafirmou a importância da atuação conjunta entre instituições públicas e sociedade civil na garantia dos direitos fundamentais e na promoção da dignidade da população local.

A Rede Pompeana de Proteção Social

A rede é formada por um conjunto de órgãos, ações e pessoas dedicadas à articulação de políticas públicas voltadas à população em situação de vulnerabilidade social, com atuação segmentada em eixos temáticos, como crianças e adolescentes, mulheres, pessoas idosas, população LGBTQIAPN+, dependentes químicos, pessoas com deficiência, povos tradicionais e proteção animal, entre outros.

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