
Até o dia 31/7, o público pode conferir, no Fórum Desembargador Edésio Fernandes, em Lagoa Santa, a exposição do projeto "Inclusão do Sistema Carcerário no Ecossistema Sustentável", composta de obras de arte concebidas e realizadas por detentos do Presídio de Lagoa Santa. O público pode conferir pinturas a óleo, esculturas e imagens sacras criadas com material que seria descartado e que foi reaproveitado. O prazo de exibição das peças foi estendido em função do interesse despertado.
Segundo a juíza diretora do Foro, Fabiana Gonçalves da Silva Ferreira de Melo, a iniciativa é dos dirigentes da unidade prisional, que a idealizaram e conduzem os trabalhos. A exposição artística tem a finalidade de mostrar o apoio do Judiciário à ação, dar visibilidade ao projeto, promover o reconhecimento do talento dos recuperandos e incentivar atividades nesse sentido, já que elas aliam uma dimensão educativa e laborativa a reinserção de pessoas em cumprimento de pena e a preocupação ecológica.
"Tomei conhecimento da proposta durante uma inspeção no presídio. Deparei com as obras e procurei saber em que consistia o projeto, quem participava, como as peças eram construídas. O diretor me explicou que o 'Inclusão do Sistema Carcerário no Ecossistema Sustentável' surgiu para atender a duas necessidades: oferecer uma ocupação para os internos, que assim podem remir dias da pena e não ficam ociosos; e reciclar um material que, em caso contrário, se acumularia dentro da unidade", disse.

A matéria-prima das peças são as marmitas de isopor que acondicionam as refeições consumidas diariamente no local, em torno de 200.
"Os recipientes são triturados até virarem um pó, que é diluído em solvente e com o qual é possível fazer verniz, cola e impermeabilizantes. Também é possível desenvolver esse trabalho artístico lindíssimo. A técnica foi repassada aos aprendizes pela agente penal Layla Souza, formada em Ciências Biológicas e Artes Visuais", afirmou a magistrada.
Ainda de acordo com a juíza Fabiana Melo, com muita boa vontade e garra, o presídio promove a ressocialização, "que é o que todos queremos".

“Esse esforço já deu frutos, como o fato de um egresso do estabelecimento estar fazendo o curso superior de Artes Visuais. A transformação do lixo em uma obra de arte e o refinamento do resultado tornam o trabalho ainda mais incrível. Quem for ao fórum poderá ver duas réplicas em tamanho real: o nosso mascotinho, Alfredo Jacaré, símbolo da cidade; e o pastor belga malinois, raça dos cães utilizados em operações da Polícia Penal", acrescentou.
Mais de 40 internos foram capacitados para a técnica usada na mostra. O diretor da 3ª Região Integrada de Segurança Pública (3ª Risp) do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen), Paulo Alexandre Duarte, contou que, além da magnitude do projeto, que motivou um detento a se submeter ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a cursar uma faculdade, a cada três dias trabalhados, é remido um dia da pena.
"Então, é algo muito gratificante para o preso, para a sociedade e para o ecossistema também. O isopor demora 400 anos para se decompor", destacou.
Ao absorver esse material, que é transformado em arte, a iniciativa evita o descarte na natureza.
* Com informações da Rádio Itatiaia e do Vetor Norte Notícias.
Serviço:
Exposição do projeto “Inclusão do Sistema Carcerário no Ecossistema Sustentável”
Fórum Desembargador Edésio Fernandes
Endereço: Alameda Dra. Vilma Edelweiss Santos, 65 - bairro Lundcéia
Horário: dias úteis, das 12h às 18h
Data: 1º/7 a 31/7
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